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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


O que é clamídia, doença que se espalhou entre jovens em Sex Education

Personagens da série assistindo a uma conversa sobre educação sexual - Reprodução
Personagens da série assistindo a uma conversa sobre educação sexual Imagem: Reprodução

Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

03/02/2020 14h33

Quem acompanha a série Sex Education, da Netflix, sabe que na segunda temporada a escola Moordale Secondary vive um surto de clamídia. A falta de conhecimento sobre a doença (tanto por parte dos alunos quanto dos professores) faz a diretoria investir em educação sexual, medida que faz todo sentido: a clamídia é a IST (infecção sexualmente transmissível) mais comum no mundo.

Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, ela é facilmente tratada com antibióticos, mas um problema faz com que ela se espalhe drasticamente. Ela geralmente é assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Essa falta de diagnóstico preocupa: se não for corretamente cuidada, ela pode causar infertilidade, aumenta a suscetibilidade a outras IST e a infecção durante a gravidez aumenta o risco de aborto, natimorto e parto prematuro.

Transmissão

É mais comum que a transmissão seja por meio do sexo sem proteção, seja ele vaginal, anal ou oral. Além disso, também pode ocorrer da mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação.

Como se proteger

A melhor forma de prevenção é o sexo seguro, afinal, a clamídia costuma não ter "cara". Fazer exames com frequência também é essencial. "É importante a gente orientar que as pessoas que fazem sexo sem proteção precisam saber o estado de sua saúde sexual, porque elas podem ter a bactéria e passar para os outros. Quem faz sexo sem proteção com frequência tem que fazer os testes periodicamente (geralmente a cada seis meses ou um ano, conforme o estilo de vida de cada indivíduo)", alerta Aluisio Segurado, coordenador do Comitê de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sociedade Brasileira de Infectologia. "A infecção não tem rosto e muitas vezes nem sintoma. É bom as pessoas saberem que elas podem pegar IST de um indivíduo que aparentemente não tem nada".

O cuidado também deve existir no sexo oral. Segundo Rico Vasconcelos, médico infectologista pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), somente 2% da população usam camisinha no sexo oral. Portanto, realizar os testes é uma forma de se prevenir e impedir que a infecção se espalhe. "Sabemos que o sexo oral e a masturbação desprotegidos têm menos riscos de contaminação por HIV, mas para essas outras IST as chances são maiores".

Vacina vem aí?

Em 2019, uma vacina contra a clamídia foi testada pela primeira vez em humanos e se mostrou eficaz e segura, de acordo com um estudo publicado no periódico The Lancet.

Ao testarem em 32 mulheres, os cientistas tiveram o resultado esperado: "Vimos anticorpos protetores contra a clamídia nos tratos genitais das participantes", disse o autor do estudo, Frank Follmann, da SSI, em um comunicado. "Nossos testes iniciais mostram que eles impedem a bactéria da clamídia de penetrar nas células do corpo. Isso significa que chegamos muito perto de uma vacina contra a clamídia."

A notícia é boa, mas o desenvolvimento da vacina ainda tem um longo caminho a percorrer. "O próximo passo é levar a vacina adiante para novos testes, mas até que isso seja feito, não saberemos se é verdadeiramente protetora ou não", disse outro autor do estudo, Robin Shattock, em um comunicado. Segundo os pesquisadores, embora seja cientificamente possível que uma vacina seja disponibilizada em cinco anos, é comum que elas passem 10 ou 20 anos em desenvolvimento.

*Fontes entrevistadas em matéria do dia 25/02/2019.

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