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9 enganos comuns que as pessoas cometem quando querem emagrecer

Nem todas as escolhas são óbvias para quem quer emagrecer; conheça os erros mais comuns - iStock
Nem todas as escolhas são óbvias para quem quer emagrecer; conheça os erros mais comuns Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

28/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Muitas pessoas querem emagrecer, mas alguns dos métodos praticados para alcançar esse objetivo podem mais prejudicar do que ajudar
  • Dietas restritivas ou de famosos, por exemplo, não levam em conta a rotina diária individual e ainda aumentam as chances de faltar nutrientes
  • O risco de faltar nutrientes também existem em quem troca refeições por shakes, que ajudam na saciedade mas não substituem alimentros frescos
  • Retirar todo o prazer pela alimentação também é algo que prejudica a educação alimentar, impedindo que a perda de peso, se alcançada, dure muito tempo

Perder peso e conseguir um shape mais em forma está na lista de resoluções para 2020 de muita gente. Mas nem sempre os meios escolhidos para se alcançar esse objetivo são os melhores.

Na verdade, é bastante comum encontrarmos pessoas que sacrificam a saúde e até o próprio processo de emagrecimento ao apostarem em medidas drásticas ou equivocadas para perder peso. Conheça algumas delas:

1. Fazer dietas restritivas

Cortar totalmente um ou mais grupos alimentares pode até ser uma estratégia de emagrecimento, mas esse tipo de dieta precisa ter acompanhamento médico e geralmente só é recomendada em casos específicos.

Isso porque a falta de alimentos reduz a ingestão de nutrientes importantes para o funcionamento do corpo, podendo prejudicar o sistema imunológico e ainda provocar hipoglicemia, hipotensão (pressão baixa) e até anemia.

Por fim, há ainda uma questão educativa: cortar de vez alguns alimentos não ensina a comê-los de forma consciente e controlada. Ou seja, não há aprendizado nutricional, algo que é fundamental para se manter o peso a longo prazo.

2. Investir na dieta da moda ou de algum famoso

A cantora Simone, da dupla com Simaria, revelou recentemente que cortou o arroz com feijão no cardápio da sua dieta para emagrecer. Já Rafael Cardoso investiu em um cardápio que incluía, além dessa combinação, carne e muita salada —tudo para ganhar massa magra. E aí?

O que acontece é que cada organismo funciona de um jeito —e, por isso mesmo, uma dieta deve ser individualizada. Isso leva em conta não apenas preferências pessoais (eu, por exemplo, jamais abriria mão de comer pão no café da manhã) como também necessidades energéticas diárias, funcionamento do intestino, rotina diária e até condições socioeconômicas.

A dieta, portanto, precisa "caber" dentro do estilo de vida do indivíduo para que ele consiga se adaptar, aumentando as chances de sucesso.

3. Usar shakes "milagrosos" para substituir refeições

Os "clubes do shake" são famosos principalmente na hora do almoço, quando vários colegas de trabalho se reúnem para ir até um local e consumir a bebida. A estratégia pode até ser bem-sucedida nos primeiros dias para evitar o consumo de açúcar e gorduras; porém, em longo prazo, o estrago pode ser grande.

Primeiro porque, por melhor que seja sua composição, ele não será capaz de substituir com qualidade uma refeição completa, com alimentos frescos e preparados com pouco sal e gorduras. Segundo que as versões industrializadas podem ter ativos, como corantes, que aumentam as chances de causar alergias.

Além disso, a ingestão do shake não estimula a mastigação, um movimento que, quando feito de forma gradual, proporciona uma comunicação efetiva entre estômago e cérebro —garantindo a liberação de hormônios da saciedade e também o aumento da percepção de quando estamos realmente satisfeitos.

Por fim, mais uma vez, não há aprendizado nutricional: substituir a refeição por um shake rico em fibras (que aumenta a saciedade) não ensina sobre o quanto comer, quando já estamos satisfeitos etc.

4. Pular refeições

Deixar de se alimentar em horários específicos é uma estratégia de algumas dietas famosas, como o jejum intermitente. Mas a prática precisa de acompanhamento especializado para avaliar se os riscos e os benefícios de se passar tantas horas sem comer.

