Saúde

Não é frescura, é enxaqueca

Entenda como lidar com a condição neurológica mais incapacitante do mundo

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O que é a enxaqueca?

É um tipo de dor de cabeça. Infelizmente, o problema não tem cura, mas tem tratamento. De acordo com a OMS, é a doença neurológica mais incapacitante do mundo. Tem várias fases e, geralmente, origem genética, mas fatores ambientais e comportamentais também são importantes.
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Por que ela acontece?

Basicamente, ocorre um desequilíbrio químico no cérebro, com maior transmissão de impulsos nervosos e liberação de diversos neurotransmissores e substâncias inflamatórias. O diagnóstico é feito por um médico neurologista por meio de sintomas e exames complementares.
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Sintomas

Os primeiros sinais podem aparecer ainda na juventude. Para ser enxaqueca, os sintomas precisam durar de 4 horas a 3 dias; a dor é latejante e pulsátil e, geralmente, de um dos lados; piora com atividade física; vem acompanhada de náusea, vômito e sensibilidade a luz, sons e cheiros. Os principais gatilhos são alimentos, cheiros, sono desregulado, ciclo menstrual e estresse.
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Enxaqueca com aura

Aura é o nome que se dá para os sintomas que vem antes (mas podem vir junto) com a enxaqueca. Cerca de 20% dos pacientes sofrem com o problema e ela pode ser dividida em três tipos: linguagem, visual e sensitiva.

Tipos de enxaqueca com aura

Linguagem: dificuldade para falar, dificuldade em compreender e dificuldade para escrever e se concentrar. Visual: pontos luminosos, pontos pretos, visão embaçada, visão dupla e linhas zigue-zaque. Sensitiva: dormências e formigamento.

Fases da enxaqueca

A condição pode ser divida em pródromo, crise e pósdromo. O pródromo é aquela sensação de 'vai ter enxaqueca', acompanhada de cansaço, sonolência, rigidez e dor na nuca, desejos por comidas, alterações intestinais e constipação. A crise é quando estímulos que não causariam dor se tornam dolorosos, como pentear o cabelo. E o pósdromo é a fase final. O paciente costuma sentir cansaço, confusão mental e mal-estar.

Mulheres sofrem mais

A enxaqueca é mais comum no sexo feminino: uma em cada cinco mulheres sofrem com a condição. Já nos homens, o problema não é tão frequente: estima-se que um em cada 15 homens tem enxaqueca.

Tratamento

O ideal é tomar a medicação indicada pelo médico sempre no início dos sintomas. O neurologista pode prescrever os remédios dependendo da intensidade da dor. Em caso de dor leve, normalmente indica-se analgésico e anti-inflamatório; para dor moderada, ergotaminas e triptanos; já em casos graves - quando o tratamento recomendado não fizer mais efeito e o paciente tiver uma dor súbita e intensa, febre e alterações neurológicas - vá a um pronto-socorro.
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Prevenção

Aqui vale aquela velha máxima: prevenir é sempre melhor do que remediar. O ideal é fazer ações no dia a dia como controlar o estresse emocional, evitar agravantes e desencadeantes, ter uma boa alimentação, dormir bem e praticar atividade física.
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Medidas alternativas

Existem algumas medidas comportamentais que podem ser utilizadas por quem tem enxaqueca. Importante dizer que essas terapias não devem ser realizadas sozinhas, e sim como complemento ao tratamento médico. Alguns exemplos: meditação e mindfulness; massagens; ioga; acupuntura; quiropraxia e neuromodulação.
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Atenção!

Por muitas vezes, a dor de cabeça é negligenciada pelas pessoas, que menosprezam seus sintomas, acreditando não se tratar de um problema de saúde. A Sociedade Brasileira de Cefaleia tem uma campanha de conscientização cujo tema é "3 é demais". Portanto, se você tiver três ou mais episódios de dor de cabeça por mês, nos últimos três meses, procure um médico para avaliar a necessidade de começar um tratamento.
Publicado em 19 de agosto de 2020.
Fonte: Grupo de Pesquisa em Cefaleia da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) - campus Londrina | Reportagem: Priscila Carvalho | Edição: Bárbara Paludeti.