Açafrão: especiaria tem antioxidantes e é afrodisíaca; veja 7 benefícios
Considerada a especiaria mais cara do mundo, o açafrão é colhido da flor Crocus sativus. Ele é conhecido como o "verdadeiro açafrão" e, apesar de ser bastante valorizado na gastronomia mundial, seu consumo no Brasil é ainda limitado devido ao alto custo: o quilo do tempero pode ser comparado com o preço do ouro.
O valor elevado se explica pela forma de produção do açafrão: a colheita das flores de cor violeta é feita manualmente e são necessários milhares de plantas para obter um quilo da especiaria.
Sua origem ainda é incerta, mas acredita-se que tenha sido cultivado inicialmente no Mediterrâneo e é usado desde a Antiguidade, devido às suas propriedades medicinais. Além do sabor diferenciado, o ingrediente exótico possui nutrientes importantes para a saúde. Entre eles, destaca-se a presença de antioxidantes.
De acordo com a TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos), em uma colher (café) cheia de açafrão, encontramos apenas 14 calorias, mas contém cálcio, magnésio, potássio e vitamina C.
A seguir, veja as vantagens de incluir o açafrão nas receitas especiais.
1. Fonte de antioxidantes
O açafrão tem diversos compostos vegetais, mas se destaca pela quantidade de antioxidantes, ou seja, moléculas que protegem as células contra os radicais livres e o estresse oxidativo. Por isso, pode ter ação protetiva contra o envelhecimento precoce e doenças inflamatórias.
Entre os antioxidantes presentes no açafrão podemos citar: crocina e crocetina (responsáveis pela coloração avermelhada do tempero), safranal e kaempferol.
2. Melhora o humor
O açafrão ajuda a diminuir os sintomas de depressão leve e também moderada. Alguns estudos (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24299602/) apontam que o suplemento de açafrão costuma ser eficaz no controle da doença.
Vale destacar que nenhum alimento isolado consegue combater a depressão. Trata-se de um transtorno mental que precisa de tratamento medicamentoso, acompanhamento médico e mudanças de hábitos.
3. Reduz a síndrome pré-menstrual
É bastante comum que as mulheres tenham a síndrome pré-menstrual, ou SPM, antes do início da menstruação. Geralmente, surgem sintomas físicos e emocionais. O açafrão pode contribuir com o bem-estar nesse período do mês ao diminuir a irritabilidade, dores de cabeça e ansiedade.
4. Atua como afrodisíaco
O açafrão possui propriedades afrodisíacas e é benéfico especialmente em pessoas que tomam antidepressivos. Um estudo demonstrou que os homens que usaram o suplemento de açafrão por um mês tiveram menos problemas de ereção.
Já uma pesquisa realizada com mulheres apontou que o uso da especiaria aumentou o desejo sexual e a lubrificação vaginal.
5. Aumenta a saciedade
Um estudo também mostrou que o suplemento de açafrão pode contribuir com a saciedade. Por conta disso, reduz o apetite e, de forma indireta, atua na perda de peso.
6. Pode fazer bem para quem tem Alzheimer
Por ter antioxidantes, o açafrão pode melhorar a cognição de pessoas com algum tipo de demência, como é o caso do Alzheimer. Uma pesquisa destacou que os compostos do açafrão, como a crocina, reduzem a inflamação e os danos oxidativos no cérebro, o que proporciona efeitos benéficos para quem tem a condição.
7. Melhora a visão
Algumas pesquisas também relatam que o açafrão é benéfico para a saúde ocular, principalmente para quem tem degeneração macular relacionada à idade —a condição afeta pessoas idosas e provoca a perda de visão.
A suplementação diária com açafrão por seis meses resultou em uma melhora significativa a médio prazo no funcionamento da retina em pessoas com o problema.
Benefícios em estudo
Previne o câncer
O açafrão contém antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres nocivos, comumente associados a doenças crônicas como o câncer.
Um estudo realizado em tubo de ensaio demonstrou que alguns compostos da especiaria conseguem combater as células cancerosas presentes no cólon, assim como impedem seu crescimento.
No entanto, precisam ser realizadas mais pesquisas envolvendo os seres humanos para comprovar o benefício. Além disso, na maioria das vezes, o câncer pode ser prevenido com uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis, mas não existe um alimento que possa diminuir o risco de surgir neoplasias, que também podem ser hereditárias.
Reduz o risco de doenças cardíacas
Estudos realizados em cobaias e em tubos de ensaio indicam que as propriedades antioxidantes do açafrão podem reduzir o colesterol "ruim" (LDL) e prevenir o entupimento de vasos sanguíneos e artérias.
Por isso, o seu consumo diminuiria o risco de doenças cardiovasculares, como infartos e AVC (acidente vascular cerebral).
Diminui o nível de açúcar no sangue
Alguns estudos feitos em tubos de ensaio e com cobaias com diabetes mostraram que o açafrão pode diminuir o nível de açúcar no sangue e aumentar a sensibilidade à insulina. Dessa forma, poderia ser benéfico para quem tem diabetes.
Riscos e contraindicações
Por ser consumido em poucas quantidades, geralmente o açafrão é uma especiaria considerada segura para a maioria das pessoas. Cerca de 30 mg por dia já é o suficiente para obter seus benefícios. E a recomendação é não passar de 1,5 g diariamente.
Em excesso, pode ser tóxico para algumas pessoas. Grávidas e lactantes não devem consumir o açafrão, uma vez que não há pesquisas que garantam que seja seguro para essas pessoas.
Como comprar e consumir
No Brasil, o açafrão é encontrado em lojas especializadas e alguns supermercados em estigmas desidratados das flores ou em pó. É importante buscar marcas e revendedores de confiança para evitar adquirir produtos de qualidade inferior ou misturados com outros itens. Isso pode comprometer o sabor da especiaria, já que estará adulterada.
Na hora do preparo, é preciso dissolver o açafrão em água antes de incluí-lo nos pratos, pois o sabor é bastante concentrado.
Geralmente, o açafrão é usado como ingrediente de receitas salgadas em pequenas quantidades. Pode acompanhar arroz, risotos, sopas, legumes e carnes.
Fontes: Isolda Prado, nutróloga, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) e professora da UEA (Universidade do Estado do Amazonas); Camila Padilha, nutricionista do Hospital Sírio-Libanês; Luciana Marchetti, nutricionista e professora da Universidade São Judas Tadeu - Campus Unimonte.
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