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Tudo o que eu como gera queimação, refluxo e inchaço; o que pode ser?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

16/11/2021 04h00

O primeiro passo é tentar perceber se, de fato, tudo o que você come causa estes sintomas. A queimação e o refluxo são os principais sinais da chamada doença do refluxo gastroesofágico, que consiste no relaxamento patológico do esfíncter, músculo que une o esôfago ao estômago. O que acontece é que, após a deglutição, esta válvula relaxa para permitir que o alimento entre no estômago. Depois, o músculo se contrai para prevenir que a comida e o ácido do estômago retornem para o esôfago. Eventualmente, o esfíncter relaxa inapropriadamente, permitindo que o ácido do estômago volte para o esôfago, causando, então, os sintomas de azia e regurgitação.

Já o inchaço pode acontecer devido à dificuldade no esvaziamento do estômago, ou por intolerâncias alimentares. Por isso, é de extrema importância buscar a ajuda de um médico gastroenterologista. O profissional da saúde fará todos os exames necessários para identificar o que está, de fato, por trás dos sintomas que você relatou e, assim, prescrever o tratamento correto.

No dia a dia também dá para tomar algumas atitudes que podem evitar o surgimento destes sintomas. A começar por uma reeducação alimentar. Evitar os alimentos que façam mal, organizar os horários das refeições, que devem ser regulares e não exageradas em grande quantidade, limitar a ingestão de líquidos durante as refeições, evitar comer e se deitar em seguida (esperar pelo menos 2 horas), parar de fumar e de ingerir bebidas alcoólicas e, sempre que necessário, perder peso.

É preciso ficar atento à sua dieta. Isso porque comidas gordurosas, condimentadas, frituras, molhos de tomate, hortelã, sucos e frutas cítricas, bebidas gaseificadas (água com gás, refrigerantes), café e chocolates são os mais relacionados ao refluxo, pois interferem no relaxamento do esfíncter. Carboidratos contidos nas massas, feijões, lentilha, leite e derivados, algumas frutas e mel podem causar desconforto nos pacientes intolerantes, cuja digestão é diminuída para esses alimentos, aumentando a produção de gases, o que pode desencadear na sensação de inchaço.

Alguns exercícios físicos também podem contribuir com os sintomas do refluxo gastroesofágico. Por isso, tente evitar atividades que pressionem o estômago, como abdominal, por exemplo, ou outros exercícios deitados. Isso ajuda a pressionar o estômago, que, por sua vez, derrama o conteúdo de volta para o esôfago.

Fontes: Marcelo Vicente, gastroenterologista do HULW-UFPB/Ebserh Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba ligada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares; Roberta Perin Lunkes, médica do serviço de gastroenterologia e cirurgia do aparelho digestivo do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre; Vanessa Prado, cirurgiã do aparelho digestivo e médica do Centro de Especialidades do Aparelho Digestivo do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.

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