Ficou doente nas férias? Pode ter a ver com prestar atenção em você
Após meses de correria, trânsito, condução lotada, acordando cedo, dormindo tarde e muitas vezes se alimentando mal, finalmente um alívio: férias. Esse, sem dúvida, é um dos períodos mais esperados pela maioria dos trabalhadores brasileiros. Muitas pessoas planejam o ano inteiro o que vão fazer: pagam viagens antecipadas, pesquisam passeios diferenciados ou simplesmente preferem em ficar em casa dormindo até tarde e ter aquele tão sonhado descanso.
Na verdade, todos desejam ter um tempo destinado para si e desfrutar da tranquilidade que, muitas vezes, o trabalho não permite. Mas se desligar de tudo e relaxar nem sempre é fácil, não é mesmo? Muitas vezes o corpo quer parar, mas a adrenalina não deixa.
O nosso organismo está acostumado com uma rotina, e quando deixamos de segui-la, ele pode ressaltar sintomas que, na verdade, já estávamos sentindo, mas não percebemos ou não demos a devida importância. Isso varia de acordo com cada pessoa, seu estilo de vida, suas vontades e sua condição social.
De acordo com a medicina clínica, não há nenhum estudo cientificamente comprovado de que as férias sejam motivo para desencadear qualquer tipo de doença. No entanto, alguns problemas se sobressaem quando estamos nesse período, porque observamos melhor nossa própria saúde.
Podemos citar, por exemplo, um simples resfriado. Quando estamos trabalhando, sentimos todas as dores que uma gripe traz, mas em casa certamente vai incomodar muito mais. Sobretudo porque temos mais tempo de prestar atenção nos sintomas.
"O que manda é apenas o sistema imunológico. Não é por que você parou de trabalhar que vai pegar doenças. Só se tiver um pico antes, que piora muito mais o seu estresse, daí sim você deu a brecha para estar doente. Mas se você fizer exatamente as mesmas coisas, é impossível você pegar doença porque está de férias. Isso não existe", afirma, Leandro da Fonseca, clínico geral, diretor na clínica Soroped e emergencista no Hospital Evangélico Sorocaba (SP).
Nesse contexto, um ponto que pode ser destacado é o tipo de férias planejada. Uma viagem de apenas algumas horas de carro com a família certamente será sentida pelo organismo de maneira diferente do que uma viagem de avião com mais de dez horas de duração. Estar em ambientes diferentes, com os quais você não está acostumado, pode acarretar em certas doenças, mas isso não tem a ver com o período, e sim com o local e o clima. Por exemplo, se você mora em uma região mais fria do país e vai passar as férias no Nordeste. Ou se mora no Norte do Brasil e resolve passear nos Alpes Suíços.
"O ar seco do avião, a baixa temperatura e aquela troca que todo mundo está respirando o mesmo ar deixa o nosso muco do sistema respiratório mais espesso. E o muco mais espesso não consegue segurar os vírus e bactérias. Então fica muito mais fácil para atingir o sistema respiratório", explica Fonseca.
E o que diz a psicologia?
Com a expectativa das férias chegando, os hormônios adrenalina e cortisol, que geralmente são liberados pela manhã, e estão relacionados a parte imunológica e infecciosa, podem aumentar muito. E quando esses dois hormônios estão desregulados, por conta de algum estresse ou ansiedade, o sistema imunológico sente e a pessoa fica suscetível a ter vários sintomas como: falta de ar, pressão alta, fadiga, diarreia e enjoos.
Pouco antes das férias é possível ter uma reação às condições psicológicas que você não conseguiu controlar. Diferente da medicina clínica, que avalia apenas o corpo físico, a psicologia aborda causas que podem explicar o surgimento de doenças no período de descanso.
Vida agitada, estresse, pressão, ambiente de trabalho, ansiedade, insônia, má alimentação são alguns dos fatores que podem comprometer a saúde mental e acabar refletindo no sistema imunológico. "A saúde mental influencia muito na saúde física. Emoções como o estresse e a ansiedade recorrentes têm efeito no sistema imunológico, que vai atuar no desenvolvimento dos sintomas e doenças", avalia Marilene Kehdi, psicóloga especializada em atendimento clínico.
"Pessoas que querem deixar tudo em ordem antes de sair de seus trabalhos acabam extrapolando seus limites. Daí quando chega as férias não conseguem relaxar porque estão ligadas no 220, e adoecem devido a essa vida agitada e desorganizada", explica Marilene, afirmando também que a euforia passa e tudo volta ao normal.
A psicóloga pontua, ainda, que as doenças provenientes do estresse costumam aparecer logo nos primeiros dias de férias —quando aproveitamos para refletir sobre nossas questões internas mal resolvidas. "Mas pouco a pouco isso vai passando e vai se reorganizando, voltando ao seu equilíbrio interno", afirma.
De acordo com a psicologia, o corpo está intimamente ligado à mente, por isso o equilíbrio entre o emocional e o físico são necessários para manter a saúde. Contudo, cada um reage às emoções de maneiras distintas.
"Aquele espaço desocupado, aquela energia livre que agora não estou destinando para o trabalho pode se voltar para o meu corpo, e eu perceber que não estou bem. São perfis de pessoas diferentes, subjetividades diferentes que, nesse momento de ruptura, se manifestam com mais força", acrescenta Luciana Netto, psicanalista.
Especialistas dão dicas para aproveitar as férias com saúde:
- Faça um planejamento, não deixe coisas para resolver nos últimos dias;
- Durma bem;
- Não se cobre demais;
- Tente descobrir o que te causa ansiedade e busque ajuda especializada;
- Não gaste além do seu orçamento;
- Não crie muitas expectativas nas férias (isso pode elevar sua adrenalina);
- O que não puder fazer hoje, deixe para amanhã;
- Faça exames de rotina antes das férias.
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Entrada: gratuita
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