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OPINIÃO

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Atlético-MG vence a retranca corintiana, que passou mais um vexame

Paulinho marcou para o Atlético-MG diante do Corinthians em confronto da Copa do Brasil - Gilson Junio/AGIF
Paulinho marcou para o Atlético-MG diante do Corinthians em confronto da Copa do Brasil Imagem: Gilson Junio/AGIF
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Colunista do UOL

17/05/2023 23h41

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Agora vamos para o jogo de maior risco dessa noite, Atlético-MG x Corinthians.

O Galo vem melhorando o rendimento, já começou a se recuperar no Campeonato Brasileiro, vai ter que correr atrás para classificar para a próxima fase da Libertadores, depois de um péssimo início, e agora tem esses confrontos contra uma potência do futebol brasileiro, que está numa péssima fase técnica e moral.

O time do Parque São Jorge vem acumulando vexames desde o começo do ano. Foi eliminado pelo Ituano, em casa, no Campeonato Paulista, está na zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro e só conseguirá passar para a fase eliminatória da Libertadores se ganhar todas as três partidas, sendo que duas (Argentino Juniors e Independiente del Valle) são fora da Arena.

E agora tem esse confronto com o Galo, disputando uma vaga para as quartas de final da Copa do Brasil. Por tudo que vem acontecendo, o favorito é o Atlético-MG, mas tudo pode acontecer em dois jogos.

O jogo começou com o Corinthians se fechando, tentando tirar o espaço para evitar a aproximação do Hulk com o Paulinho, que se procuram bem e já fizeram vários gols com assistência de um para o outro.

Ficou claro que o Galo está atacando mais pelo seu lado direito, acelerando com Pavon, Zaracho e Mariano, para cima do Fábio Santos.

Está sendo ataque contra defesa, porque o Galo está empurrando o Corinthians para trás, que não consegue dar dois passes — e até os 15 minutos, não havia passado do meio-campo. Não é que a bola não passava do meio-campo e sim os jogadores que estão todos lá trás.

Se a estratégia do Vanderlei Luxemburgo for essa de só se defender, até os 20 minutos estava funcionando, porque o Atlético tem a posse de bola total mas não conseguiu finalizar no gol. Gira a bola de um lado para o outro mas tem todos os corintianos na frente da área e assim não conseguia clarear para chutar no gol do Cássio.

Sinceramente, são 30 minutos de um jogo feio, em que só um time fica com a bola mas sem criar nada, enquanto o outro renuncia a atacar para só se defender.

O único jogador do Corinthians que levava perigo para a defesa do Galo era o garoto Wesley, de 18 anos, pelo lado direito.

A intensidade do jogo, que já era pequena, foi diminuindo conforme o tempo foi passando, e mesmo sem fazer nada, a partida foi ficando melhor para o Corinthians, que começou a arriscar alguns contra-ataques, mas sem acontecer nada.

Tem que se destacar a aplicação defensiva de todos os jogadores do Corinthians, mas mesmo assim é muito pouco. Faltou um pouco de ousadia ao time do Vanderlei Luxemburgo no primeiro tempo, porque ficou só se defendendo e dando chutão para frente.

Os números do primeiro tempo deixam claro a diferença entre uma equipe e outra: posse de bola - 76% x 24%, chutes a gol - 8 x 1. Foi ataque contra defesa o primeiro tempo todo.

O Atlético-MG buscou o gol de todo jeito, enquanto o Corinthians tentou evitar de tomar gols de todas as formas. Achei o jogo feio, sem emoção, sem intensidade, com o Galo muito melhor porque tentou jogar, e o Corinthians péssimo porque renunciou a jogar.

Nada mudou no segundo tempo, com o Atlético tentando, trocando passes, procurando uma forma de encontrar um espaço para chegar ao gol, e o Corinthians dando chutão par frente, para cima, para qualquer lado.

Numa vacilada do Nathan Silva, o Yuri Alberto roubou a bola e rolou para trás, e o Fausto Vera chegou batendo, mas foi para cima. Essa foi a grande chance do Corinthians de chegar ao gol.

Mas de tanto tentar, o Atlético-MG chegou ao gol depois de um cruzamento rasteiro, forte, que passou por toda área. O Paulinho chegou nas costas do Fagner para colocar o Galo em vantagem.

Justíssimo, porque só um time procurou jogar, só o Galo tentou vencer, enquanto a estratégia do Vanderlei foi de um time pequeno, coisa que o Corinthians nunca foi e nem será.

O Atlético chegou forte de novo com Paulinho cabeceando sozinho, mas em cima do Cássio, que fez um defesa difícil.

Mas não demorou muito para o Galo trabalhar muito bem a bola até o Hulk virar para o lado esquerdo, com o Rubens escorando de cabeça para o ótimo Paulinho marcar novamente.

O Atlético não parou um minuto de agredir o fraco time corintiano, que foi até Belo Horizonte para se "recusar" a jogar futebol. Entrou em campo para dar chutões para frente, para a lateral, para qualquer lugar.

A tática usada pelo treinador Vanderlei Luxemburgo foi para perder de pouco. O novo Corinthians é isso mesmo? Foi para isso que ele foi contratado?

Time sem padrão, sem coragem, sem ousadia, que se apequenou desde a entrada de Duilio Monteiro Alves como presidente.

Mais uma derrota fora de casa jogando mal.

É vergonhoso assistir o Corinthians se comportando dessa maneira. Está na zona de rebaixamento do Brasileiro e, se continuar apresentando esse futebol e se comportando dessa maneira, os riscos de queda ficam enormes.

Do lado mineiro, vejo o Galo em plena evolução, recuperando a confiança, porque sem dúvida alguma é um grande time.