Cáseos amigdalianos: o que são as bolinhas na boca e quando é grave
Apesar de ter um nome complicado e nem sempre conhecidos pela população, os cáseos amigdalianos são as populares "bolinhas na garganta", ao fundo da boca. São facilmente identificados quando o indivíduo olha dentro da boca com ajuda de um espelho e vê uma substância pastosa esbranquiçada ou amarelada nas amígdalas.
Trata-se de placas bacterianas que se formam dentro de pequenas cavidades existentes nas amígdalas. Também são chamadas de "caseum", que vem do latim e significa queijo, além de "pedras nas amígdalas".
Geralmente, os cáseos amigdalianos não oferecem riscos à saúde. É comum que muitas pessoas nem percebam que têm o problema. Isso porque são bastante pequenas, semelhante a um grão de arroz. Mas há casos em que o tamanho atrapalha, causando inchaços nas amígdalas e o odor costuma ser desagradável, provocando mau hálito.
A seguir, veja detalhes das causas de cáseos amigdalianos, sintomas e formas de tratamento.
Cáseos amigdalianos: o que são e sintomas
O que são cáseos amigdalianos?
Os cáseos amigdalianos são pequenas protuberâncias que surgem na superfície das amígdalas —que são estruturas que auxiliam o sistema imune e filtram vírus e bactérias que entram pela boca. Essa massa é a placa bacteriana mais densa e viscosa, formada pela mistura de microrganismos, células da boca, resíduos de alimentos e proteínas salivares.
Geralmente, a tonalidade dos cáseos amigdalianos varia de esbranquiçada a amarelada e podem surgir em ambas as amígdalas e ter tamanhos distintos, sendo geralmente bem pequenos. Na maioria das vezes, possuem odor forte e desagradável e se desprendem das amígdalas quando o indivíduo espirra, tosse, engole saliva ou quando comprime a região. A pessoa pode ainda engolir sem sentir.
Quais são os sintomas dos cáseos amigdalianos?
É comum que os cáseos amigdalianos não provoquem sintomas. No entanto, algumas pessoas apresentam:
- Mau hálito (halitose);
- Tosse;
- Dor de ouvido ou garganta;
- Gosto desagradável na boca;
- Dificuldade para engolir;
- Inchaços nas amígdalas;
- Sensação de que há algo preso na garganta;
- Manchas brancas ou amareladas nas amígdalas;
- Infecções na garganta difíceis de tratar.
A presença de cáseos ainda pode estar associada ao aparecimento da saburra lingual, doença periodontal, e até de infecções como faringites e amigdalites.
Quais as causas dos cáseos amigdalianos?
Para entender as causas dos cáseos amigdalianos é importante saber que as amígdalas possuem criptas (buracos), o que contribui para que se acumulem alimentos e bactérias no local. Esses detritos ficam presos na região e formam as "bolinhas" na garganta.
Por que os cáseos amigdalianos causam mau hálito?
Um dos principais sintomas dos cáseos amigdalianos é o mau hálito, que também é conhecido como halitose. Estima-se que 3% dos casos do odor desagradável esteja ligado ao problema, de acordo com uma pesquisa.
Os cáseos amigdalianos provocam halitose devido ao acúmulo de restos de alimentos, formação de bactérias e células mortas nas amígdalas. Porém, vale destacar que diversas condições acarretam o mau hálito e vale a pena buscar uma avaliação médica para checar a causa do sintoma.
Quem está mais propenso a ter o problema?
Todas as pessoas que ainda têm as amígdalas podem ter os cáseos amigdalianos. Porém, sabe-se que as amígdalas de algumas pessoas apresentam criptas maiores, tornando-as mais propensas a desenvolver o problema.
Além disso, quem tem um fluxo menor de saliva e realiza a higiene bucal de forma inadequada também facilita a formação do cáseos e está mais suscetível a ter a condição.
Ocorre também com maior frequência nas situações em que envolvem o aumento da descamação de células, entre elas, o ressecamento provocado pela respiração bucal, ronco, ingestão frequente de bebidas alcoólicas ou uso de enxaguante bucal com álcool, aparelho ortodôntico e naquelas que tem como costume mordiscar os lábios e bochechas ou dedos.
Pessoas com doenças respiratórias crônicas, disfunção das glândulas salivares, refluxo gastroesofágico e fumantes têm alterações locais do pH e da consistência do muco e da saliva ficando mais suscetíveis a formação dos cáseos.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por meio de um exame simples das amígdalas. Geralmente, os cáseos amigdalianos são facilmente visíveis, portanto, na maioria das vezes não necessitam de exames específicos.
São raros os casos em que são solicitados exames de imagens como tomografia computadorizada ou ressonância magnética para identificá-los e descartar outros problemas de saúde.
Qual o tratamento para os cáseos amigdalianos?
Na maioria das vezes, os cáseos amigdalianos não necessitam de tratamento, apenas quando há grande desconforto ou mau hálito. Não há medicamentos para tratar o problema e raramente são indicados antibióticos para combater laringite ou faringite bacteriana, que podem surgir em quem tem a condição.
Em alguns casos, o especialista indica um procedimento a laser. Dessa forma, eliminam-se as criptas, nas quais os cáseos se formam. Porém, não garante que eles não surjam novamente. Há ainda a possibilidade de remover mecanicamente os cáseos por meio da compreensão das amígdalas ou com uma espátula, sempre com auxílio médico.
Gargarejos com água morna costumam aliviar os sintomas, mas o uso de cotonetes (ou outros objetos) para eliminar os cáseos amigdalianos em casa não é recomendado. E, em alguns casos, podem até agravar a situação. Por isso, na dúvida, é fundamental buscar a ajuda de um especialista para receber as orientações corretas.
Como prevenir?
É comum que os cáseos amigdalianos apareçam regularmente em que tem predisposição a ter o problema. Uma forma de prevenir é manter a saúde bucal em dia, escovar bem os dentes e a língua regularmente.
A recomendação é escovar os dentes logo após as refeições, na hora de dormir e pela manhã. O uso do fio dental diariamente também afasta o risco do problema. É importante evitar fumar e recomenda-se beber bastante água durante o dia.
Quando é necessária a cirurgia?
Quando os cáseos amigdalianos estão causando muitos desconfortos ou outros problemas, há a possibilidade de realizar a amigdalectomia, ou seja, a remoção cirúrgica das amígdalas. No entanto, raramente este procedimento é recomendado e é considerado o último recurso.
A cirurgia só é indicada quando os cáseos provocam amigdalites (inflamação nas amígdalas) frequentes e comprometem a qualidade de vida do indivíduo. Isso porque, como qualquer cirurgia, oferece alguns riscos, dores e sangramentos.
Qual médico procurar?
Os cáseos amigdalianos não são considerados problemas graves de saúde e geralmente não precisam de ajuda médica. No entanto, algumas pessoas apresentam grandes desconfortos e mau hálito frequente.
Nessas situações, vale a pena procurar um otorrinolaringologista, que é o especialista responsável por tratar doenças que afetam o nariz, os seios da face, a garganta e os ouvidos. O cirurgião-dentista também orienta sobre como amenizar os sintomas de cáseos amigdalianos e indica formas de prevenção.
Fontes
Sandro Coelho, otorrinolaringologista do Complexo Hospitalar da UFC (Universidade Federal do Ceará), que faz parte da rede Ebserh; Adriano Fonseca, otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço no Hospital Aliança Rede D'Or, na Bahia; Marcelo Mello, otorrinolaringologista do Hospital Cema; e Eduardo Bogaz, otorrinolaringologista da Rede de Hospitais São Camilo (SP).
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