Estado de São Paulo registra queda de 74% nas mortes por Aids
O estado de São Paulo registrou queda de 74% nas mortes por Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Em 2019, 2.049 pessoas morreram, cerca de 5.960 a menos do que as vítimas em 1995, data de recorde nos óbitos pela síndrome dentro de um ano. Cabe destacar que ter o vírus HIV não significa que a pessoa terá Aids. A doença ocorre no estágio mais avançado da infecção e surge quando o organismo está com baixa imunidade, propiciando o surgimento de outras infecções.
O HIV pode estar presente nos seguintes fluidos corporais: sangue, sêmen, líquido pré-seminal, secreções retais, secreções vaginais e leite materno. Para que o vírus seja transmitido, esses fluidos devem entrar em contato com as mucosas (boca ou órgãos genitais) ou algum tecido lesionado; ou devem ser injetados diretamente na corrente sanguínea (por meio de agulha ou seringa).
Dados do panorama de mortalidade por Aids no estado, divulgados pela Fundação Seade na nova edição da série SP Demográfico, mostram que a taxa de mortalidade caiu de 22,9 óbitos a cada 100 mil habitantes em 1995 para 4,6 mortes em 2019.
Os números ainda apontam a redução de 76,1% no número de vítimas do público masculino: Em 2019 morreram 1.397 enquanto 5.850 foram vítimas em 1995. Para as mulheres, a diminuição foi de 65,4%, passando de 1.889 mortes para 652, respectivamente, nas mesmas datas.
O coordenador do Programa Estadual DST/Aids-SP, Alexandre Gonçalves, declarou que a evolução dos meios para a prevenção, testagem e tratamento da doença foram fundamentais para o controle da síndrome, que ainda não tem cura.
"Enquanto isso não acontece [a descoberta da cura], seguiremos focados na prevenção e no tratamento com medicamentos, pois nosso objetivo é que todos tenham acesso a um cuidado adequado e possam continuar a viver, porque é possível viver mesmo tendo a doença. O tratamento é o caminho e é fundamental que os pacientes sigam corretamente, pois, só assim, veremos esses índices terem ainda mais queda ao longo dos anos", declarou Gonçalves.
O diagnóstico para a síndrome é feito através de testagem disponibilizada gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde). No site do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP ou por meio do Disque DST/aids — no telefone 0800 162 550 — é possível encontrar os locais que realizam os testes gratuitamente no estado.
Ter HIV não significa ter Aids
Quando uma pessoa é infectada, o HIV vai para dentro do DNA (código genético) da célula CD4 e faz milhões de cópias de si mesmo, rompendo a célula em busca de outras para continuar a infecção. Com o passar do tempo, a quantidade de células CD4 diminui muito, o que torna o organismo vulnerável para outras doenças. Só nessa fase, mais avançada é que podemos falar em Aids. Ou seja: o aparecimento de infecções oportunistas e cânceres é o que define a doença.
Em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da doença é de cerca de dez anos. Mas isso pode acontecer muito antes para alguns indivíduos.
Outros podem nunca vir a ter Aids, ou porque iniciaram tratamento logo após o diagnóstico, ou porque o sistema imunológico consegue controlar a infecção — esses indivíduos são chamados "Controladores de elite" e mantêm carga viral HIV indetectável e contagem elevada de células CD4 sem uso de antirretrovirais.
Pesquisadores descobriram um gene específico, denominado HLA B57, que faz com que o portador tenha mais linfócitos T e, como consequência, seja menos vulnerável ao HIV.
*Com informações de Tatiana Pronin, em colaboração para o VivaBem
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