Novo Fusca? Volks voltará a fazer "carro do povo", só que agora elétrico

A Volkswagen lançou hoje na Alemanha seu novo conceito de "carro do povo", mas agora 100% elétrico. O ID.2 terá como função espalhar a onda BEV (veículos elétricos a bateria, em inglês) de mobilidade para o mundo custando menos de 25 mil euros (equivalentes a R$ 141 mil). O modelo de produção será apresentado em dois anos.

Baseado na plataforma MEB, o ID.2 é um dos 10 elétricos que a VW lançará até 2026. Só neste ano virão o primeiro facelift do ID.3, o ID. Buzz (a famosa Kombi elétrica com maior distância entre eixos) e o sedã ID.7, esse com foco na China, Europa e Estados Unidos.

O modelo ID.2 tem pouco mais de 4 metros (4.050 mm) e terá alcance de 450 km de autonomia, o que achei bem razoável. Carro espaçoso comparado ao Golf, mas no preço do Polo - como diz o comunicado de imprensa.

A ficha técnica também aponta para um porta-malas de 490 litros (com os bancos rebatidos são 1330 litros), potência de 226 cv e velocidade máxima de 160 Km/h. O 0 a 100 Km/h é esperto e feito em 7s. A recarga de até 80% em 20 minutos, no carregador rápido, foi ponto que me chamou a atenção.

Na cabine, o menos é mais - e isso é riqueza. Traz bastante espaço a bordo e controle dos instrumentos feito no console central. A tela de 12,7 polegadas agrada e ainda bem que não é do tipo que não toma o painel por inteiro.

A marca também manteve o botão (necessário) para ajuste do volume do sistema de entretenimento. Mais embaixo, duas bases para carregar por indução os telefones. Head up display e portas USB C estão disponíveis. Achei o máximo o volante multifuncional e bem intuitivo. E vi que a VW não poupou tecnologia e recursos, e mesmo assim chegou no preço.

No Brasil, o compacto viria fácil abaixo dos R$ 200 mil - isso se o imposto de importação, por exemplo, não disparar para os 35%. Quanto à produção local, por enquanto, é improvável. O primeiro 100% elétrico da VW para o mercado brasileiro deverá ser o ID.4.

Memória

Lá trás, em 1934 na Alemanha, ou em 1959 no Brasil, o Fusca, quando lançado, gerou uma proposta semelhante de ser "popular". O conceito no passado era torná-lo o carro do povo e foi feito assim, deu certo. Assim como hoje nasce a proposta do ID. 2.

A Volkswagen deve, a partir de agora, explorar boa parte da sua memória e trazer de volta o carro acessível - para Europa, é claro.

* Viajou a convite da Volkswagen