PUBLICIDADE
Topo

Brasil conquista medalhas inéditas no quinto dia das Paralimpíadas

Mariana D"Andrea se emociona com ouro inédito do halterofilismo - David Fitzgerald/Sportsfile via Getty Images
Mariana D'Andrea se emociona com ouro inédito do halterofilismo Imagem: David Fitzgerald/Sportsfile via Getty Images

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, de São Paulo

29/08/2021 11h02

Medalhas inéditas - no halterofilismo e no remo, e ainda na categoria feminina do judô - marcaram o quinto dia dos brasileiros nos Jogos Paralimpicos de Tóquio-2020 e levaram o país de volta ao sexto lugar na classificação geral, liderada pela China, que já ultrapassou as 100 medalhas. No futebol de 5, o Brasil se mantém invicto na história das Paralimpíadas, com vitória de 3 a 0 sobre a China, na estreia.

O Brasil fechou o domingo (29) somando mais sete (quatro ouros e três bronzes) e está com 30 no total, sendo dez de ouro (empatado com a Ucrânia), cinco de prata e 15 de bronze.

Das três medalhas inéditas, duas foram de ouro e de mulheres.

No halterofilismo (onde os atletas competem deitados), Mariana D'Andrea, de 22 anos e que tem nanismo, foi ouro na categoria até 73kg. A medalha é inédita para o Brasil, entre homens e mulheres. Mariana levantou 137kg, três a mais que a chinesa Xu Lili e cinco sobre a francesa Souhad Ghazouani.
A judoca Alana Maldonado, da categoria até 70kg da classe B2 (atletas com visão de vultos), venceu três lutas e ficou com o ouro, inédito na categoria feminina desse esporte, para o Brasil. A vitória na final foi por wazari, sobre Ina Kaldani, da Geórgia.

Ainda no judô, Meg Emmerich ficou com o bronze da categoria ate 70kg, mas da classe B3 (atletas que conseguem definir imagens), ao derrotar Altantsetseg Nyamaa, da Mongólia, por ippon, a 1min22 de luta. Dursadaf Karimova, do Azerbaijão, foi ouro sobre Zarina Baibatina, do Kazaquistão.

Aos 50 anos e tendo sobrevivido a 85% de comprometimento dos pulmões por causa da Covid-19, Antônio Tenório (até 100kg) não conseguiu medalha em Jogos Paralímpicos. Foi derrotado na disputa do bronze por Sharif Khalilov, do Uzbequistão, em luta dramática, que se seguiu a outra, no Golden score, na semifinal. Depois de 25 anos, não conseguiu somar uma medalha às seis que tem (ouro de 1996, 2000, 2004 e 2008; bronze em 2012 e prata em 2016).

Outra medalha inédita para o Brasil foi no remo, com o bronze de Renê Campos Pereira, 41 anos, no single skiff PR1(com função mínima ou nenhuma função de tronco). Com arrancada no fim da prova, chegou no terceiro lugar 10min03s54. O ouro foi de Roman Polianskyi, da Ucrânia, com 9min48s78, e a prata, do australiano Erik Horrie, com 10min00s82.

O chileno Alberto Abarza, Gabrielzinho e o russo Vladimir Danilenko - Alex Davidson/Getty Images - Alex Davidson/Getty Images
O chileno Alberto Abarza, Gabrielzinho e o russo Vladimir Danilenko
Imagem: Alex Davidson/Getty Images

Ouro de Gabrielzinho

Um dos momentos mais emocionantes desta edição das Paralimpíadas foi o pódio com o ouro do nadador Gabriel Araújo, mineiro de apenas 19 anos, que já tinha uma prata dos 100m costas e venceu os 200m livre da classe S2, para atletas com limitações físico-motoras (nesta segunda-feira, 1o. de setembro, à noite, são as eliminatórias dos 50m costas, onde o brasileiro tenta vaga na final da terça, 2, pela manhã, no horário do Brasil). Gabrielzinho fez 4min06s52, à frente do chileno Alberto Abarza (4min14s17), que tinha sido ouro nos 100m costas, e do russo , Vladimir Danilenko (4min15s95).

Na piscina, também veio uma medalha de ouro feminina depois de 17 anos, com Carol Santiago, de 36 anos. Apesar de ser da classe S12 (baixa visão), competiu na S13 (atletas que enxergam melhor que ela) dos 50m livre e venceu a prova com 26s82, à frente da russa Anna Krivshina (27s06) e da italiana Carlotta Gilli (27s07). A última brasileira a conquistar um ouro da natação tinha sido Fabiana Sugimori, em Atenas-2004, nos 100m livre da classe S11.

O bronze do dia teve uma disputa de gêmeas brasileiras. Beatriz ganhou da irmã Débora Carneiro na batida de mão, ficando com o bronze ao fechar 1min17s63 nos 100m peito da classe SB (atletas com deficiência intelectual). A espanhola Michelle Alonso Morales venceu com 1min12s02, recorde mundial), à frente a britânica Louise Fiddes, com 1min15s93.

Ainda nas provas individuais, o brasileiro Maciel Santos, da bocha paraolímpica, classe BC2 (cadeirantes que não podem receber assistência), venceu o argentino Luis Cristaldo por 6 a 1, ainda na fase de grupos. Ele já havia vencido o sul-coreano Lee Yongjin por 11 a 0.

E no triatlo, Jéssica Ferreira foi quarta colocação da categoria PTWC (atletas cadeirantes), com 1h16min23 -, depois de ter sofrido queimaduras no pé e ter passado por dez cirurgias em 25 dias. A brasileira saiu do nono lugar da natação para o oitavo no ciclismo e, na corrida, fechou em quarto. As medalhas foram de Kendall Gretsch (Estados Unidos), com 1h06min25, Lauren Parker (Austrália), com 1h06min26, e Eva Maria Moral Pedrero (Espanha), com 1h14min59.

Nonato, do futebol de 5 (vendado) e o goleiro (visão normal) da China - Kiyoshi Ota/Getty Images - Kiyoshi Ota/Getty Images
Nonato, do futebol de 5 (vendado) e o goleiro (visão normal) da China
Imagem: Kiyoshi Ota/Getty Images

Futebol de 5 invicto

Dos esportes coletivos, a seleção brasileira de futebol de 5 (para cegos), tetracampeã e invicta na história da competiçãoestreou com vitória por 3 a 0 sobre a China, pelo Grupo A, em jogo pesado por parte dos adversários. Os gols foram de de Nonato (dois) e Cássio.

A seleção brasileira masculina de goalball fechou a fase de grupos com sua terceira vitória em quatro jogos. Fez 8 a 3 sobre o Japão - que ainda assim terminou em primeiro lugar no saldo de gols (22 a 18). O destaque brasileiro foi Josemarcio, o Parazinho, que marcou cinco gols.

A seleção brasileira feminina de vôlei sentado venceu o Japão por 3 a 0 (25/13, 25/16 e 25/16), depois de passar pelo Canadá com 3 a 2.