Jornalista morre após câncer no cérebro; doença tem vários tipos e causas

O jornalista esportivo Fábio Seródio, 59, morreu na manhã desta quinta-feira (15) em São Paulo, aos 59 anos. Ele enfrentava um câncer metastático no cérebro, que se originou de tumores no estômago e no fígado, desde o final do ano passado. Realizou duas cirurgias na cabeça e vinha fazendo tratamento com quimio e radioterapia.

11 mil casos por ano

Os tumores do sistema nervoso central (SNC), que incluem cérebro e medula espinhal, ocorrem devido ao crescimento de células anormais nos tecidos. Podem ser malignos ou benignos e se apresentam com diferentes sinais e sintomas. O tratamento e as condições futuras também variam de uma pessoa para outra, conforme o diagnóstico.

O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 11.490 novos casos por ano, até 2025. A projeção é de 6.110 casos em homens e 5.380 em mulheres. Segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer (2021), houve 9.684 mortes por câncer do SNC, sendo 4.996 homens e 4.686 mulheres.

Há diferentes tumores cerebrais

Os cânceres que acometem o cérebro são divididos em:

  • Cânceres primários: têm origem nas células localizadas dentro do cérebro ou próximas dele. Podem ser malignos ou benignos.
  • Cânceres secundários: são ocasionados por metástases, ou seja, se originam a partir de outra parte do corpo que foi acometida por um tumor. São mais comuns do que os primários.

Entre os tumores primários mais comuns estão:

  • Gliomas (incluindo astrocitomas, oligodendrogliomas e glioblastomas) e ependimomas;
  • Meduloblastomas;
  • Meningiomas;
  • Schwannomas vestibulares;
  • Linfoma que se origina no sistema nervoso central (linfoma cerebral primário).

No caso dos secundários, muitos tipos de câncer podem se espalhar para o cérebro, como:

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  • Câncer de mama;
  • Câncer de pulmão;
  • Câncer renal;
  • Melanoma;
  • Câncer da tireoide;
  • Linfoma e leucemia.

Causas do câncer do cérebro

A doença no SNC é multifatorial e suas causas ainda são investigadas. Fatores genéticos, ambientais e hereditários estão envolvidos. Os fatores que aumentam o risco são a exposição a radiação ionizante (raios-x) e deficiência do sistema imunológico, causada pelo vírus HIV ou pelo uso de medicamentos que diminuem a resposta imunológica.

Entre as causas ambientais e ocupacionais relacionadas ao maior risco de tumores no cérebro, estão:

  • Radiação (raios-x e gama): aumento do risco para gliomas como consequência do tratamento de radioterapia para tumores primários.
  • Exposição a arsênico, chumbo, mercúrio, óleo mineral e HPA.
  • Trabalhar na indústria petroquímica (combustíveis), nas indústrias da borracha, plástico, gráfica, papel, têxtil e de agrotóxicos; refinaria, usina nuclear, produção e reparo de veículos a motor, na prestação de serviços elétricos e de telefonia e na agricultura (devido ao contato com agrotóxicos, solventes, diesel, poeiras, dentre outros).
  • Campos magnéticos de muita baixa frequência (<3 mG) parecem estar ligados a glioblastomas em homens, mas não nas mulheres.

Sintomas

Os sintomas podem ser muito diferentes, aparecendo de forma súbita ou progredindo aos poucos. Tudo depende do tipo de tumor, velocidade de crescimento, localização e tamanho.

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Muitos sintomas ocorrem pelo aumento da pressão dentro do crânio. Os principais sinais são dor de cabeça, piora na função neurológica, epilepsia ou outras crises convulsivas.

Os sintomas também dependem de qual área do cérebro foi afetada. A pessoa pode sentir fraqueza ou paralisação de um dos membros do corpo ou de um lado completo, a capacidade de sentir calor, frio, pressão pode se alterar, ter dificuldade para se comunicar e ter seu estado de alerta reduzido.

Tratamento

A conduta varia conforme a localização e tipo de tumor. Pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia —ou a combinação deles. Em alguns casos, corticosteroides atuam para reduzir a pressão dentro do crânio. A equipe médica ainda pode dispor de anticonvulsivantes, se necessário.

Diferentes profissionais atuam no tratamento. Além do neurocirurgião, profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia e nutrição podem atuam no processo.

*Com informações do Ministério da Saúde, do Manual MSD e de reportagem publicada em 08/03/2024.

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