"Nós não estamos sozinhos". A expressão entrou para o imaginário coletivo por meio das especulações sobre uma possível vida extraterrestre, o que é, até hoje, explorado pela ficção científica. Com o advento do projeto Genoma Humano, as perguntas sobre este "não estarmos sós" encontrou uma resposta, não em um planeta distante, mas no universo que é o corpo humano. Nesse "mundo", toda a humanidade convive com mais de um trilhão de microrganismos —a maioria deles benéficos.
Estamos falando do seu microbioma, ou seja, a coleção de bactérias, vírus, fungos, parasitas entre outros micróbios e seus respectivos genes, que estão presentes em vários tecidos do corpo como a pele, a boca, o nariz, a vagina, além do intestino. Em pessoas saudáveis, esses micróbios convivem em perfeita harmonia, destacando-se, entre eles, as bactérias. Encontradas desde a cavidade bucal até o cólon, local onde a maioria se concentra, elas representam a maior população em número e espécies.
Dessas descobertas extraordinárias estão emergindo novas evidências extraordinárias: o microbioma tem sido relacionado a importantes funções metabólicas, imunológicas e nutricionais. E os cientistas já se referem a essa "vida inteligente" como um órgão "esquecido ou ignorado" que, quando está em equilíbrio, é essencial à promoção da saúde e à prevenção de doenças.