Em um episódio da série "Segura a onda", disponível na HBO, o personagem principal, Larry David, quer saber o peso dos amigos que o acompanharão em um casamento fora da cidade. Como ele fretara um táxi aéreo, a informação visava a segurança dos passageiros, já que a aeronave tinha limitada capacidade de carga. O fato é que ninguém respondeu ao seu pedido, que foi considerado indiscreto.
A comédia nos remete ao estigma e às atitudes discriminatórias relacionadas ao peso das pessoas, cujo contraponto não tem nada de engraçado, ou seja, as repetidas manifestações de que a obesidade é igual à preguiça, um pecado, um vício que revela negligência, desleixo, morosidade de causa orgânica ou psíquica que leva à inação.
O que tem prevalecido, felizmente, é a ciência. Obesidade e atividade física têm, sim, um impacto na função neurocognitiva. Contudo, a primeira não é apenas o resultado da falta da segunda, assim como ser magro ou malhado não significa, necessariamente, ter saúde. Ter uma visão mais ampla sobre os complexos sistemas que envolvem a saúde do corpo e da mente permite uma maior compreensão de como manter um peso saudável pode ser desafiador para alguns indivíduos.