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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Quais cuidados as pessoas com aparelho ortodôntico devem ter

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Imagem: iStock

Elcio Padovez

Colaboração para o VivaBem

07/01/2020 04h00

Usar aparelho não significa apenas ter os dentes cheios de bráquetes e fios. Ao iniciar um tratamento para correção de problemas na arcada dentária, é importante observar alguns cuidados com a escovação, não esquecer escova e pasta de dente se for passar muito tempo fora de casa e evitar certos alimentos que podem quebrar partes do aparelho e te causar uma dor de cabeça.

Também na hora da prática esportiva e até na hora de dormir, é importante pensar na saúde dos dentes e se precaver. Confira algumas dicas para manter o aparelho intacto na boca e não precisar voltar ao dentista antes da hora.

Esqueci a escova em casa. E agora?

Esquecer de incluir escova e pasta de dente na mochila ao sair de casa é uma situação que muitos já passaram. Principalmente em viagens. Sem esses companheiros de uma boca saudável, qual é o melhor jeito de mantê-la higienizada? Para Davis Sassaraha, especialista em ortodontia, pessoas que usam aparelhos fixos e que não tenham os objetos a mão, devem fazer um enxágue vigoroso com enxaguante bucal ou água. Apesar de a higienização ser mínima neste caso, o enxágue ajuda a retirar os restos maiores de comida e evita o mau cheiro até a volta para casa.

"O enxaguatório tem efeito mínimo sem a escovação correta. É importante usar uma escova que você se sinta bem e escovar de maneira suave, com movimentos circulares e bastantes repetições, além de evitar o uso da força", alerta o dentista.

Além do enxágue, pensar nos alimentos que vai consumir sem estar com escova e pasta à disposição pode minimizar os riscos de ficar com a boca repleta de restos de comida e bactérias. Se você usa bráquetes estéticos, que possuem borrachinhas transparentes, não é bom negócio tomar muito café ou vinho tinto, pois esses líquidos mancham as borrachas e podem prejudicar o esmalte dos dentes.

Segundo Rogério Pavan, cirurgião-dentista especialista em biorreprogramação bucal, carnes e alimentos crocantes devem ser evitados nesta situação. "Se você comeu uma feijoada e não pôde higienizar a boca de maneira correta, é muito provável que vá carregar por boas horas pedaços de carne de porco e couve entre os bráquetes".

Pavan sugere que, caso você tenha comido uma feijoada e não puder escovar os dentes na sequência, use um palito de dente com delicadeza, mas não coloque-o entre os buracos dos dentes, para que a gengiva não seja machucada.

"Inimigos" do seu aparelho

Fazer tratamento com aparelho ortodôntico também é uma prova de resistência quando se fala em alguns alimentos que são pouco "amigáveis" e podem gerar um ou mais bráquetes quebrados.

Mesmo que eles sejam colados a uma distância segura para não encontrar a mordida durante a mastigação, certas comidas consideradas duras e pequenas, como caroço de pipoca, amendoim japonês, castanhas, granola e balas podem causar um transtorno e te fazer sentar na cadeira do dentista antes da próxima consulta agendada.

Doces - Istock  - Istock
Doces diminuem o Ph da região bucal, deixando-a mais ácida
Imagem: Istock

"Esses alimentos podem fazer uma compressão de alavanca dos bráquetes de trás e com um impacto de uma mordida mais forte, podem se quebrar", explica Pavan.

Para Luciane Kraul, mestre em materiais dentários pela USP (Universidade de São Paulo), também é recomendado evitar o consumo de doces, pois eles provocam uma maior fermentação e diminuem o PH da região bucal, deixando-a mais ácida.

"Se a pessoa não tiver uma higienização boa, ela pode ter maior retenção de alimentos e aumentar o risco de desenvolver doenças como cáries, gengivite e, em casos mais graves, o aparecimento de bactérias mais agressivas, que podem fazer com que os ossos se retraiam para fugir das injúrias de uma boca mal higienizada e prejudicar a harmonia da arcada dentária", explica Kraul.

Na hora do esporte, boca em alerta

A prática do esporte, em especial os de contato, como lutas e futebol, usar aparelho pode ser um perigo sem as devidas precauções. A medida mais prática é investir em um protetor bucal, moldado a partir das características de cada paciente.

"Na prática esportiva, os bráquetes geralmente não se soltam por conta do contato na luta ou ao tomar uma bolada no rosto. O problema é que eles podem machucar a parte carnosa da boca e gengiva e causar lesões", afirma Sassahara.

Para os atletas de alto rendimento ou que não querem usar o aparelho ortodôntico tradicional, os alinhadores invisíveis são uma opção eficiente para proteger e, ao mesmo tempo, corrigir a arcada —vale lembrar que, normalmente, também são mais caros.

Vai dormir? Com a boca fechada, o risco é menor

Até na hora de descansar não é bom se desligar dos cuidados com seu aparelho. Caso tenha problemas para dormir com a boca fechada, vale a pena conversar com seu dentista para checar se esse problema não vem da falta de espaço da língua no céu da boca. Uma das funções do uso do aparelho é buscar o selamento labial efetivo e, com isso, melhorar a respiração.

Para quem gosta de dormir de bruços e abraçado ao travesseiro ou almofada, muito cuidado para não enroscar o fio ortodôntico a fios soltos, que podem se soltar da fronha e de cobertores.

Esta é uma situação rara de acontecer, mas caso aconteça, remova com bastante cuidado para que restos de fios sintéticos não permaneçam grudados ao aparelho.

Outra dica na hora de dormir, caso esteja com algum bráquete quebrado ou fio ortodôntico solto, é o uso de uma cera própria para a boca, que pode segurar provisoriamente o fio e evitar que ele cause machucados nas gengivas.

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Endereço arena: Av. Riviera, s/n, próximo ao shopping
Local do espaço na praia: canto direito da praia de Riviera de São Lourenço
Entrada: gratuita

Fontes: Davis Sassahara, especialista em Ortodontia pela Unip (Universidade Paulista); Rogério Pavan, cirurgião dentista especialista em biorreprogramação bucal e autor do livro "Biocibernética Bucal - Em Busca da Saúde Perfeita (Editora Madras); Luciane Kraul, mestre em materiais dentários pela USP (Universidade de São Paulo) e doutoranda em laser também pela USP.