Grávida pode fazer tatuagem? Veja os riscos para mãe e bebê
O que pode ou não pode durante a gravidez? Essa pergunta permeia 100% das gestações e uma das mais comuns é se as grávidas podem fazer tatuagem.
E com razão, afinal, é algo que resulta em riscos para a gestante e o bebê.
Por fatores éticos, poucos estudos são feitos em gestantes para não colocar em risco o feto. Assim, entre as contraindicações na gestação, existem aquelas que são comprovadas (como o uso de alguns medicamentos); e as que não foram 100% estudadas, mas que, por consenso, são assim classificadas pelas consequências que podem gerar ao bebê —e a tatuagem é uma delas.
Quais são os riscos de fazer tatuagem na gravidez?
De maneira geral, apesar de pequeno, há risco de transmissão dos vírus causadores de hepatite B, C e HIV. Além disso, pode ocorrer infecção na região que está sendo tatuada, pois, durante a gestação, o organismo fica mais fragilizado e a imunidade mais baixa.
Por esse mesmo motivo, é possível acontecerem reações alérgicas, visto que a tinta utilizada na tatuagem, muitas vezes, contém metais pesados, como mercúrio, chumbo ou arsênio.
Ainda que haja tolerância à dor, dependendo da idade gestacional, esse estímulo doloroso também pode induzir um parto prematuro.
Esses riscos são possíveis mesmo que a conduta do tatuador seja rígida e segura, pois são eventuais consequências que fogem do controle do profissional.
Como o bebê pode ser afetado?
Os riscos vão decorrer do que acontece com a mãe, mas é possível citar alguns.
Transmissão de infecções: apesar de não ser muito comum, processos infecciosos iniciados ao fazer a tatuagem podem afetar o bebê com doenças graves —como as hepatites e o HIV— transmitidas durante a gestação ou na hora do parto.
Atrasos no desenvolvimento: ainda que a gestante esteja acostumada com o procedimento, é comum que haja diminuição da pressão arterial e até mesmo alterações hormonais enquanto a tatuagem é feita. Essas alterações podem diminuir a quantidade de sangue que vai para o bebê e, assim, atrasar o seu desenvolvimento.
Malformação do feto pela presença da tinta no organismo: quando contém metais pesados, pode resultar na liberação de substâncias químicas no sangue, resultando em alterações na formação do bebê (especialmente no primeiro trimestre, quando os órgãos estão se desenvolvendo).
Quanto tempo após o parto deve-se esperar para fazer tatuagem?
Durante a gestação e a amamentação, muitas modificações acontecem no corpo (visíveis ou não), como hormonais, metabólicas e anatômicas —portanto, convém esperar até o final desse período.
Além disso, por não haver estudos consolidados sobre todas as substâncias presentes na tinta da tatuagem, os especialistas indicam que é sempre melhor pecar pelo excesso.
Ou seja, enquanto estiver amamentando, evite procedimentos que envolvam materiais potencialmente tóxicos ou duvidosos —a exemplo de botox, ácido hialurônico, alisantes de cabelo e químicas em geral.
Fiz tatuagem sem saber que estava grávida, o que faço?
Basta procurar um médico e iniciar os cuidados do pré-natal imediatamente, assim será possível avaliar o bebê e realizar exames de rotina, como as sorologias para doenças infecciosas.
Existem outros tipos de procedimentos que a gestante deve evitar?
Toda ação que cause dor pode provocar alterações no feto —seja interferindo no desenvolvimento intrauterino ou até motivando um parto prematuro.
Além disso, há procedimentos que são contraindicados por outros motivos, como tingir o cabelo, pois a comunicação materno-fetal durante esses processos envolve substâncias químicas. A recomendação é o uso de alternativas hipoalergênicas e aprovadas pelo médico.
Já os alisamentos capilares devem ser deixados de lado, pois a amônia e o formol que estão nesses produtos são prejudiciais ao feto, assim como o botox e o ácido hialurônico, que podem provocar alterações hormonais na grávida.
No caso dos piercings, existe ainda o medo de infecção via parenteral (no compartilhamento de agulhas).
Fontes: Karina Souza, enfermeira obstetra da empresa especializada em homecare Saúde no Lar; Luiz De Campos, ginecologista e obstetra do Instituto Nutrindo Ideais, graduado em medicina pela Universidade do estado do Pará; médico pré-natalista de alto risco na Unidade de Referência Especializada Materno Infantil do Estado do Pará; e Misael Do Nascimento, médico tricologista e dermatologista do Instituto Nutrindo Ideais.
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