Tecovirimat: entenda o medicamento contra a varíola dos macacos
O Ministério da Saúde informou hoje (1º) que o país vai receber doses do antiviral tecovirimat, usado no tratamento da varíola dos macacos. O anúncio foi feito pelo ministro Marcelo Queiroga, em seu perfil no Twitter, ainda sem dar a previsão para a chegada do medicamento.
Na mensagem, Queiroga afirma que o tecovirimat será usado inicialmente em casos graves da varíola dos macacos. Nos EUA, onde a medicação já é administrada contra a doença, a recomendação é semelhante, incluindo pessoas que apresentam risco de evolução grave, como em imunossuprimidos (pessoas com HIV e linfomas, por exemplo, como o paciente brasileiro que morreu na última sexta-feira, a primeira vítima da varíola dos macacos no Brasil).
De acordo com o infectologista André Bon, do Hospital Brasília, a medicação atua evitando a capacidade de replicação do vírus e já é usado em outros tipos de varíolas. "Como a imensa maioria das infecções virais, o corpo geralmente controla a doença com a sua imunidade, mas precisamos ter atenção com o paciente imunossuprimido", diz o infectologista.
O antiviral está disponível para aplicação intravenosa e em comprimidos. Nesta última forma, a recomendação é tomá-lo após a refeição, para aumentar a absorção.
O tratamento padrão dura 14 dias e, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), dos EUA, ele pode ser usado em crianças, gestantes e lactantes, sempre avaliando riscos e benefícios da sua administração de acordo com o estado de saúde do paciente.
Para quem é recomendado?
Segundo a determinação do CDC, além de casos de doença grave da varíola dos macacos e pessoas em alto risco para a condição, o uso do tecovirimat também pode ser usado em crianças, principalmente as com menos de 8 anos, pessoas com duas ou mais complicações da doença, quem tem histórico de dermatite atópica e outras condições de pele (como eczema, queimaduras, infecção pelo vírus varicela zoster e outros).
O documento ainda contempla pacientes que apresentam lesões características da varíola dos macacos em regiões do corpo que podem apresentar "risco especial", como nas genitais e/ou ânus.
Avaliação individual
Assim como acontece na prescrição de qualquer medicamento, o tecovirimat deverá ser indicado avaliando os benefícios àquele paciente em comparação às possíveis reações. Em pessoas que tomam remédios de uso contínuo, por exemplo, é necessário analisar a interação entre os rótulos, pondera o infectologista André Bon.
"Qualquer medicação deve ser prescrita observando risco versus benefícios. Avaliando-se as questões de interação medicamentosa, risco de evolução, efeitos adversos, em geral, ela está indicada", diz o especialista do Hospital Brasília.
Há contraindicação?
Entre os vetos, o CDC orienta que o uso é descartado para quem apresenta alergias ao tecovirimat ou substâncias do remédio. Um dos principais alertas é para quem apresenta insuficiência renal grave, público proibido para a aplicação intravenosa.
Crianças e gestantes
O uso da medicação em crianças é aconselhado com cuidado, sobretudo naquelas abaixo dos 2 anos de idade, por apresentarem funções renais ainda imaturas. Não há ensaios clínicos para a faixa etária, mas um relato de caso apontou sucesso em um menino de 2 anos e 4 meses que recebeu o tratamento de 14 dias em 2007 após apresentar eczema grave por contato com a vacina da varíola. A criança teve sinais de melhora após uma semana e recebeu alta hospitalar pouco mais de um mês após o início do tratamento com o tecovirimat.
Para as gestantes e lactantes, a recomendação também é manter a avaliação de riscos no uso do medicamento. Os estudos ainda não traçaram dados para a população, como se existem níveis de intoxicação ao feto após a administração, por mais que ela não tenha sido encontrada na avaliação em animais.
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