Isso porque o organismo tem ciclos diferentes para a produção de energia nos períodos de atividade e de descanso. A alimentação então deveria ser distribuída ao longo do dia para promover a produção de energia justamente quando precisamos mais.

Longos períodos de jejum durante o dia, quando mais precisamos de energia, podem provocar fadiga, dores de cabeça, enjoo e irritabilidade. Pode, ainda, aumentar a sensação de fome de forma extrema —provocando uma necessidade de comer mais na próxima refeição, e algo que esteja fácil (e não necessariamente saudável).

5. Passar fome

A fome é um sinal do organismo de que ele precisa de energia para dar conta das atividades do dia. É diferente da compulsão alimentar, um transtorno que prejudica a perda de peso e deve ser tratado de forma multifatorial.

Deixar de ouvir esse sinal interno não é um bom negócio pois, além de reduzir o aporte de energia no organismo (provocando uma diminuição no metabolismo), o corpo vai trabalhar ativamente para recuperar essa energia perdida.

E aí, assim como após o jejum prolongado, as chances de você devorar até o pé da mesa (ou refeições prontas, ou um fast food) na próxima refeição são maiores, colocando a perder o seu planejamento.

6. Comer menos para comer guloseimas

Quem nunca comeu uma saladinha leve para depois cair de boca em um bolo de chocolate com sorvete e, assim, fechar a conta das calorias no positivo? Uma vez ou outra vá lá, mas fazer disso uma estratégia de emagrecimento não é uma boa.

Uma alimentação equilibrada e saudável deve incluir todos os grupos alimentares. Ao privilegiar alguma guloseima, você priva seu organismo dos nutrientes dos alimentos que você deixou de ingerir, prejudicando a saúde do corpo como um todo.

Além disso, a ingestão dessas guloseimas provoca um pico na produção da insulina, o hormônio regulador do nível de açúcar no sangue - o que vai causar um aumento no armazenamento de gordura no corpo.

7. Não incluir nenhum alimento que traga prazer às refeições

Mudar os hábitos alimentares não é fácil e requer determinação. Mas retirar completamente alimentos que provocam uma sensação de bem-estar do dia a dia é aumentar o sofrimento no processo de emagrecimento —e as chances de fracasso também.

Isso porque nossos hábitos alimentares são resultado de cultura, história e aprendizado familiares. Quando compartilhamos esses valores, sentimos prazer e afetividade. Portanto, restringir por completo os alimentos que fazem aquecer o nosso coração é uma atitude que dificilmente será transformada em hábito e, portanto, tende a ser abandonada.

8. Reduzir drasticamente as porções das refeições

Diminuir o tamanho das porções pode, e deve, ser uma estratégia para emagrecer. No entanto, precisamos de ajuda especializada para entender o quanto devemos reduzir do prato.

Isso porque as refeições menores precisam manter o equilíbrio e a proporção entre os nutrientes. Ou seja, não adianta reduzir a porção de carboidrato e compensar aumentando a de carne, por exemplo.

Além disso, é preciso entender as suas particularidades e os alimentos que o deixam mais saciado: isso vai garantir que, mesmo com uma porção menor, você não sinta fome e não precise comer mais vezes ao longo do dia.

9. Criar metas irreais

Ter o corpo da Kendall Jenner ou do Cristiano Ronaldo pode ser um sonho, mas será possível? Criar metas irreais vai inevitavelmente levar a decepções e frustrações, minando sua força de vontade para seguir em frente com a perda de peso.

Esse ciclo de desistência-reinício-desistência é desanimador e não ajuda a criar um hábito de vida saudável e necessário para manter a perda de peso. Busque o autoconhecimento, converse com um especialista e fecha um plano possível de ser alcançado, aumentando sua autoestima.

Fontes: Luciana Coppini, nutricionista Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro da Câmara Técnica do CRN-3 (Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região SP-MS); Marcella Garcez Duarte, médica nutróloga, professora e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Tânia Rodrigues, membro da Câmara Técnica do CRN-3, nutricionista com especialização em Fisiologia do Exercício pela Unifesp, e especialista em Nutrição Esportiva com título reconhecido pela Asbran (Associação Brasileira de Nutrição)

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