'Fiz uma lista com 5 hábitos que queria ter e emagreci 27 kg ao adotá-los'
Com uma alimentação desregrada desde a infância, Nilma Mendes, 30 anos, sofreu durante muito tempo com o efeito sanfona e chegou a pesar quase 100 kg. Após tirar uma foto com os amigos no cinema e não se reconhecer na imagem, a empresária de Salvador decidiu mudar a rotina e emagrecer. A seguir, ela conta como chegou a 71 kg:
"Meu pai era padeiro e sempre trazia pães, bolos e doces para casa. Comer esses alimentos diariamente, em excesso, virou um hábito ruim e refletiu diretamente no meu peso. Engordei ainda pequena e, ao longo da vida, cultivei uma alimentação ruim e pobre em nutrientes.
Minha dieta piorou quando comecei a trabalhar em um call center, aos 19 anos. Como só tinha 20 minutos de pausa para o almoço, precisava comer muito rapidamente e acabava consumindo lanches, sempre acompanhados de refrigerante. Para piorar, esse hábito também se estendia para minha casa. À noite, eu comia cachorro-quente, pizza e outras fast-food.
Apesar do sobrepeso, não tinha problemas de autoestima e minha relação com meu corpo era boa. Muito disso foi graças aos meus pais. Na infância, sofri muito bullying na escola. Chegava em casa triste e chorando, então meus pais sempre me elogiavam muito e me lembravam que eu era linda da forma que era. Isso fez com que eu me aceitasse e gostasse do meu corpo.
Porém, o excesso de peso começou a afetar minha saúde física e mental aos 23 anos, quando engravidei e ganhei 20 kg —fui dos 75 kg aos 95 kg.
De 2014 a 2019, sofri bastante com o efeito sanfona e meu peso ficou oscilando entre 85 kg e quase 100 kg. Desenvolvi compulsão alimentar e me sentia culpada toda vez que comia algo exageradamente. A situação me gerou uma ansiedade que, muitas vezes, me dominava, era frustrante.
O meu problema sempre foi a falta de constância, começava a reeducação alimentar e logo parava. Fazia o plano anual na academia e ia treinar só duas vezes no mês, sempre com a desculpa de que estava cansada, com dores ou de que ia começar a treinar sério na semana seguinte.
Também gastei dinheiro e coloquei minha saúde em risco fazendo dietas malucas e tomando remédios para emagrecer por conta própria. O resultado era sempre o mesmo: perdia peso e depois ganhava tudo novamente. Sem contar os efeitos colaterais: não tinha força nem disposição, sentia tontura e muita dor de cabeça.
Aos 26 anos, não conseguia mais usar salto alto, subia e descia escadas de lado, me apoiando, porque sentia dores no joelho devido ao sobrepeso. Fui ao ortopedista e ele disse que eu precisava emagrecer urgentemente, pois a situação poderia piorar. Tomei um choque, mas isso não foi o suficiente para me fazer mudar.
Essa força veio quase dois anos depois, quando estava com 98 kg e obesidade grau 2. Tirei uma foto com meus amigos no cinema e não me reconheci. A pessoa na imagem aparentava ser alguém muito mais velha. Pela primeira vez, não me senti bem com meu corpo. Fiquei com tanta vergonha que não deixei meus amigos publicarem a foto nas redes sociais.
No dia seguinte, 10 de julho de 2019, decidi iniciar meu processo de emagrecimento, que começou com a leitura do livro 'O Poder da Ação', de Paulo Vieira. Tinha comprado esse livro há algum tempo para melhorar meus resultados no trabalho, mas na época acabei não lendo.
O livro traz vários questionamentos que me levaram a um autoconhecimento e a responder perguntas como: onde eu estou e aonde eu quero chegar? Com a mudança de mentalidade, firmei um compromisso comigo mesma e iniciei um projeto pessoal que chamei de 'Construindo a minha melhor versão'.
A partir daí, fiz uma lista de hábitos novos que eu iria criar e estabeleci pequenas metas:
- Acordar mais cedo, às 5h, para ter tempo de fazer atividade física. Antes, eu me levantava às 7h, me arrumava e já ia direto para o trabalho;
- Treinar ao menos três vezes por semana: como a minha maior dificuldade era ter motivação para ir à academia, estabeleci essa meta simples e fazia ao menos 30 minutos de caminhada na esteira, antes do trabalho;
- Comer de forma saudável: cortei os produtos industrializados, substituí o açúcar pelo adoçante, diminuí o consumo de carboidratos e aumentei a ingestão proteínas e de legumes, verduras e frutas;
- Ler mais livros: apesar de não ter uma relação direta com a perda de peso, é um hábito saudável, que traz bem-estar e me ajudou a controlar a ansiedade e a tirar o foco da comida;
- Estudar e me aprofundar no autoconhecimento, algo que acaba refletindo em tudo na nossa vida.
Com o tempo, as coisas foram fluindo. Na academia, por exemplo, continuei com o exercício aeróbico e passei a fazer musculação três vezes por semana, além de treinamento funcional duas vezes.
Minha uma hora de treino passou a ser mais focada em qualidade do que em quantidade. Antigamente, como eu queria resultados rápidos, fazia tudo no desespero, ficava horas na esteira e depois realizava exercícios em todos os aparelhos da academia. Isso me deixava cansada, sobrecarregada e dolorida. Aí, não tinha ânimo nem vontade de voltar no dia seguinte.
Procurei um nutricionista e expliquei que não conseguia seguir uma dieta muito restritiva. Ele me passou uma reeducação alimentar, baseada em comida de verdade, com refeições diversificadas e nada muito caro. Meu café da manhã tinha ovos e frutas com aveia. No almoço, comia arroz integral, feijão, verduras, legumes e carne, frango ou peixe. No lanche tomava uma vitamina e no jantar comia uma proteína (ovo, carne, frango) com verduras e legumes.
Quando sentia vontade de comer algo diferente, fazia receitas 'fit' de bolo, beijinho, pão de queijo com batata-doce, pizza com farinha de aveia. O legal é que nesse processo adquiri um outro hábito que nem estava previsto: cozinhar.
Ao adotar os cinco hábitos que planejei, perdi 10 kg em dois meses. Não tive pressa, pois queria uma mudança para a vida toda. Em seis meses, emagreci 15 kg e, após dois anos, consegui eliminar 27 kg.
Durante esse processo até atingir 71 kg, compartilhei minha rotina de treino e de alimentação no Instagram (nilmamendes.fit). Vi que isso motivava outras mulheres com objetivos semelhantes e, junto com uma psicóloga, criei um projeto em que propomos metas diárias e desafios mentais às participantes.
Minha experiência me ensinou que é a constância que traz resultado, não dá para começar e parar no meio do caminho. O resultado não surge do dia para a noite, ele é construído. Por isso, não se preocupe com a velocidade do seu processo, importe-se apenas em não parar nem desistir."
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