Conheça cuidados de pré e pós-operatório das cirurgias mamárias
Dados de uma pesquisa divulgada em dezembro de 2021 pela Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica) mostram que os procedimentos de cirurgia plástica para fins estéticos diminuíram, em geral, 10,9% em 2020, com o fechamento temporário das clínicas de 77,8% dos cirurgiões de todo o mundo durante a pandemia da covid-19.
Porém, a cirurgia para aumento das mamas permanece no topo da lista, representando 16% de todos os procedimentos, seguido da lipoaspiração (15,1%), cirurgia das pálpebras (12,1%), rinoplastia (8,4%) e abdominoplastia (7,6%).
Queridinha das mulheres e ganhando adeptos do gênero masculino, os objetivos para a realização de uma cirurgia mamária variam. Seja para aumentar ou diminuir os seios, levantá-los e até reconstruí-los em caso de câncer de mama, o procedimento aumenta o bem-estar e a autoestima.
Um problema que atinge 60% do público masculino é o aumento de tecido nas glândulas mamárias. Geralmente, a ginecomastia é indicada para homens que, mesmo após a fase da puberdade, continuam sofrendo com o problema.
Conheça os tipos de cirurgias de mama
- Mamoplastia (aumento e redução)
- Mastopexia (para levantar os seios)
- Reconstrução de seios (em casos de câncer de mama)
- Ginecomastia (para homens que possuem um aumento de tecido nas glândulas mamárias)
Apesar de muito popular, as cirurgias mamárias ainda geram muitas dúvidas com relação ao pré e pós-operatório, que são etapas importantes para que tudo ocorra da melhor forma possível.
Os especialistas orientam a sempre buscar o acompanhamento de um cirurgião experiente. Ele fará um estudo detalhado do caso e dará as indicações necessárias. Apesar da existência de padrões, a cirurgia é diferente para cada paciente e os cuidados do pré-operatório devem ser definidos de acordo com as características de cada um.
Recomendações de pré-operatório
Realizar todos os exames pré-operatórios requisitados pelo médico: exame de sangue, eletrocardiograma, radiografia de tórax, mamografia etc. Dependendo do histórico do paciente, o médico pode solicitar exames específicos.
A alimentação do pré-operatório deve ser focada no incremento da imunidade, sendo importante a manutenção de índices satisfatórios de vitamina D e em alimentos que auxiliem na cicatrização como os ricos em vitamina C. Por isso, uma dieta equilibrada é fundamental, sobretudo com a ingestão de frutas cítricas, espinafre e brócolis, além de fontes de proteína como a carne vermelha magra, peixes e aves, bem como gordura boa como o azeite de oliva e salmão, que é rico em ômega 3.
Pacientes que habitualmente usam substâncias como ginkgo biloba e arnica precisam suspender o consumo. Essas substâncias podem atrapalhar na coagulação do sangue e consequentemente o sucesso da cirurgia.
O uso de medicamentos para perda de peso, dependendo do caso, precisa ser interrompido até 10 dias antes do procedimento.
Caso seja fumante, deve-se parar pelo menos duas semanas antes da cirurgia.
Recomendações de pós-operatório
O repouso é recomendado um mês após a cirurgia. De acordo com cada caso, o profissional que realizou a cirurgia dará melhores informações sobre os cuidados.
No pós-operatório, é preciso dormir com a mama virada para cima e, para pessoas que não estão acostumadas, isso pode ser desconfortável. Algumas alternativas podem ser prescritas pelo médico e uma equipe de fisioterapeutas.
Cuidado com traumas e impactos na região do tórax. A atenção deve ser dada a crianças e animais de estimação, que podem esbarrar acidentalmente no local da cirurgia.
As proteínas e vitaminas presentes nos alimentos são fundamentais para uma boa cicatrização, desta forma, o pós-operatório não é o momento ideal para fazer uma dieta restritiva.
Dirigir e fazer atividade física só após a quinta semana do procedimento, mas isso depende do quadro de evolução do pós-operatório, em alguns casos isso pode se estender para dois meses.
Cuidados com a cicatriz
É recomendável usar sutiã pós-operatório, que é aquele em que a costura fica do lado de fora, levando mais conforto à paciente. Mas essa indicação depende da cirurgia que foi realizada.
Além do sutiã, há a possibilidade do enfaixamento em torno do tórax, que fica com a bandagem ou cinta de compressão no caso da ginecomastia. É imprescindível o uso da cinta de forma contínua por um período de 15 dia, para conforto e redução do edema e seroma, podendo ser retirado para dormir após o 15º dia de pós-operatório dependendo da recuperação do paciente.
Em alguns casos, indica-se a aplicação de laser na cicatriz nas primeiras três semanas após o procedimento. Ele reduz os efeitos inflamatórios comuns no pós-operatório, além de ajudar na produção de colágeno, acelerar o processo de cicatrização e prevenir queloides.
Após o período de aderência da cicatriz, dependendo de cada paciente, é usado o micropore, que vai proteger a cicatriz e manter as bordas bem fechadas. Isso faz com que elas fiquem finas e praticamente inaparentes.
No estágio final do processo de cicatrização é indicado o uso de cremes à base de silicone ou fitas siliconadas.
A recomendação para voltar a se expor ao sol é no período de 60 dias. Mesmo assim, é importante passar protetor solar na cicatriz ou colocar um micropore para protegê-la.
Fontes: José Octavio Gonçalves de Freitas, presidente da SBCP-SP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo); Silvio Bromberg, mastologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Otávio Machado de Almeida, cirurgião plástico do Hospital Nove de Julho (SP); Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética); Ana Beatriz Albuquerque, vice-presidente da SBM-PE (Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Pernambuco), médica cirurgiã no Hospital das Clínicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e no Hospital Esperança Recife, da Rede D'Or.
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