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Ellen Rocche diz que congelou óvulos; para quem a técnica é indicada?

Reprodução Instagram/@ellen_rocche
Imagem: Reprodução Instagram/@ellen_rocche

Do VivaBem, em São Paulo

01/11/2020 11h24

Aos 41 anos, a atriz Ellen Rocche contou, em entrevista à revista Quem, que tem planos de formar uma família no futuro, e para isso, já fez o congelamento de seus óvulos.

"Ser mãe é mágico. Sou família e muito coração. Cuido do meu irmão, sou mãezona e sempre sonhei em ter a minha família, com meu marido, parceiro, companheiro e nunca tive vontade de ter um filho só por ter, sabe? Por isso, que esperei tanto e a vida nos encaminha a caminhos diferentes, e o tempo vai passando... Quis congelar, porque se passar muito tempo, lá na frente não quero me arrepender de querer ter filhos e não poder", disse.

Toda mulher nasce com uma quantidade delimitada de óvulos, que vão sendo descartados ao longo dos anos e nunca são repostos. Por isso, a técnica é geralmente recomendada a partir dos 35 anos, quando há, além de uma queda importante na quantidade, piora acentuada na qualidade desses óvulos, o que pode aumentar as chances de síndromes cromossômicas no bebê e abortos espontâneos. Cada caso deve ser avaliado individualmente por um especialista.

Mesmo com todo o avanço da medicina, ainda não há uma forma de rejuvenescer os óvulos femininos. "O congelamento, assim, é uma forma de preservar a fertilidade da mulher, pois consegue conservar os óvulos saudáveis mesmo com o avanço da idade", diz o especialista em reprodução humana Fernando Prado, diretor técnico da clínica Neo Vita e diretor do setor de embriologia do Labforlife.

Como funciona a técnica?

O passo a passo se assemelha a uma fertilização in vitro. Após realizar uma bateria de exames para garantir que a paciente não tem HIV, hepatite, ou outros vírus, além de precisar a quantidade e qualidade dos óvulos, a mulher passa por uma estimulação hormonal da ovulação, feita por meio da aplicação de injeções subcutâneas por cerca de dez dias.

Após o amadurecimento dos óvulos, com a paciente sedada, eles são coletados com a ajuda de um ultrassom transvaginal. Depois, eles são selecionados por um embriologista e apenas os mais aptos são preservados.

"O ideal é que pelo menos oito sejam resgatados. A média que conseguimos é entre 12 e 15", afirma Thais Domingues, médica especialista em reprodução assistida da clínica Huntington Medicina Reprodutiva, em São Paulo.

Esse material pode ficar guardado no laboratório por tempo indeterminado, até que a mulher decida engravidar. Os especialistas recomendam que isso seja feito até os 50 anos, porque com essa idade aumentam os riscos de pressão alta e diabetes gestacional, quadros que podem causar danos à saúde da mãe e do bebê.