"Perdi vaga de emprego por causa do peso e sequei 32 kg mesmo com pandemia"
O analista de compras Ricardo Freitas, 39 anos, chegou a pesar 125 kg e perdeu uma boa chance profissional por estar com a capacidade física comprometida. Preocupado com a saúde, o capixaba entrou na fila para fazer bariátrica, mas desistiu e emagreceu só com treino e dieta. A seguir, ele conta como conseguiu:
"Desde criança tive problemas com o peso. Ficava muito na casa dos meus avós e lá nunca houve controle do que eu comia. Era tudo liberado e quantas vezes por dia eu quisesse. Na vida adulta, segui me alimentando mal e passei a desenvolver problemas de saúde por conta do sedentarismo e do excesso de gordura corporal. Sentia falta de ar, dores nas articulações e, com 34 anos, passei por uma situação que me entristeceu.
Entrei em um processo seletivo de uma companhia multinacional que eu tinha muita vontade de trabalhar. Fui até o final da seleção, mas tive que realizar um teste físico e não me sai bem. Acabei não sendo contratado. Nunca me disseram que a recusa foi por conta do meu estado físico, mas tinha certeza que estar obeso me prejudicou.
Apesar da decepção, não mudei de vida e segui com os mesmos hábitos ruins. O alerta de que estava doente só acendeu em 2019, quando me vi com 125 kg (tenho 1,84 m) e os problemas de saúde agravados. Decidi entrar na fila para a bariátrica.
A demora para ser aprovado foi me desanimando até que, um dia, minha esposa, Iluska, me inscreveu em um sorteio para ganhar uma orientação do método 5S. Fui premiado e, no início de 2020, desisti de ser operado e agarrei a chance que havia recebido. Entre janeiro e março, recebi ajuda de um nutricionista, um psicólogo e um educador físico, que me acompanharam por 90 dias e sempre estiveram perto. Nesse período, perdi 21 kg.
No meio de março, passei a trabalhar de casa por conta do novo coronavírus. De repente, a quarentena mudou minha rotina e cheguei a pensar que voltaria a engordar tudo de novo. Mas estava tão focado e segui firme na reeducação. O dono da academia que eu treinava cinco vezes por semana montou um treino para fazer no quintal. Também me alugou um par de halteres e uma corda para que eu seguisse treinando.
A alimentação também seguiu regrada. Antes de emagrecer, não pensava no que comia nem media a quantidade. Passava longe de verduras, frutas e legumes e amava refrigerante, massas e frituras. Muitas vezes, deixava de almoçar e jantar uma refeição saudável para consumir pizza e lanches. Hoje, tenho consciência dos meus hábitos, priorizo a qualidade e fiquei mais seletivo com o que levo ao prato. Passei a sentir o sabor e o gosto da comida.
Meu cardápio tem sempre muitas frutas, queijos magros, legumes, verduras, batata-doce, carne, ovo —a 'comida de verdade', como muitos dizem. Outro cuidado que tenho é não fazer minha última refeição do dia muito tarde. Costumo jantar às 19h e raramente como depois desse horário.
Com esta nova rotina, perdi mais 11 kg até o fim de abril, totalizando 32 kg. Mesmo com todas as complicações que estamos passando nesse momento de pandemia, tenho conseguido manter o novo estilo de vida e o peso mais equilibrado. Já cheguei ao meu peso ideal e não quero mais emagrecer.
Meu objetivo passou a ser definir mais meu corpo e, desde o início de julho, quando a academia que eu frequentava retomou as atividades, tenho feito Crossfit três vezes por semana, seguindo os protocolos de saúde, como o uso de máscara, álcool em gel e mantendo o distanciamento social dos outros alunos e professores.
Emagrecer não é um processo fácil. Exige ter muita força de vontade. Mas o 'sacrifício' compensa, pois ao eliminar o excesso de peso ganhei muito mais disposição, saúde e autoestima.
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