A impressionante capacidade do SUS e seus desafios na ciência e inovação
O SUS (Sistema Único de Saúde) frequentemente é mencionado de forma superficial, sem o devido reconhecimento da sua importância como uma conquista significativa para a população brasileira. No entanto, é crucial direcionarmos uma atenção mais profunda ao SUS, indo além da "simples" prestação de assistência.
O sistema enfrenta diversos desafios no campo da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), ao mesmo tempo em que alcança conquistas que têm um impacto significativo no dia a dia da população.
Um aspecto essencial a ser considerado é a constante busca por avanços científicos e tecnológicos que possam aprimorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos pelo SUS. É um desafio complexo, pois envolve não apenas a implementação de tecnologias de ponta, como também a garantia de sua acessibilidade e eficácia para todas as pessoas, independentemente de sua condição socioeconômica ou local de residência.
Além disso, é fundamental reconhecer as conquistas já alcançadas pelo SUS, especialmente no que diz respeito à melhoria da assistência especializada. Graças ao investimento em pesquisa e inovação, vemos exemplos concretos de como a ciência de ponta pode ser aplicada para melhorar os diagnósticos, tratamentos e cuidados de saúde em diversas áreas, desde o combate a doenças infecciosas até o tratamento de condições crônicas.
Mas, podemos perguntar, como fica o ônus sobre o SUS? Pois esse é um tema que sempre vem ao debate, principalmente para quem não precisa da saúde pública.
O fato é que a redução do ônus sobre o sistema de saúde não pode ser alcançada por meio de simples cortes, isso requer um compromisso contínuo com a promoção da inovação, por meio de investimentos robustos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Essa abordagem estratégica pode resultar em uma significativa redução do déficit na produção de farmoquímicos e, consequentemente, aliviar o impacto econômico sobre o sistema de saúde.
É crucial que o Brasil diminua sua dependência da importação de insumos farmacêuticos ativos para a produção de imunobiológicos, como evidenciado durante os momentos mais críticos da pandemia da covid-19. Tal dependência tem um impacto direto na balança comercial do país e expõe a fragilidade do sistema de saúde nacional diante de crises globais.
Ao investir no desenvolvimento científico, podemos aprimorar significativamente a assistência prestada à população. Isso inclui melhorias na infraestrutura de saúde e o aperfeiçoamento do treinamento de profissionais médicos. Além disso, a implementação de soluções tecnológicas, como a telemedicina, pode ser fundamental, especialmente em um país vasto como o Brasil, com áreas rurais e regiões com alta taxa de pobreza que requerem atenção e cuidados especializados. Essas iniciativas não apenas melhoram o acesso aos serviços de saúde, mas também contribuem para a eficiência e a qualidade do sistema como um todo, além de gerar enorme lucros para o país.
É fundamental reconhecer as grandezas e conquistas alcançadas pelo SUS ao longo de suas mais de três décadas de existência. Como o maior sistema público de saúde do mundo, o SUS desempenha um papel vital ao atender integralmente e de forma gratuita quase 200 milhões de pessoas todos os anos. Sua abrangência vai desde a atenção primária à saúde até a atenção especializada, abarcando tanto serviços de baixa quanto de alta complexidade.
Durante a pandemia de covid-19, testemunhamos claramente a importância crucial do SUS. Sem ele, teríamos um cenário de terror ainda pior. Apesar de muitas discussões e ações equivocadas por autoridades de saúde e políticas, o SUS demonstrou uma capacidade notável de resposta. Promoveu o diagnóstico em massa, expandiu drasticamente o número de leitos de UTI, adquiriu equipamentos hospitalares essenciais e contratou e realocou profissionais de saúde para garantir a assistência à população.
Foi por meio do SUS que a população teve acesso à vacinação, um dos pilares fundamentais na luta contra qualquer doença infectocontagiosa, incluindo a covid-19. Essa resposta eficaz e abrangente evidenciou não apenas a importância do SUS como um sistema de saúde público e universal, mas também destacou sua capacidade de adaptação e resiliência diante de crises de saúde pública.
É impressionante o papel do SUS na luta contra pandemias, como a provocada pelo HIV/Aids, que persiste há quatro décadas.
Graças ao SUS, o Brasil se destaca globalmente no combate ao HIV/AIDS, oferecendo acesso ao tratamento antirretroviral, testagem, preservativos e gel lubrificante, além de promover uma luta histórica em termos de orientação social.
Além disso, o trabalho do SUS no campo dos transplantes de órgãos é verdadeiramente notável. O SUS possui a maior organização de transplantes do mundo, cobrindo quase 90% de todas as cirurgias desse tipo realizadas no país. Sua capacidade de execução é invejável e serve de referência em todo o planeta.
Outro desafio significativo enfrentado pelo SUS e pelo mundo como um todo é a luta contra o câncer. Embora ainda haja muito a evoluir na ciência e no tratamento, o SUS está engajado nessa batalha, buscando desenvolver e oferecer o melhor suporte possível para a população. Em todos os estados brasileiros há centros de assistência habilitados no tratamento do câncer, disponibilizando serviços de forma gratuita e acessível para a população. São mais de 300 dessas unidades e centros de assistência, proporcionando suporte vital para aqueles que enfrentam essa doença que aterroriza o planeta.
Para concluir, é crucial reconhecer que ainda há muito a ser feito, mas promover a disseminação de informações precisas, além de lutar e defender os direitos universais à saúde, são demonstrações de amor, humanidade, bondade e justiça.
É cada vez mais urgente que ocorram diversas mobilizações em prol do SUS e do avanço científico nesse setor. Eventos como a "VI Semana em Defesa do SUS", realizada na Uneb (Universidade do Estado da Bahia), representam uma oportunidade valiosa para ampliar o debate e a conscientização sobre a importância do SUS e da saúde pública em geral. Esses eventos devem servir de referência e ser replicados em diversas universidades, centros de pesquisa, escolas e organizações sociais em todo o país.
A colaboração e o engajamento de todos os setores da sociedade são essenciais para fortalecer e aprimorar o sistema de saúde brasileiro, garantindo que ele continue a cumprir sua missão de promover o bem-estar e a saúde de todos os cidadãos.
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