Quem é o diretor que recuperou status de 'Dream Team' dos EUA após fracasso
O ano de 2004 foi conhecido por ser o ano das zebras. O Once Caldas, da Colômbia, foi campeão da Libertadores, o Porto venceu a Champions League, a Grécia levou a Eurocopa e a seleção de basquete masculino dos Estados Unidos ficou com o bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas.
Na oportunidade, os comandados de Larry Brown, que havia acabado de ser campeão da NBA com o Detroit Pistons, caíram diante da Argentina nas semifinais do torneio olímpico. O grupo tinha grandes nomes como Allen Iverson, Tim Duncan, Dwyane Wade e LeBron James, mas o relacionamento do 'Team USA' com outras estrelas da NBA estava rachado, fazendo com que o elenco não apresentasse força máxima.
Até os jogos de Atenas, o time de basquete masculino havia perdido apenas duas partidas olímpicas na história. Só em 2004 foram 3 derrotas. Porto Rico e Lituânia na fase de grupos, além da Argentina na semifinal. Foi a única oportunidade que os Estados Unidos perderam o ouro na modalidade.
O humilhante bronze na Grécia e o sexto lugar no mundial de basquete em 2002 fizeram os chefes da delegação se virarem para Jerry Colangelo, conhecido como "O padrinho dos esportes em Valley". Colangelo foi o responsável por levar franquias esportivas para o deserto, entre elas estava o Phoenix Suns, franquia que Colangelo comandou desde sua criação em 1968 como General Manager e virou dono a partir de 1987 até 2004 quando ingressou no Team USA.
Tendo recebido o prêmio de executivo do ano da NBA por quatro ocasiões, Colangelo era o nome certo para recuperar o status dos americanos. E o primeiro passo era recuperar o prestígio da seleção entre as estrelas da NBA.
"Alguns jogadores que estavam pessimistas em seus comentários alguns meses atrás agora estão solicitando um convite", declarou à ESPN americana após sua indicação.
Outro relacionamento prestes a ser rompido era com a Nike, a gigante esportiva estava insatisfeita com o desempenho em Atenas e com a condição de reserva que Larry Brown deu a LeBron James, na época a maior promessa da NBA e bancado pela Nike.
Larry Brown deu lugar para Mike Krzyzewski, o Coach K, tetracampeão universitário com Duke, o maior programa de basquete universitário dos Estados Unidos.
Colangelo e Coach K mudaram a forma de jogo e de disputa da seleção, muitas das reclamações dos jogadores foram atendidas dentro do que foi possível, a maior delas era a questão da distância das famílias, questão resolvida durante o mundial de 2006, no Japão.
"Quando concentramos, estaremos partindo em missão. Nenhuma comitiva e nenhuma família estão indo para o Extremo Oriente", disse Colangelo antes da Copa do Mundo. "Vamos trazer famílias para a rodada de medalhas se conseguirmos". A declaração motivou os jogadores que, liderados por Dwyane Wade, chegaram ao terceiro lugar no mundial. Um grande avanço após o sexto lugar 4 anos antes.
O próximo desafio eram os Jogos Olímpicos de Pequim e o "Redeem Team", ou o time da redenção, vinha com as grandes estrelas da época. Kobe Bryant, Dwyane Wade, LeBron James, Chris Bosh, Chris Paul e Carmelo Anthony, eram algumas das maiores estrelas da NBA. Kobe vinha de ser o MVP da liga em 2008.
Em Pequim, nenhuma derrota. Os comandados de Coach K tiveram diferença de pontos inferior a 20 somente na final contra a Espanha. Entre os grandes jogos ficou uma vitória por 49 pontos sobre a Alemanha na fase de grupos (106 a 57) e a vingança sobre a Argentina na semifinal (101 a 81).
Depois de retornar ao topo do pódio e recuperar o ouro olímpico, Colangelo e Coach K tornaram o Team USA em uma máquina de vitórias. A seleção venceu 75 jogos e perdeu apenas 1 durante o período em que comandaram o basquete. Além de vencerem os torneios olímpicos de Londres 2012 e do Rio 2016, mas o principal legado de Colangelo foi recuperar o prazer dos astros em representar os Estados Unidos mundialmente.
Kyrie Irving chegou a declarar que ninguém atingiu o ápice até representar a seleção.
Após o ouro no Rio de Janeiro, Coach K passou o cargo de treinador para Gregg Popovich. Enquanto Colangelo vai passar o cargo após os jogos de Tóquio. Um último desafio em uma carreira tão dourada de Jerry Colangelo.