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Carambola, noz-moscada, ostras: veja alimentos que podem ser tóxicos

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Imagem: iStock

Simone Cunha

Colaboração para o VivaBem

22/04/2021 04h00

Resumo da notícia

  • Substâncias presentes em alguns alimentos podem inibir a absorção de nutrientes ou deixá-los tóxicos se consumidos crus
  • A intoxicação acontece após o consumo de alimentos com toxinas produzidas por fungos ou bactérias
  • Essas toxinas irritam ou destroem a parede intestinal, por isso é importante ter cuidado ao ingerir tais alimentos

Alguns alimentos comumente compõem o cardápio dos brasileiros, como carambola, espinafre, mandioca, castanha-do-pará. Mas você sabia que todos eles contêm fatores antinutricionais e exigem um pouco mais de atenção no consumo? "Essas substâncias estão presentes em alguns alimentos, podendo inibir a absorção de um ou mais nutrientes ou serem tóxicos, se consumidos crus", informa a nutricionista e fitoterapeuta Vanderli Marchiori, fundadora da APFIT (Associação Paulista de Fitoterapia).

A intoxicação acontece após o consumo de alimentos com toxinas produzidas por fungos ou bactérias. "Após a ingestão dessas toxinas, surgem sintomas como vômito, náuseas, dor de cabeça e diarreia, além de cansaço extremo, fraqueza e desidratação", diz a nutricionista Isabelle Chaer Caiado, nutricionista do Art Beauty Center (SP) e membro do IBNF (Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional).

Essas toxinas irritam ou destroem a parede intestinal, por isso é importante ter cuidado ao ingerir tais alimentos. "Em geral, com o cozimento ou deixando de molho, eliminamos estes fatores", diz Lívia Hasegawa, nutricionista formada pela USP (Universidade de São Paulo), com especialização em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Em alguns casos, a dica é evitar o consumo elevado.

A seguir, as especialistas apontam alguns desses alimentos que exigem cuidado extra:

Feijão vermelho - iStock - iStock
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Feijão vermelho

Contém fitatos inibidores das enzimas tripsina e proteases, podendo provocar má digestão, gases e diarreia. Deixar de molho por até 12 horas, desprezando essa água para eliminar os fitatos do alimento e um bom cozimento são suficientes para resolver o problema.

Soja - iStock - iStock
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Grãos de soja

Contém hemaglutininas inibidores das enzimas proteases, podendo causar lesão intestinal. Também vale deixar de molho por até 12 horas e cozinhar bem.

ervilha - iStock - iStock
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Ervilhas e leguminosas em geral

Contêm inibidores de alfa-amilase, prejudicando a digestão do amido e causando desconforto digestivo. Mais uma vez, um bom cozimento é essencial para evitar o problema.

Berinjela - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
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Batata, berinjela e tomate

Contêm alcaloides, que podem causar lesão intestinal. Aqui, a dica é evitar o consumo elevado.

Espinafre - iStock - iStock
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Espinafre

Contém alto teor de ácido oxálico, que reduz a absorção de vitaminas e minerais, podendo causar deficiência de cálcio e ferro por interferência na absorção desses minerais. Deve ser ingerido cozido, e não cru, e em poucas quantidades.

Mandioca in natura - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
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Mandioca-brava

Contém glicosídeos cianogênicos, fitatos e oxalatos, que podem causar lesão hepática e até levar a óbito. Não pode ser consumida como a mandioca comum, é utilizada apenas na indústria sendo submetida a temperaturas muito elevadas que destroem os efeitos destes compostos que podem ser perigosos à saúde.

Cogumelos - iStock - iStock
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Cogumelos

Algumas espécies são venenosas —podem causar diarreia, vômito e levar a óbito. É importante consumir apenas quando tiver informações de sua origem e nunca ingerir cogumelos colhidos na natureza.

Ostras - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
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Ostras

Pode haver contaminação pelas bactérias Listeria monocytogenes ou Clostridium perfringens, que provocam diarreia e vômitos intensos. É mais seguro evitar o consumo deste molusco cru, mas se optar por essa versão, fique muito atento à sua procedência e frescor.

Noz Moscada - iStock - iStock
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Noz-moscada

Contém miristicina, que causa alucinações e despersonalização, se consumida em grandes quantidades (acima de 5 g do pó). Nada de excessos, uma pitada é suficiente.

Carambola - iStock - iStock
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Carambola

Contém uma substância chamada caramboxina, que pode provocar lesão renal se consumida em grandes quantidades e frequência. Para quem tem doença renal crônica, o fruto deve ser evitado. Os demais podem consumir com parcimônia.

Castanha-do-pará - iStock - iStock
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Castanha-do-pará

Pode conter fungos que causam uma síndrome fúngica com frequente expressão em cistites de repetição e onicomicose (infecção nas unhas). Além disso, ricas em selênio, não é recomendado consumir mais de duas castanhas grandes por dia. Em excesso, pode causar uma condição tóxica, a selenose, que provoca náuseas, vômitos, dor abdominal e distúrbios gastrointestinais.