Salmão ou tilápia: qual peixe é mais nutritivo e saudável?
Resumo da notícia
- Os peixes são opções saudáveis e tanto o salmão quanto a tilápia oferecem diversos nutrientes
- O salmão é um peixe mais gorduroso, de carne firme, cor alaranjada, sabor intenso e boa fonte de ômega 3
- A tilápia tem uma carne clara, magra, de sabor suave e também menos gorduras
- Ambos os peixes podem ser consumidos com regularidade, pois são considerados saudáveis
- O salmão, apesar de ser mais calórico e gorduroso, contém mais nutrientes, mas a tilápia pode substituí-lo
Incluir regularmente peixes na dieta oferece diversos nutrientes importantes para o organismo. Na hora de escolher, duas opções costumam se destacar: salmão e tilápia. A diferença de preço pesa na hora da seleção, já que o primeiro costuma ser bem mais caro, mas será que os benefícios à saúde também são tão diferentes assim?
De acordo os especialistas consultados pelo VivaBem, ambos podem ser considerados alimentos saudáveis e nutritivos. Mas o salmão possui quantidades maiores de nutrientes por porção, o que o torna o campeão da disputa.
O peixe de carne alaranjada tem mais calorias —em 100 g há 222 kcal, enquanto a tilápia contém 107 kcal —, mas apesar de ser um alimento mais gorduroso, ele oferece gorduras consideradas boas para a saúde.
O principal nutriente do salmão é o ômega 3, um tipo de gordura considerada essencial para o organismo e obtida apenas com o consumo de alguns alimentos. "Há evidências científicas que o ácido graxo ômega 3 apresenta melhoria no equilíbrio dos hormônios e neurotransmissores cerebrais. Por isso, contribui com a prevenção de demências", destaca Suellen Bley Vieira, nutricionista e professora da FMU.
Mas isso não quer dizer tilápia deva ser excluída da dieta. "Os peixes oferecem muitos nutrientes necessários para o corpo. Eles possuem um valor calórico, muitas vezes, inferior a outros alimentos como as carnes vermelhas. São de fácil digestibilidade, contêm gorduras de boa qualidade e proteínas. Por isso, devem ser incluídos nas refeições com frequência", destaca Renata Sancho, nutricionista e professora da PUC de Campinas (SP).
Além de ser mais barata (seu preço pode chegar a ser 30% mais barato), ela tem menos gorduras no geral. Por isso, o ideal é variar no consumo para obter os benefícios. "Ambos são saudáveis e podem ser consumidos com regularidade. A tilápia tem menos gorduras, sendo uma ótima opção para quem quer perder peso e ainda quer obter todos os benefícios do peixe. Mas, o salmão também é uma ótima fonte de nutrientes e deve fazer parte da dieta", diz Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
Comparada com o salmão, a tilápia contém bem menos ômega 3, mas ainda oferece o nutriente em pequenas quantidades por porção. Irene Coutinho, nutricionista e conselheira do CRN-3, explica que o consumo de peixes, mesmo os com menores quantidades desse tipo de gordura (ômega 3), é recomendado. "Eles são importantes fontes de proteínas, vitaminas e minerais, especialmente o cálcio e vitamina D, que ajudam na manutenção da saúde óssea", explica. Quanto à proteína, ambos os peixes praticamente empatam na quantidade: o salmão contém 23,9 g e a tilápia, 22,2 g.
Quantidade recomendada e como consumir
A recomendação é consumir cerca de uma porção (100 a 140 g) de peixe duas a três vezes por semana. Em algumas regiões do país, essas quantidades são maiores, mas não há problema em consumi-los todos os dias.
"Os peixes são alimentos saudáveis. Tanto que não existem efetivamente trabalhos científicos mostrando que a ingestão em excesso seria prejudicial à saúde, como ocorre com a carne vermelha e os embutidos, por exemplo", destaca Ribas Filho.
Há diversas formas de preparo dos peixes, mas o ideal é evitar cozinhar por muito tempo e optar pelas preparações no vapor, grelhadas ou consumir cru. O peixe frito e empanado não é considerado saudável devido às grandes quantidades de óleo e gorduras saturadas. Por isso, é melhor consumir dessa forma com moderação.
É possível abusar da criatividade e variar bastante o cardápio para incluir o salmão e a tilápia. Entre as opções estão: grelhados com molho, tartare, aperitivos, recheios de sanduíches, molhos, patês, bolinhos, iscas, espetinhos, entre outras.
Riscos de consumo
É muito importante se atentar para a procedência do peixe na hora da compra. De acordo com Coutinho, a quantidade de ácidos graxos insaturados em cada peixe sofre interferência do local de cativeiro e qual o tipo de ração que o animal recebe.
"E é preciso ficar de olho em algumas características do peixe antes de comprar —vale verificar o brilho dos olhos, as guelras devem apresentar uma cor que varia entre rosa e vermelho, as escamas devem estar unidas e brilhantes e o odor deve ser característico, mas não repugnante. A pele deve estar firme, úmida e sem manchas", completa.
Além disso, se optar pelos congelados, se assegure de que a embalagem esteja intacta e armazenada em um ambiente com temperatura adequada para evitar o risco de contaminação. É preciso também olhar a data de validade.
Segundo Sancho, o maior risco do consumo de peixes é em relação à contaminação de mercúrio, que é um metal pesado. "O consumo excessivo pode levar a intoxicação. Mas, os estudos apontam que nesses dois peixes os teores de mercúrio são baixos e não atingem os limites estabelecidos como mínimos pela legislação. Dessa forma, são considerados peixes seguros para o consumo", explica a nutricionista.
Veja as propriedades nutricionais dos alimentos (100g) grelhados, sem óleo ou sal, para comparação:
Calorias
Salmão: 222 kcal
Tilápia: 107 kcal
Proteínas
Salmão: 23,9 g
Tilápia: 22,2g
Ácidos graxos poli-insaturados
Salmão: 6,97g
Tilápia: 0,44 g
Cálcio
Salmão: 28,8 mg
Tilápia: 11,7 mg
Ferro
Salmão: 0,54 mg
Tilápia: 0,65 mg
Magnésio
Salmão: 27,8 mg
Tilápia: 31,3 mg
Fósforo
Salmão: 299 mg
Tilápia: 197 mg
Potássio
Salmão: 383 mg
Tilápia: 350 mg
Zinco
Salmão: 0,56 mg
Tilápia: 0,38 mg
Vitamina D
Salmão: 4,04 mcg
Tilápia: 3,40 mcg
Vitamina E
Salmão: 2,10 mg
Tilápia: 0,49 mg
Vitamina B12
Salmão: 1,86 mcg
Tilápia: 1,65 mcg
Referência: TBCA - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
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