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Pfizer diz que comprimido antiviral reduz risco de covid-19 grave em 89%

Pílula da Pfizer reduz risco de internação - Galina Sharapova/Istock
Pílula da Pfizer reduz risco de internação Imagem: Galina Sharapova/Istock

Colaboração para o UOL

05/11/2021 08h26

Um tratamento experimental com pílulas desenvolvido pela Pfizer pode reduzir o risco de ser hospitalizado ou morrer de covid-19 em 89%, se tomado dentro de três dias após o desenvolvimento dos sintomas, de acordo com resultados divulgados hoje pela empresa farmacêutica.

Num estudo com 1.219 pacientes com maior risco de desenvolver sintomas graves pela covid, as pessoas que tomaram as pílulas da Pfizer mostraram menos probabilidade de acabar no hospital, em comparação àqueles que tomaram as pílulas de placebo.

A farmacêutica disse em comunicado que, "devido à eficácia esmagadora" do medicamento, planeja enviar os resultados às autoridades reguladoras dos Estados Unidos para autorização emergencial no país. Os pedidos de autorização a outras agências regulatórias devem ser submetidos logo após a solicitação nos EUA.

Segundo a Pfizer, a pílula inibe uma enzima chamada protease, o que deve impedir que o vírus se replique. Alguns medicamentos para o HIV funcionam de maneira semelhante.

Do total de 1.219 voluntários, só 0,8% que começou o tratamento três dias depois de adoecer foi hospitalizado e nenhum morreu, enquanto 7% do total de indivíduos que receberam um placebo nesse período foram hospitalizados ou morreram posteriormente.

Resultados semelhantes foram identificados quando o medicamento foi administrado dentro de cinco dias do início dos sintomas. O estudo não foi publicado em revista médica.

No Brasil, fazem parte dos testes clínicos do medicamento pessoas em cerca de 20 centros de pesquisa nos Estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.

Concorrente da Merck

Com os resultados, agora existem dois candidatos promissores para o tratamento de pacientes com covid-19 no início da doença. No mês passado, a Merck & Co. e a parceira Ridgeback Biotherapeutics submeteram sua pílula experimental a reguladores depois que um estudo mostrou que o medicamento reduzia o risco de casos graves ou mortes pela metade em pacientes com covid-19 leve a moderada.

Na quinta, o órgão regulatório de saúde do Reino Unido deu aval ao tratamento. Trata-se do primeiro país a autorizar o uso do medicamento, que pode ser tomado em casa e tem ajudado a reduzir internações e óbitos de pacientes de maior risco. Conhecido como molnupiravir, o medicamento terá o nome comercial de Lagevrio.

Alternativas têm sido testadas

Os anticorpos monoclonais de empresas como Regeneron e Eli Lilly reduzem as hospitalizações, mas as infusões são difíceis de fabricar e devem ser administradas em consultório médico, aumentando a pressão sobre os sistemas de saúde.

Outros medicamentos como o remdesivir, da Gilead Sciences, são usados para tratar pessoas que já estão hospitalizadas. O esteroide dexametasona tem baixo custo e, embora eficaz, também é administrado a pacientes com casos graves de covid.

O tratamento precoce com medicamentos não é indicado para covid-19 nem têm embasamento científico.