5 razões para ficar de olho em como você mastiga os alimentos
Resumo da notícia
- A mastigação correta faz a diferença na hora da digestão e proporciona benefícios para o organismo
- Mastigar mais vezes aumenta a saciedade e a percepção do sabor dos alimentos
- Se for feita de forma inadequada, reduz a absorção de nutrientes no intestino
- O ato de mastigar corretamente é um fator importante para a saúde bucal
- O ideal é triturar o alimento até dissolvê-lo o máximo possível na boca
Você já prestou atenção em como mastiga os alimentos? Com a correria do dia a dia, às vezes, pode ser difícil se atentar para esse movimento automático. Mas, realizar uma mastigação correta, sem pressa e de forma consciente faz a diferença na hora da digestão e proporciona diversos benefícios para o organismo.
Além disso, quem não realiza os movimentos adequados ou mastiga muito rapidamente pode também ter problemas bucais e até alterações na arcada dentária. Por isso, vale a pena ficar de olho e entender melhor como essa atitude simples é importante para a saúde.
A seguir, destacamos quais são os benefícios da mastigação correta e o que fazer para melhorar a ingestão dos alimentos:
1. Ajuda na digestão e favorece a absorção de nutrientes
Sabia que a digestão do que comemos já começa na boca? Quando mastigamos, os alimentos são triturados e reduzidos a um tamanho adequado para serem deglutidos. A saliva também ajuda a amolecê-los. Dessa forma, os alimentos ficam em uma consistência pastosa, o que facilita engolir.
Todo esse processo ativa enzimas presentes na saliva, que auxiliam na quebra de carboidratos e gorduras, facilitando a absorção dos alimentos. Além disso, mastigar envia "mensagens" para o sistema digestório indicando que a comida está a caminho. Isso potencializa a produção de ácido gástrico presente no estômago, que possui papel fundamental na digestão.
Os alimentos triturados são deglutidos de uma forma satisfatória, favorecendo a absorção dos nutrientes, já que são expostos às enzimas digestivas no estômago. Em seguida, os nutrientes passam rapidamente para o intestino, que fará o restante da digestão de carboidratos e proteínas.
A mastigação adequada evita também sintomas desconfortáveis no processo de digestão como azia, flatulência, dor abdominal, refluxo ou distensão abdominal.
2. Contribui com a saciedade
No ato da mastigação, os movimentos da musculatura da boca e da língua são captados pelo cérebro, entendendo assim que se iniciou a alimentação. Durante a refeição, a sensação de fome vai diminuindo gradualmente até a pessoa se sentir saciada.
O processo de mastigação produz impulsos que estimulam o centro de saciedade no cérebro. Assim, mastigar bem os alimentos é uma oportunidade para o organismo trabalhar de forma adequada os estímulos e a percepção de saciedade. E como consequência, a pessoa passa a ingerir uma quantidade menor de comida, o que até ajuda a emagrecer. Mas, é importante mastigar devagar, pois a saciedade acontece cerca de 20 a 30 minutos depois de iniciarmos a refeição.
3. Aumenta a percepção do sabor dos alimentos
É possível reconhecer o sabor dos alimentos por meio da mastigação. Isso porque na língua encontram-se as papilas gustativas, responsáveis por identificar os sabores doce, amargo, ácido, salgado e o umami (extremamente saboroso). Mastigar muitas vezes faz com que os alimentos passem mais tempo na boca, dando oportunidade às papilas gustativas a sentirem mais o sabor de cada alimento. Mas, uma mastigação rápida e leve diminui o prazer e a sensação do que é consumido.
4. Contribui com a saúde bucal
O ato de mastigar estimula a manutenção dos tecidos ao redor do dente, um fator importante para a saúde bucal. Além disso, aumenta o fluxo salivar e faz uma limpeza natural na boca. Isso evita o acúmulo de placas e o surgimento de cáries.
Vale destacar que a mastigação pode prevenir as alterações nas arcadas dentárias que causam dores de cabeça crônicas. O movimento de mastigar os alimentos favorece o equilíbrio das estruturas ósseas, musculares e articulações da boca. Por isso, consumir alimentos com diferentes texturas aumenta esse benefício.
5. Pode diminuir a constipação
Ter o intestino preso é um problema bastante comum. E a mastigação adequada melhora o funcionamento intestinal. A digestão dos alimentos é uma cadeia contínua que funciona como uma esteira. Se os alimentos entram mal triturados, ficam mais tempo no estômago. Com isso, a absorção de água no intestino grosso se torna mais acentuada e a consistência das fezes fica mais dura, dificultando as idas ao banheiro.
Por outro lado, ao mastigarmos bem os alimentos, principalmente ricos em fibras, o organismo absorverá a água mais lentamente gerando um bolo fecal mais amolecido, o que evita a constipação. Um alimento mal digerido favorece a fermentação pela microbiota intestinal, que promove a formação de gases e sintomas como distensão abdominal, diarreia e constipação. A mastigação é fundamental para o bom funcionamento intestinal.
Qual é a forma correta de mastigar os alimentos?
O ideal é mastigar o alimento até dissolvê-lo o máximo possível na boca e é importante alternar os lados da arcada dentária. Os movimentos podem variar entre 20 a 40 vezes, dependendo da consistência do alimento a ser mastigado. Veja, a seguir, alguns cuidados para realizar uma mastigação adequada:
- Não exagere. Coloque na boca uma quantidade de alimento que permita uma mastigação confortável;
- Não tenha pressa e mastigue de forma constante;
- Mastigue até o alimento perder a sua textura inicial;
- Engula toda a comida antes de colocar mais alimentos na boca;
- Evite ingerir líquidos enquanto estiver mastigando;
- Use os dentes do fundo para alimentos mais sólidos;
- Preste atenção às texturas e sabores dos alimentos antes de engolir;
- Repouse os talheres a cada garfada e curta a refeição;
- Mastigue sempre de boca fechada para a língua empurrar os alimentos contra os dentes e distribuir a comida de forma homogênea.
- Evite passar longos períodos sem comer. É difícil mastigar devagar quando se está com muita fome;
- Fique longe de dispositivos eletrônicos como celulares e televisão enquanto se alimenta. Isso acaba distraindo e perde-se o foco na mastigação.
Fontes: Henrique Perobelli, gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; Audie Nathaniel Momm, médico nutrólogo do Iamspe (Hospital do Servidor Público Estadual); Waldyr Romão Junior, coordenador do curso de odontologia da Uninove; Thiago Pallin Gomes, professor de odontologia do Centro Universitário FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas); Ana Paula do Patrocínio, professora de nutrição do Centro Universitário FMU; Renata Faggion Bortoluzzo, nutricionista do Núcleo Paulista de Obesidade; e Irene Coutinho de Macedo, nutricionista e conselheira do CRN-3 (Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região SP-MS).
Revisão técnica: Henrique Perobelli e Irene Coutinho de Macedo.
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