Febre amarela: tire 11 dúvidas sobre a vacina que protege contra a doença
Dor de cabeça e muscular, febre, perda de apetite, náuseas e vômitos. Esses são alguns dos sintomas da febre amarela, doença causada por um vírus e que pode até matar. A febre amarela é transmitida por picadas de mosquitos e a melhor forma de se proteger do problema é tomar a vacina. A seguir, respondemos as principais dúvidas sobre a imunização.
1) O que é a vacina da febre amarela?
Usada desde 1937, é um tipo de imunização feita por meio do vírus vivo enfraquecido. A vacina estimula a produção de anticorpos em nosso organismo. Ela oferece cerca de 98% de proteção contra a febre amarela e, mesmo contendo o vírus, quase nunca causa a doença.
2) Quem pode tomar?
- Crianças com mais de nove meses e pessoas sem doenças que comprometam o sistema imune (lúpus, HIV)
- Qualquer indivíduo que vive, trabalha ou vai viajar para áreas de risco deve tomar a vacina
Como essas lugares mudam, o Ministério da Saúde constantemente atualiza a informação, acesse o site do governo que contém informações para a saúde do viajante.
3) Há casos em que a pessoa só pode ser vacinada com indicação médica?
Pessoas com doença febril aguda, doadores de sangue ou órgãos e quem vive com HIV com CD4 maior que 200 precisam de avaliação médica antes de serem imunizadas.
Existe um risco maior de eventos adversos em pessoas com mais de 60 anos. Nesses casos, os prós e contras de receber a vacina devem ser avaliados pelo médico. Gestantes em áreas de risco só devem ser vacinadas após determinação do profissional da saúde.
4) E quem não pode tomar?
- Menores de nove meses de idade
- Gestantes (fora da área de risco)
- Mães amamentando crianças com até seis meses de idade
- Pessoas em tratamento de câncer, lúpus ou outras doenças que diminuem a imunidade
Também não deve ser imunizado quem já teve reação grave à vacina da febre amarela, assim como pessoas que sofreram problemas graves (reação anafilática) devido a componentes de outras vacinas que incluam ovo de galinha ou gelatina bovina.
5) Quanto tempo depois de tomar a vacina estou imunizado?
Após 10 dias.
6) A vacina pode matar?
Sim. Existe uma possibilidade muito baixa de o vírus da vacina levar ao óbito, principalmente se ela for aplicada em pessoas com problemas de imunidade e que não devem receber a imunização.
O risco é de uma para 450 mil pessoas vacinadas.
7) Quais são os efeitos colaterais?
A vacina da febre amarela pode gerar:
- dor e inchaço e calor no local da aplicação por até dois dias
Os efeitos colaterais menos frequentes são:
- febre
- dor no corpo
- dor de cabeça
Eles podem ocorrer entre cinco e dez dias após a vacinação e desaparecem depois de dois ou três dias. Complicações graves existem, mas são raras. Entre as principais estão reações anafiláticas (queda da pressão arterial, dificuldade respiratória, lesão de pele grave) e alterações neurológicas.
8) Devo evitar algum medicamento após receber a vacina?
Remédios imunossupressores —que alteram a resposta imunológica— não podem ser usados nem antes nem depois da vacinação. O tempo varia conforme a medicação.
Também não é recomendado o uso de aspirina. Para evitar qualquer problema, o melhor é consultar um médico antes de ingerir qualquer medicamento na primeira semana após a vacinação.
9) A partir de quantos meses o bebê pode se vacinar?
Depois dos nove meses de vida.
10) O que as pessoas que não podem se vacinar devem fazer para se proteger?
O ideal é evitar áreas em que foram registrados casos de febre amarela. Se você tiver de ir a esses locais, procure usar roupas que cubram o corpo todo (camiseta manga longa, calça comprida, meia), passe repelente nas áreas expostas do corpo durante todo o dia e coloque telas nas portas e janelas. Quem possuir filho pequeno deve colocar mosquiteiro no berço para evitar a entrada de mosquitos.
11) Cachorros e gatos também devem ser vacinados?
Não. Esses bichos não são infectados pelo vírus da febre amarela. Os primatas, como bugios, saguis, macacos-prego e o homem, são os animais suscetíveis à doença.
Fontes: Thiago Thiago Zinsly, infectologista; Ícaro Boszczowski, infectologista; e Tânia Mara Varejão Strabelli, infectologista.
*Com informações de reportagem de janeiro de 2018.
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