'Barriga crescia demais e diziam que não era nada': ela teve câncer grávida
Talita Rafaela Soares, de 27 anos, moradora de Peruíbe (SP), descobriu um câncer de ovário durante a sua primeira gestação. Ela notou que a barriga crescia demais e sentia dores, mas demorou a ter o diagnóstico. Na gravidez, fez quimioterapia e a bebê Vitória nasceu neste mês. Talita ainda deve passar por novos tratamentos.
Ao VivaBem, ela conta como isso aconteceu.
"Em abril do ano passado, descobri dois tumores no ovário. Fiz uma cirurgia, tirei o ovário direito e parte do ovário esquerdo. Um tumor tinha 22 cm e outro, 10 cm.
Fizeram biópsia depois da cirurgia e acharam que eram benignos. Na época, imaginei que, para engravidar, precisaria de algum tipo de tratamento.
Meses depois, fiquei 7 dias com a menstruação atrasada, fiz o teste e, depois, o ultrassom confirmou. Para minha surpresa, eu estava grávida.
Mas a minha barriga cresceu demais e eu sentia muita dor. Quando fiz ultrassom, disseram que tinha um líquido na barriga. Fui internada em uma maternidade onde fizeram exames de sangue. Iam fazer um novo ultrassom, mas o médico faltou e me liberaram
Disseram que esse líquido não era nada e que sumiria normalmente.
Conforme a barriga crescia mais, fui sentindo falta de ar e muita dor. Fui ao médico em dezembro do ano passado, implorando para me internarem.
Me encaminharam para um hospital onde fizeram ultrassom, ressonância e raio-X. Então, viram que meu ovário estava com 17 cm.
Tinha crescido muito e minha barriga tinha líquido que veio do ovário. Esse líquido se acumulou devido a um câncer e por isso minha barriga estava grande.
Descobri o câncer com cinco meses de gravidez e comecei a quimioterapia
Constataram depois que eu tinha câncer desde a primeira cirurgia, mas erraram a biópsia.
Os médicos falaram que não sabem como engravidei. A gente não sabe explicar como aconteceu, porque quem tem câncer no ovário não ovula. E eu consegui engravidar, falaram que seria um milagre estar grávida.
'Chorava dizendo que não queria morrer'
Fiquei desesperada quando descobri o câncer. Como eu tão nova tive uma doença assim? Pensei até que ia morrer e comecei a chorar dizendo que não queria morrer. Mas depois o médico me acalmou dizendo que eu poderia me curar.
Foi um baque. Não conseguia tomar banho sozinha. Só de andar do quarto para o banheiro, começava a passar mal e ficava muito fraca. Vomitava o dia todo por enjoo da quimioterapia e da gravidez
No dia 14 de abril, viram uma alteração no coraçãozinho dela [Vitória, a bebê], então entramos em uma cirurgia de emergência. Vitória nasceu e eu operei também para tirar os tumores do câncer que eu tenho. Foram duas cirurgias em uma.
Ela nasceu com 1,3 kg e 40 cm e ainda está na UTI para ganhar peso. E eu estou me cuidando porque foi uma cirurgia agressiva, mas estou bem.
Retirei os tumores, mas isso não quer dizer que estou curada. Ainda tem um processo pela frente, mas logo estarei."
Entenda o câncer de ovário
É considerado o terceiro tumor ginecológico mais comum entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama e colo do útero
Geralmente se manifesta no período posterior à menopausa, mas também pode acometer jovens em idade reprodutiva.
Não se conhece exatamente a origem dessa doença, mas sabe-se que alguns fatores de risco aumentam as chances de ela se desenvolver: além da idade superior aos 50 anos, obesidade, sobrepeso e histórico familiar de câncer ovariano ou de mama estão relacionados, entre outras condições.
Há mais de dez tipos diferentes de câncer de ovário, e eles se desenvolvem a partir do crescimento e da multiplicação desordenada de diferentes células encontradas nesse órgão.
Gravidez e câncer
Em grande parte dos casos de câncer, a gestação não precisa ser interrompida.
Já a quimioterapia pode ser feita a partir do segundo trimestre de gestação. A radioterapia não é usada.
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