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Evandro e Bruno Schmidt vencem chilenos em estreia no vôlei de praia

Evandro e Bruno Schmidt comemoram ponto no vôlei de praia nas Olimpíadas  - REUTERS/John Sibley
Evandro e Bruno Schmidt comemoram ponto no vôlei de praia nas Olimpíadas Imagem: REUTERS/John Sibley

Beatriz Cesarini

Do UOL, em Tóquio

25/07/2021 00h05Atualizada em 25/07/2021 01h37

Os brasileiros Evandro e Bruno Schmidt venceram os chilenos Esteban e Marco Grimald por 2 a 1 pelo torneio de vôlei de praia nas Olimpíadas de Tóquio-2020. Com parciais de 21/16, 16/21 e 15/12, os brasileiros não deram chances para os vizinhos sul-americanos e dominaram o confronto.

Apenas a partida em si já era uma vitória para Bruno, que em fevereiro passou cinco dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após ser diagnosticado com covid-19.

O primeiro set foi de domínio para o Brasil. Bruno iniciou com ritmo intenso, fazendo pontos de saque, ataque e com uma ótima defesa. O saque de Evandro foi decisivo quando os chilenos se encontram no jogo e diminuíram a vantagem brasileira para dois pontos, fazendo 14/12. Conhecido por ter "o melhor saque do planeta" na categoria, pela força e velocidade, o brasileiro fez com que a recepção adversária se perdesse, e, assim, a dupla fechou o primeiro set, com dois aces no fim do set.

Com o calor intenso na capital japonesa, o começo forte pareceu ter desgastado a dupla brasileira, que diminuiu um pouco o ritmo no segundo set. Após o jogo, Bruno admitiu que foi uma estratégia e que decidiu ir um pouco mais devagar, guardando energia para o restante da partida.

O segundo set foi de redenção para a dupla chilena. Após passarem na frente pela primeira vez no placar no décimo ponto, os primos Grimald dominaram a partida. Aproveitando muito bem os erros dos brasileiros, abriram cinco pontos de vantagem e conseguiram encaixar ataques para fechar em 21/16, fazendo 1 a 1 em sets.

A dupla brasileira admitiu que errou bastante no set perdido. Apesar das adversidades, Bruno valorizou o jogo também pelos momentos ruins, que, para ele, ajudam a dupla a se preparar melhor durante a competição.

"Quando o Evandro fechou o jogo eu falei: que bom que foi 2 a 1. Porque Olimpíada é um jogo só por dia, e você tem que estar preparado para tudo. E que bom que a gente no primeiro jogo enfrentou dificuldade."

No último set, os brasileiros conseguiram recuperar o bom vôlei. Após empatarem a partida em 10/10, tiveram domínio total até o fim. Bruno, com ótimas defesas, e Evandro, concentrado no ataque, fecharam em 15/12, fazendo 2 a 1.

Evandro e Bruno Schmidt voltam a jogar na madrugada de terça-feira (27), contra a dupla marroquina El Graoui e Abicha. No vôlei de praia, as duas melhores duplas de cada grupo avançam. Além dos primeiros, as quatro duplas terceiras colocadas disputam uma repescagem e duas avançam para as oitavas de final.

Bruno compete meses depois de ficar internado

O forte calor em Tóquio tem sido um problema em todas as partidas do vôlei de praia. Com alta temperatura e umidade na cidade japonesa, Ágatha, que jogou hoje, chegou a relatar dificuldade para respirar durante a partida. Bruno Schmidt, que viveu um drama este ano após sem internado por conta da covid-19, não conseguiu se preparar corretamente para jogar no calor.

"Eu fui voltar, depois do hospital, a me preparar no final de abril. E a condição no Brasil no final e abril já é bem gostoso. Tá sendo tudo novo. Ainda bem que eu cheguei aqui com uma semana de antecedência, pra poder me acostumar com esse calor, que é impressionante", disse Bruno após a partida.

No início deste ano, o campeão olímpico nos Jogos do Rio-2016 contraiu covid-19 e chegou a ter 70% do pulmão comprometido pela doença. Os primeiros sintomas apresentados foram febre por dois dias consecutivos, cansaço e indisposição. Após sua esposa, Laís, receber teste positivo para doença, Bruno também realizou vários exames PCR para verificar se estava contaminado, mas todos deram negativo.

Com a persistência dos sintomas, o atleta resolveu ir a um hospital em Vila Velha (ES). Ao realizar exames de imagem, veio a constatação: o pulmão de Bruno estava debilitado e, por isso, ele foi internado com suspeita de pneumonia.

Ele chegou a apresentar uma melhora no quadro, mas piorou pouco tempo depois e precisou ser transferido para um quarto de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permaneceu por quatro dias e o diagnóstico de covid-19 foi confirmado. Ao todo, Bruno ficou 13 dias internado.

Com a hospitalização, Bruno acabou perdendo bastante massa muscular, além de precisar fazer reabilitação pulmonar. Em entrevista ao UOL Esporte, o jogador afirmou que essa edição dos Jogos Olímpicos "não deveriam acontecer".