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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sextas-feiras na F1 viraram festival de punições

Charles Leclerc, vice-líder do Mundial de Fórmula 1, nesta sexta-feira, no circuito de Monza - Ferrari
Charles Leclerc, vice-líder do Mundial de Fórmula 1, nesta sexta-feira, no circuito de Monza Imagem: Ferrari
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Fábio Seixas

Fábio Seixas é jornalista com mestrado em Administração Esportiva e passagens por veículos como Folha de S.Paulo, SporTV e TV Globo. Cobriu mais de 170 GPs de F-1, esteve em duas temporadas da Indy e chegou a pilotar um Benetton em Paul Ricard. Voltou para os boxes rebocado.

Colunista do UOL

09/09/2022 15h45

Sextas-feiras na F1 serviam para decifrar quem estaria melhor no fim de semana. Serviam. Estão se tornando dias para escarafunchar o regulamento e entender quem será o menos pior no grid.

Vejamos... Verstappen levou punição de cinco posições por usar um novo motor a combustão. Pérez, seu companheiro, perderá dez posições. Bottas tomou 15. Sainz e Hamilton estão no fundo do grid. E Tsunoda deu um show: já estava no fundão e tomou mais três posições além de dois pontos na superlicença por desrespeitar bandeiras amarelas. Vai largar em Milão.

(E tanto piloto bom dando sopa por aí...)

Verstappen sair em sexto ou sétimo, sabemos, não é problema nenhum pro holandês. Em Spa, ele largou em 14º e venceu sem grandes dificuldades. Mas a punição para ele não deixa de dar esperança para os ferraristas no fim de semana que celebra cem anos de GPs em Monza.

No cronômetro, as coisas parecem boas para os italianos.

No primeiro treino, dobradinha para a Ferrari. Leclerc bateu Sainz por 0s077. A maior atração foi o visual da F1-75, com detalhes em amarelo e uma asa traseira linda, de arrepiar.

Falando em asa traseira, muitas equipes usaram a primeira sessão para experimentar todo tipo de configuração para as longas retas Monza, um circuito tão particular como histórico.

Russell, Hamilton, Verstappen e Ocon vieram na sequência _o francês da Alpine, usando um lindo capacete vermelho em homenagem a Schumacher. De Vries, andando com a Aston Martin, foi mal: ficou a 1s1 de Stroll.

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Esteban Ocon, que correrá no fim de semana com o capacete em homenagem a Michael Schumacher
Imagem: Alpine

No segundo treino livre, Sainz fez o melhor tempo do dia: 1min21s664. Verstappen ficou em segundo, a 0s143. Leclerc, Norris, Russell e Pérez vieram na sequência.

Sim, a Ferrari tem tudo para conquistar a primeira fila do grid diante dos tifosi. O sábado deve ser de festa em Monza. Domingo, já estamos escolados, é outra coisa...

Mas não teve só carro na pista nesta sexta-feira.

Antes do primeiro treino, teve uma bonita homenagem à rainha Elizabeth 2ª: 1 minuto de silêncio no autódromo, com todas as equipes prestando reverências à monarca.

E antes disso teve o anúncio da Porsche.

Já suspeitávamos de que algo estava errado no namoro com a Red Bull. A confirmação veio nesta sexta: em comunicado à imprensa, a marca alemã anunciou que encerrou as negociações com a equipe.

"A premissa sempre foi de igualdade de condições, não apenas no fornecimento de motores, mas também na gestão da equipe. Isso não pôde ser alcançado", escreveu a montadora, que não descartou buscar outro time para entrar na F1 a partir de 2026. "As novas regras tornaram a categoria muito atraente. Vamos continuar monitorando."

Questionado sobre o rompimento no paddock de Monza, Horner disse apenas que "não houve um encaixe" e que está animado com as perspectivas de a Red Bull fabricar seus próprios motores.

Traduzindo: a Honda (de novo) vem aí.

Sobre a Porsche, há dois caminhos.

Desistir é improvável: o novo CEO do Grupo Volkswagen é Oliver Blume, também CEO da Porsche, um entusiasta do projeto de entrar na Fórmula 1.

O outro caminho é buscar uma nova equipe. Haas? Williams? Um "oi" para a Andretti? Uma nova tentativa com a McLaren?

A última alternativa, embora mais difícil, parece mais interessante.

Teve, ainda, classificação para a Fórmula 2. Felipe Drugovich _também punido por ignorar uma bandeira amarela_ larga em 12º no sábado, enquanto o francês Theo Pourchaire, seu único adversário na luta pelo título, sai em 14º.

Desde a F-3000 em 2000, com Bruno Junqueira, um piloto brasileiro não conquista um título na categoria imediatamente abaixo da F1.
Deve ser neste sábado, no mesmo circuito e exatamente 50 anos depois do primeiro título brasileiro na F1, com Emerson.