Aditivo usado em comidas processadas é associado a maior risco de diabetes
Resumo da notícia
- Estudo mostrou que os propionatos, substâncias usadas para dar sabor artificial e conservar alimentos, provocam várias alterações metabólicas
- Na pesquisa, ratos e pessoas que consumiram o aditivo alimentar apresentaram maior glicemia e aumento no nível de alguns hormônios em curto prazo
- Em longo prazo, a substância provocou ganho de peso e resistência à insulina, condições que elevam o risco de diabetes
Não é novidade que, em excesso, os alimentos processados fazem mal à saúde e provocam diversas doenças, incluindo obesidade e alguns tipos de câncer. E uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Harvard (EUA) e outras instituições mostra que os propionatos, aditivos usados para conferir sabor artificial e conversar pães, queijos, fast-food e outras comidas industrializadas, provocam alterações no metabolismo que aumentam o risco de diabetes tipo 2.
No estudo, publicado no periódico Science Translational Medicine e realizado com ratos e humanos, o consumo de uma dose parecida com a presente em muitos produtos industrializados aumentou em curto prazo o nível de açúcar no sangue (glicemia) e de alguns hormônios; o que em longo prazo levou ao ganho de peso e à resistência à insulina --condições associadas a uma maior predisposição ao diabetes.
Apesar das descobertas, os cientistas dizem que não dá para afirmar ainda que os propionatos causam diabetes, e mais estudos são necessários. Além disso, essas substâncias são consideradas seguras e liberadas para uso em alimentos pela FDA (Food and Drugs Administration) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Como foi feito o estudo
- Inicialmente, os cientistas ofereceram a ratos, por via oral e via intestinal, uma quantidade de proprianatos similar à usada em alguns alimentos processados.
- Os dois grupos de animais apresentaram aumento da glicemia ao receber a substância e, horas depois, elevação no nível de hormônios como insulina e glucagon.
- Após 20 semanas, os roedores que consumiram propianatos (via oral) ganharam mais peso e tiveram maior resistência à insulina, quando comparados a camundongos que não receberam o aditivo de forma alguma.
- Então, os cientistas reuniram 14 pessoas saudáveis, magras e sem diabetes. Parte delas recebeu, por uma semana, uma alimentação com 1 g de propianatos, e ao restante foi oferecido placebo. Depois, os grupos foram invertidos.
- Os cientistas constaram que o consumo de aditivos por humanos aumentou a glicemia, o nível de hormônios e a resistência à insulina de maneira parecida ao que foi observado em ratos.
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