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Tenho dificuldade de respirar pelo nariz. Isso é um problema?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

01/10/2019 04h00

Sim, é um problema. Quando respirarmos pelo nariz, o ar é umidificado, aquecido e filtrado antes de chegar aos pulmões, o que facilita o trabalho do órgão e evita que impurezas e germes entre no organismo. Ao puxar o ar pela boca, você compromete essas funções e facilita os processos infecciosos na região da garganta.

Além disso, o ato de respirar pela boca, quando se torna crônico, pode trazer alterações na arcada óssea em crianças e adolescentes, gerando deformidades no posicionamento dos dentes e deixar a mandíbula e o maxilar alterado.

A respiração bucal ainda pode impedir que você --e até seu companheiro(a) -- durma bem, por conta de roncos e da síndrome da apneia obstrutiva do sono, o que em longo prazo gera um grande estresse no organismo e pode afetar o sistema cardiovascular, aumentando o risco de problemas de saúde como hipertensão arterial, AVC (acidente vascular cerebral) e infarto agudo do miocárdio.

Como resolver o problema

É possível que a pessoa fique curada e passe a respirar pelo nariz com o tratamento da obstrução nasal, mas o procedimento vai depender da causa. Logo, fazer uma avaliação médica é fundamental para definir o diagnóstico e como resolver o problema.

Basicamente, se a condição se der por conta de gripes, resfriados ou rinossinusites bacterianas, a terapia irá envolver medicamentos que combatam os vírus e bactérias causadores da doença. Quando a causa for alergia, além dos remédios, é importante identificar e evitar o contato com as substâncias que estão irritando as vias aéreas (pólen, poluição, poeira, pelos de animais etc.) Já se a obstrução nasal ocorrer devido a um desvio de septo, por exemplo, o tratamento cirúrgico pode ser o mais indicado.

De imediato, estas medidas ajudam a aliviar a congestão nasal:

  • Lavar o nariz com soro fisiológico 0,9%, várias vezes ao dia;
  • Não fumar e evitar ambientes onde há fumantes, especialmente os locais fechados;
  • Manter os ambientes limpos e bem arejados;
  • Utilizar produtos de higiene pessoal sem odor forte.

Os medicamentos descongestionantes, que são vasoconstritores, devem ser evitados, já que podem ocasionar dependência e exigir doses cada vez maiores em intervalos de tempo cada vez mais curtos. No caso da persistência dos sintomas, sempre procure o médico otorrinolaringologista para uma avaliação.

Fontes: Debora Petrungaro, professora assistente de otorrinolaringologia da UFF (Universidade Federal Fluminense); Gustavo Gosling, otorrinolaringologista, especialista pela ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial); Marcos Rabelo de Freitas, coordenador da disciplina de otorrinolaringologia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará); e Paulo Lazarini, otorrinolaringologista do Hospital Sepaco, em São Paulo.

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