3 a cada 4 mulheres obesas tendem a recuperar peso perdido após 6 meses
O estudo internacional ACTION IO, apresentado no Congresso Europeu Internacional de Obesidade 2020 (ECO-ICO) ontem (4), apresentou novos dados sobre as barreiras de se tratar adequadamente a obesidade, destacando a influência das percepções e comportamentos das pessoas com obesidade no tratamento da doença.
Os resultados mostram que homens e mulheres lidam de forma muito diferente com conversas sobre peso, motivações e controle da obesidade, o que evidencia a necessidade de abordagens de tratamento personalizadas para que o controle da doença seja mais assertivo.
As mulheres são mais propensas a fazer várias tentativas para perder peso (média de 4,6 vs 3,1) e tentar tratamento médico ou cirúrgico, mas 75% recuperam o peso após 6 meses, em comparação com cerca de 50% dos homens.
Entre as pessoas com obesidade, os homens têm maior probabilidade de relatar complicações cardiometabólicas (10% vs 4%), enquanto as mulheres têm duas vezes mais chances de relatar ansiedade ou depressão (28% vs 14%).
Muitas pessoas com obesidade subestimam a gravidade da doença, o que pode impedi-las de buscarem a ajuda necessária para uma perda de peso eficaz ou para tratar complicações relacionadas à obesidade.
O peso corporal foi subestimado em todos os graus de obesidade: 40% das pessoas que têm obesidade grau 3 e 62% das pessoas com obesidade grau 1 se identificaram apenas como 'acima do peso'.
Crianças e adolescentes
Há uma necessidade urgente de acompanhamento na idade jovem, pois o ganho de peso em uma idade precoce —menor que 20 anos— está associado a uma maior gravidade da obesidade.
Na comparação com aqueles que não tiveram obesidade na infância, o grupo mais jovem (menor que 20 anos), relatou uma proporção maior de obesidade grau 2 (23%) e grau 3 (18%).
Quase metade das pessoas com obesidade na infância ou na adolescência sentiram que não são capazes de superar seus problemas de peso; 40% relataram que o peso controla sua vida.
A obesidade é reconhecida como uma doença crônica pelas principais associações médicas do mundo. No entanto, frequentemente não é percebida por especialistas e pela população como tão séria quanto outras doenças crônicas.
Essa percepção, tanto de profissionais de saúde quanto de pessoas com e sem obesidade, pode estar impedindo o tratamento adequado da obesidade e apoio às pessoas que vivem com esta doença.
"A recente pandemia da covid-19 nos mostrou como é importante que a obesidade seja melhor entendida como uma doença. Os dados do ACTION IO provam que a obesidade continua sendo subestimada com percepções equivocadas profundamente enraizadas na sociedade e na comunidade médica", comentou o professor Ian Caterson, investigador líder do ACTION IO e diretor da Fundação do Instituto Boden da Universidade de Sydney.
Sobre o estudo
O ACTION IO (Awareness, Care, and Treatment In Obesity MaNagement - an International Observation) é um estudo comportamental que visa investigar as barreiras do tratamento da obesidade sob a perspectiva de pessoas com obesidade e médicos.
Há mais de 14.500 pacientes envolvidos e quase 2.800 profissionais de saúde de 11 países, incluindo: Austrália, Chile, Israel, Itália, Japão, México, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Espanha, Emirados Árabes e Reino Unido.
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