Conviver com um fumante aumenta o risco de câncer de boca, aponta estudo
Ainda que você não fume, respirar a fumaça do cigarro de alguém com quem você convive pode aumentar o risco de câncer bucal em mais de 50%, de acordo com um novo estudo publicado na revista Tobacco Control.
Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), a fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde no ambiente contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. E não adianta só abrir o vidro do carro ou esperar que alguns minutos passem: as substâncias ficam no ar por até 24 horas.
Como o estudo foi feito
- A equipe analisou cinco estudos da Ásia, Europa, América do Norte e América Latina que incluíram um total de quase 7000 pessoas -- incluindo mais de 3.400 que foram expostas ao fumo passivo.
- Os resultados apontam que as pessoas que foram expostas ao fumo passivo tinham um risco 51% maior de desenvolver câncer oral (câncer de lábios, boca e garganta).
- Exposições de mais de 10 ou 15 anos aumentaram o risco em mais de duas vezes do que em pessoas não expostas ao fumo passivo.
De acordo com os cientistas, a revisão sistemática e meta-análise apoiam uma associação causal entre a exposição ao fumo passivo e o câncer oral.
"Além disso, as análises da resposta à exposição, incluindo a duração da exposição (mais de 10 ou 15 anos) ao fumo passivo, apoiam ainda mais a inferência causal", disseram os autores em um comunicado à imprensa.
Além do câncer de boca, outras pesquisas já mostraram que o fumo passivo pode causar diversas doenças, como asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica, câncer de pulmão, aterosclerose, infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
*Com informações da reportagem de Luiza Vidal, publicada no dia 08/01/2020
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