Com incontinência urinária, ela fez bariátrica, perdeu 53 kg e ganhou saúde
Gabriela Fernandes, 26, desenvolveu compulsão alimentar ainda na infância por conta de ansiedade e carência. Após muitas tentativas frustradas de dieta, ela chegou a 110 kg e a obesidade começou a impactar em sua saúde e autoestima. Mesmo com medo da cirurgia, ela resolveu conversar com um médico e a bariátrica foi o passo inicial para uma vida mais saudável:
"Quando era pequena, amava comer. Negociava com a babá para ela me dar uma pizza brotinho antes do almoço e, depois, ainda consumia grande quantidade de alimentos na refeição. Gostava da sensação de estar 'cheia'. A comida me preenchia e estava presente em momentos de felicidade e de tristeza.
Foi só mais velha que entendi que descontava minha ansiedade e carência na comida, o que desencadeou uma compulsão alimentar. Passava o dia todo comendo e nunca rejeitava o que me ofereciam. Isso foi alargando meu estômago e sentia que precisava comer cada vez mais para me satisfazer.
Ainda criança, comecei a ir a nutricionistas e fazer dieta para emagrecer. Mas esse processo era muito sofrido para mim. Em todo plano de reeducação alimentar eu tinha que reduzir a quantidade de comida que consumia, isso me deixava mal por não sentir mais aquela sensação de empachamento.
Tentei diversas dietas restritivas e pouco saudáveis —só não tomei remédios pois temia os efeitos colaterais. No fim, sempre me frustrava. Ficava sem comer nada que gostava por um ou dois meses, fazendo o maior sacrifício, e só perdia 1 kg. Decepcionada com o resultado, descontava tudo na comida e engordava mais do que emagreci. Assim, ultrapassei os 100 kg (tenho 1,70 m de altura).
A grande questão era realmente a alimentação, pois, mesmo com excesso de peso, nunca fui sedentária. Pelo contrário, era superativa! Malhava, fazia dança de salão e dança do ventre.
Um dia, olhei no espelho e não me reconheci. Pensei no que estava fazendo com meu corpo, minha mente e minha saúde. Minha situação era muito difícil e ninguém sabia o que se passava comigo. Por causa da obesidade, tinha incontinência urinária e vivia cansada, não queria continuar daquela forma.
Nessa mesma semana, fui malhar em um horário totalmente aleatório e falei para um amigo personal trainer que não aguentava mais a minha situação. Um senhor ouviu a conversa e contou a história do filho, que tinha feito cirurgia bariátrica e estava muito feliz.
Ele me passou o nome do médico do filho, mas confesso que, de início, não pensava em fazer a operação. Morria de medo, pois só tinha ouvido histórias de pessoas que tinham emagrecido, mas passavam muito mal etc.
Minha mãe também era contra a bariátrica. Ela sempre teve um corpo atlético e corria maratonas. Ela não vivia a minha realidade. Decidi conversar com o cirurgião e levei minha mãe na consulta. Na época, eu tinha 23 anos e estava com mais de 110 kg. Ainda que meus exames estivessem em ordem, não sabia se me manteria saudável nos próximos anos.
Depois da consulta, minha mãe começou a apoiar o meu processo e tomei a decisão de fazer a cirurgia. Antes do procedimento, cheguei aos 120 kg. Ter acompanhamento de uma equipe multidisciplinar durante todo o processo foi fundamental. Graças a isso, consegui compreender que comia demais por carência. Foi realmente um processo de evolução pessoal e de autoconhecimento.
A cirurgia me fez nascer de novo! Entendi o que estava por trás da obesidade e, em nove meses, perdi 53 kg. Sai da calça 52 para a 36. Não quis emagrecer por estética, mas não posso ignorar que isso melhorou minha relação com meu corpo e aumentou minha autoestima. Também parei de sofrer discriminação e passei a ser mais bem tratada até no ambiente corporativo.
Não sou uma pessoa que romantiza a cirurgia. Ela pode ser um caminho, entre vários, para emagrecer. Mas as pessoas precisam entender que a bariátrica, sozinha, não resolve. Precisei também adotar bons hábitos. Continuo malhando e tenho que manter a alimentação saudável e tomar vitaminas para sempre
A primeira e a segunda semanas do pós-operatório foram as mais difíceis, por conta da dieta líquida. Precisei ressignificar a alimentação na minha cabeça e mensurar até a água que consumia. Mas, depois que entrei na fase pastosa, foi ficando mais fácil.
Mesmo após a bariátrica, cheguei a ter uma crise de compulsão por conta de um pico de estresse no trabalho.
Acabei comendo mais do que conseguia e tive um dumping —quadro ocasionado pela passagem rápida, do estômago para o intestino, de alimentos gordurosos ou ricos em carboidratos simples (doces, refrigerantes etc.), que pode gerar dor de cabeça, alteração dos batimentos cardíacos (taquicardia), náuseas, fraqueza, diarreia.
Esse episódio me assustou muito, pois desmaiei. Botei na minha cabeça que precisava tratar o descontrole alimentar na terapia e retomei as consultas com a psicológica de forma mais frequente. Hoje em dia, quando acontece um pico de estresse e penso em comer, trabalho isso na minha mente para não cair nesse ciclo.
Seguirei com a boa alimentação para o resto da vida, sem deixar de consumir o que gosto. Seis meses após a cirurgia, voltei a comer algumas coisas que tinha vontade, sempre de olho na frequência e quantidade. Entendi que posso comer uma pizza, mas não todos os dias e várias fatias. Hoje, como uma vez por mês e, no máximo, dois pedaços.
Depois que emagreci, sobrou muita pele, mas como já treinava e continuei fazendo musculação, não tive tanta flacidez —só nos seios e na barriga. Fiz abdominoplastia e coloquei próteses de silicone. Hoje, mantenho meu peso em 71 kg e me sinto mais saudável. Consigo fazer coisas simples, que quando era obesa não era capaz, como subir escadas!
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