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Sinusite: o que causa e como tratar se for aguda ou crônica? Dá para evitar

Imagem: Getty Images

De VivaBem

25/04/2024 04h00

Em uma gripe ou resfriado, os ossos da face ficam inflamados, há desconforto e peso facial, congestão nasal e secreção. Esse mal-estar tem prazo de validade e passa no período de 3 a 5 dias. Mas, se não passar, pode ser um sintoma de sinusite, com os sinais persistindo e até se agravando.

O quadro inflamatório dos seios paranasais (espaços ocos dos ossos que rodeiam os olhos, a maçã do rosto e a testa) pode se manifestar de forma aguda (aparece de repente e tem curta duração) ou crônica (se prolonga por mais de 3 meses).

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A doença afeta uma em cada oito pessoas em todo o mundo e é a quinta causa mais frequente do consumo de antibióticos, segundo dados da AAO-HNSF (Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço).

Quando é aguda ou crônica

A doença pode se manifestar de forma aguda (aparece de repente e tem curta duração) ou crônica (se prolonga por mais de 3 meses).

  • Aguda: alergia respiratória alta (afeta as vias áreas superiores); infecção causada por vírus, especialmente o Rinovírus ou Influenza, bactérias (a mais comum é a pneumococo Hemophilus influenzae) ou fungos (o mais comum é o Aspergillus).
  • Crônica: é causada por fatores variados, como exposição a poluentes, inalantes químicos, tabagismo, asma, alergia.

Quando crônica, também pode ser afetada por fatores anatômicos e sistêmicos:

  • Anatômicos: desvio do septo nasal, estreitamento da cavidade nasal e drenagem dos seios paranasais.
  • Sistêmicos: alergias, redução da imunidade, doenças que alterem o sistema de limpeza natural das secreções dos seios paranasais.

Quais os sintomas

Independentemente da idade, os sintomas são semelhantes. Entretanto, idosos e crianças podem ter febre e queda no estado geral. Crianças pequenas também apresentarão febre associada com a dificuldade para mamar, além de infecções de ouvido (otite). Além disso, você pode observar os seguintes sinais:

  • Obstrução nasal;
  • Secreção nasal ou faríngea espessa, amarelada ou esverdeada;
  • Tosse;
  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Mal-estar;
  • Cansaço;
  • Irritação na garganta;
  • Redução do olfato.

Quem são as maiores vítimas

Qualquer pessoa pode ter sinusite, mas quem têm alergia respiratória, fumantes e quem está mais exposto a gases tóxicos e poeira em excesso são mais suscetíveis.

Quando procurar um profissional

Se os sintomas persistirem por mais de cinco dias, procure ajuda médica.

O otorrinolaringologista é o especialista mais indicado para avaliar e tratar a doença, mas, em especial, identificar em quais casos a resolução para o problema deve ser cirúrgica.

Adiar a consulta e tentar automedicar-se pode dificultar o tratamento e ainda desencadear graves consequências.

Diagnóstico da doença

Para um diagnóstico, o médico faz um exame físico e uma avaliação clínica.

A nasofibroscopia pode ajudar a identificar se há ou não secreção no nariz, vinda dos seios da face, ou se há alguma alteração anatômica que favoreça a instalação ou a perpetuação do processo inflamatório.

Quando sinusite é recorrente ou quando há complicações, o especialista poderá indicar uma tomografia computadorizada dos seios da face ou ressonância magnética.

Como curar e qual medicação

O tratamento depende da causa e do tipo da sinusite, mas a lavagem nasal diária é essencial e considerada de primeira linha.

Quando for alérgica, o médico pode receitar antialérgicos nasais e sistêmicos.

Nos casos virais, ele pode sugerir uso de anti-inflamatório, soro nasal, fluidificantes, aumento da ingestão de líquidos e repouso.

Agora quando a sinusite é bacteriana, a solução é o antibiótico, associado a alguns dos medicamentos acima descritos.

Quando se trata de sinusite crônica ou fúngica, é comum que o tratamento seja associado a procedimentos cirúrgicos.

O objetivo é melhorar a drenagem dos seios da face, sua limpeza ou permitir a coleta de material para cultura.

Caso o paciente não responda ao tratamento clínico, o que é referido pelos médicos como paciente refratário, a intervenção cirúrgica também pode ser útil.

Dá para prevenir?

Assim como a gripe ou o resfriado, nem sempre é possível evitar, mas algumas medidas podem reduzir o número de crises, a gravidade e ainda evitar que ela se torne crônica.

Uma boa higiene nasal por meio do uso de soro fisiológico e a vacinação contra a gripe, especialmente se você integra algum grupo de risco, são dicas que podem ajudar a prevenir a sinusite. Outra dica é evitar o contato com inalantes irritantes como substâncias químicas, poluição e tabaco.

Fontes: Fabiana Gonçalez D'Ottaviano, especialista em otorrinolaringologia; e os médicos otorrinolaringologistas Marcio Nakanishi e Paulo Mendes Jr.

Referências: AAO-HNSF (Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço); Rudmik L, Soler ZM. Medical Therapies for Adult Chronic Sinusitis: A Systematic Review. JAMA. 2015; Rinossinusites: evidências e experiências. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, Vol. 81, 2015; European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps 2012; Graham Worrall, Acute sinusitis. Can Fam Physician. 2011; Marieke B Lemiengre et alli. Antibiotics for acute rhinosinusitis in adults. Cochrane Systematic Review - Intervention, 2018.

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