O que é insuficiência cardíaca, que personagem do filme 'A Baleia' tem
Nesta semana estreou o filme 'A Baleia' nos cinemas brasileiros. No longa, Charlie (Brendan Fraser), um professor universitário de mais de 270 kg, sabe que seus dias estão contados. Diagnosticado com insuficiência cardíaca, ele se recusa a ir ao hospital, escolhendo passar seu tempo restante tentando se reconectar com sua filha Ellie (Sadie Sink).
Pessoas com obesidade têm maior risco de desenvolver a doença, que ocorre quando o músculo cardíaco não bombeia sangue tão bem quanto deveria. Quando isso acontece, o sangue geralmente recua e o fluido pode se acumular nos pulmões, causando falta de ar.
O que é insuficiência cardíaca?
A função do coração é bombear sangue, e essa tarefa acontece em duas etapas: na primeira, o coração bombeia sangue para as artérias; na segunda, ele tira sangue das veias. Quando esse mecanismo funciona de forma incorreta surge a insuficiência cardíaca.
Esse mau funcionamento leva à redução do fluxo sanguíneo para o corpo, além do acúmulo do sangue que regressa ao coração, congestionando as veias. Assim, o coração vai enfraquecendo, até que se torna incapaz de bombear sangue suficiente para as necessidades metabólicas do organismo.
Por que isso acontece?
A insuficiência cardíaca é a consequência final de todas as doenças do coração (cardiopatias) que tiveram uma evolução desfavorável ao longo da vida.
No Brasil, a principal delas é a doença isquêmica (enfermidades arteriais coronianas que podem levar ao infarto).
Confira outras condições que podem ter como desfecho a insuficiência cardíaca (por ordem de maior incidência):
1. Miocardites;
2. Hipertensão;
3. Doença genética (cardiomiopatias de origem familiar);
4. Doença de Chagas;
5. Doença valvar (insuficiência aórtica);
6. Taquicardiomiopatias (arritmias).
Hábitos de vida como tabagismo, dieta rica em gordura, sódio, colesterol alto, sedentarismo e consumo de álcool também estão relacionados à insuficiência. Mais raramente, anemia, hipertireoidismo, hipertensão pulmonar, igualmente, podem levar ao problema. Diabetes e obesidade também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
Saiba como reconhecer os sintomas
Eles podem aparecer de forma repentina ou evoluir ao longo do tempo. Os principais são a falta de ar e o cansaço ao fazer esforço, mas podem ocorrer também as seguintes manifestações:
- Palpitações
- Retenção de líquidos (inchaço nas pernas e tornozelos, com piora no período da tarde)
- Ganho de peso por inchaço
- Dificuldade de respirar na posição deitada (ortopneia) que melhora quando se senta
Lidia Zytynski Moura, cardiologista do HUC (Hospital Universitário Cajuru), esclarece que a ortopneia é uma queixa típica dos pacientes com insuficiência cardíaca, que relatam que precisam dormir sentados para afastar a sensação de afogamento.
"Tal situação decorre da evolução da doença, que leva ao acúmulo de líquidos nos pulmões", fala a médica. "Quando o paciente está em pé, esse líquido se instala na base do pulmão; ao deitar-se, ele se espalha pelo órgão, ocupa mais alvéolos, impedindo a respiração. O paciente só se sente confortável na posição sentada."
Sintomas menos comuns
Algumas pessoas podem apresentar outros sintomas que são considerados menos frequentes. Confira:
- Tosse persistente que pode aumentar durante a noite
- Inchaço no abdome
- Perda do apetite
- Perda de peso
- Confusão
- Vertigem e desmaio
- Coração acelerado
- Depressão e ansiedade (decorrentes dos transtornos emocionas relacionados à gravidade da doença)
Como é feito o tratamento?
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de melhora na qualidade e expectativa de vida.
O objetivo terapêutico é sempre aprimorar as funções cardíacas, o que pode acontecer já a partir do tratamento da doença que deu origem à insuficiência. Tal medida, muitas vezes, já impacta positivamente o cotidiano desses pacientes.
De modo geral, a terapia se baseia nas seguintes estratégias:
- Uso de medicamentos (betabloqueadores); algumas pessoas precisam usar mais de um tipo de fármaco);
- Mudanças na dieta com redução do consumo de sódio e de líquidos (pessoas com insuficiência tendem a reter líquidos, especialmente nos membros inferiores. O controle do sódio e de líquidos visa reduzir o inchaço local);
- Implante de dispositivos em casos avançados (como o marcapasso);
- Cirurgia e transplante.
Na maioria das vezes, o tratamento dura por toda a vida.
Mudanças no estilo de vida, como perder peso, exercitar-se, reduzir o sal (sódio) na dieta e gerenciar o estresse, podem melhorar a qualidade de vida. Uma maneira de prevenir a insuficiência cardíaca é prevenir e controlar condições que podem causá-la, como doença arterial coronariana, pressão alta, diabetes e obesidade.
*Com informações de matéria publicada em 08/09/2020
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.