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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Azia, dor, diarreia: 20 sinais físicos que podem indicar transtorno mental

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Simone Cunha

Colaboração para o VivaBem

21/10/2020 04h00

Resumo da notícia

  • A causa do adoecimento mental é multifatorial e está relacionada a fatores genéticos, biológicos e ambientais
  • Tudo que deve funcionar de forma fisiológica pode ser alterado
  • As manifestações ocorrem em diversos sistemas, como respiratório, cardiovascular e gastrointestinal
  • Para tirar a dúvida da verdadeira causa, é importante investigar e ter um diagnóstico mais preciso, assim é possível fazer o melhor tratamento

Um simples desconforto gástrico pode ter origem na fritura do almoço ou até ser sintoma de algo mais sério, como um transtorno psíquico. Pois é. Uma doença mental tende a afetar o organismo de forma integral e o corpo repercute de várias formas, dando alerta de que precisa de cuidado, assistência e até alguma mudança.

"A causa do adoecimento mental é multifatorial, estando relacionada com fatores genéticos, biológicos e ambientais. E o resultado é percebido por meio de sintomas psíquicos e físicos", explica o psiquiatra Luan Diego Marques, professor colaborador na UnB (Universidade de Brasília). Portanto, dar mais atenção aos sinais do próprio corpo é essencial para buscar um diagnóstico e apostar em um tratamento correto.

"As manifestações ocorrem em diversos sistemas de funcionamento como respiratório, cardiovascular, gastrointestinal, sistema nervoso central e esquelético. Afinal, todos podem ser impactados e apresentar algum tipo de sintoma", diz o psiquiatra Cláudio Martins, vice-presidente da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Cada vez mais, é necessário reforçar que saúde física e mental estão interligadas e devem ser bem cuidadas em conjunto.

azia - iStock - iStock
Azia nem sempre é provocada por uma alimentação ruim
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Para saber quais são esses sinais físicos que podem ser também sintomas de transtornos mentais, listamos 20 deles, com a ajuda dos especialistas:

Sistema respiratório

  • Alterações no ritmo respiratório
Cardiovascular
  • Alteração no ritmo de coração, provocando taquicardia (aumento nos batimentos cardíacos)
  • Dor no peito (podendo ser confundido com infarto)
  • Pressão arterial mais elevada
Gastrointestinal
  • Diarreia
  • Constipação (prisão de ventre)
  • Cólicas
  • Vômitos
  • Azia
  • Dificuldade na deglutição
  • Inapetência (falta de apetite)
  • Intolerância gástrica
Sistema nervoso central
  • Dor de cabeça intensa e persistente
  • Alterações na visão, deixando-a turva
  • Dificuldade na percepção dos sentidos, como olfato e paladar
Esquelético
  • Dores crônicas articulares na coluna, cervical e lombar
  • Dores nos ombros
  • Peso nas pernas

Além desses, o sistema imunológico é suprimido pelo estresse crônico, o que pode deixar o organismo vulnerável a infecções, e a insônia está muito relacionada à depressão. Já é sabido que pessoas com insônia estão mais sujeitas a ter a doença, e quem está deprimido pode ter problemas para dormir. "Isso ocorre, provavelmente, por conta da ação desse transtorno nos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e gaba (gama-aminobutírico). Esse desarranjo noturno impacta no humor e funcionalidade do indivíduo", diz Marques.

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Dor no peito também pode ser sintoma de ansiedade ou pânico
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Fique de olho

Para Pedro Katz, psiquiatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, dar atenção ao próprio corpo e suas reações é a melhor forma de observar se algo está fora de ordem. "É fundamental observar se houve alguma mudança ou evento estressor e perceber se tais sinais estão persistentes. O paciente não apresentava queixa em relação a alguns dos sintomas, e passa a tê-lo de maneira mais persistente", diz.

Você já deve ter ouvido falar nas pessoas que procuram ajuda médica, realizam todos os exames e não identificam nada. Em geral, nesses casos, sinais físicos podem ser provocados por algum transtorno mental. Mas nem por isso a busca por um diagnóstico deve ser descartada. "Pode ser um problema que não está sozinho, portanto, não é ideal esperar para investigar e ter um diagnóstico mais preciso", diz Katz. Aliás, a dica dos especialistas é realizar essa investigação logo, antes que a doença realmente se instale. Cerca de três semanas é um prazo aceitável, passado esse tempo não é correto realizar uma manutenção por conta própria, buscando medicamentos para aliviar o sintoma.

"Situações psicológicas podem agravar uma patologia. Neste caso, se a pessoa apresenta um sintoma mais vago, como dificuldade de sono, falta de prazer, quadro doloroso persistente, é hora de marcar uma consulta médica", diz Leonardo de Almeida Sodré, médico Psiquiatra, PhD e professor na UnB. Ele destaca ainda que muitos pacientes têm mais dificuldade de expressar um sintoma psíquico do que um físico, porém, é imprescindível levar em consideração sinais como tristeza, apatia, cansaço, falta de energia. Afinal, combater o estigma em relação à saúde mental ainda é um desafio a ser vencido.