Brasil tem remédio para dar "choque" quando time baixa guarda no vôlei
"Eu geralmente entro pra isso mesmo, pra dar um gás". Essa frase do ponteiro Lipe resume um pouco da sua função na seleção brasileira masculina de vôlei. O jogador é o mais usado do banco quando o técnico Bernardinho opta por uma substituição para tentar quebrar o ritmo de um adversário que cresce no jogo durante o Mundial.
Lipe é daqueles que não param de vibrar e está sempre com os olhos arregalados como se fosse uma chama para manter o time aceso. Junto com o capitão Bruninho, são os dois que mais fazem o perfil de levantar a equipe na base do grito.
"A personalidade deles dá uma contagiada, eles têm esse negócio da garra e todo mundo vai junto, e acho que isso ajudou nessa vitória", falou o líbero Felipe ao comentar a dupla na vitória de virada por 3 sets a 1 sobre Cuba, no domingo.
A entrada dos dois, junto de Leandro Vissotto, modificou o panorama de uma partida em que a equipe brasileira demonstrava certo abatimento após perder o primeiro set e ver o rival liderar por 14 a 11 na segunda parcial. Quando chamados do banco, já sabiam que tinham a função de "incendiar" o elenco.
"Pensei mais em tentar pra dar um choque na galera do que tecnicamente ser perfeito. Nós paramos de errar e começamos a jogar com uma atitude mais agressiva. Estávamos nos encolhendo mais. Minha entrada e a do Lipe, que tem essa característica também, conseguiu dar mais um ânimo pra equipe", falou Bruninho, que estava fora por conta de uma lesão no dedo da mão direita.
O levantador, como capitão da equipe, já é um dos que mais falam e incentivam durante o tempo todo. Já Lipe conta que sempre teve o jeito raçudo durante toda a carreira e não aceita que a seleção brasileira perca quando joga o seu melhor. Por isso tenta "agitar" quando vê que o psicológico do time está atrapalhando.
"Sempre, sempre (foi assim). Na vida sou mais tranquilo, mas aqui dentro viro um bicho e quero ganhar, independentemente se estou bem ou mal. Ainda mais na seleção brasileira, aqui eu não admito perder pra ninguém. Não é uma arrogância ruim. Não é querer ser superior a ninguém, mas se jogarmos com nosso potencial máximo, não dá pra ninguém, é uma agressividade gostosa. Sempre fui assim em todos os clubes", explicou.
Até o mais tranquilo Leandro Vissotto se contagiou pela dupla ao ver que entraria junto com eles. "A gente vendo de fora via que o jogo estava morno e conversamos eu, Lipe e Bruno pra entrar e dar uma oxigenada e um gás na galera, porque estava muito morno. Deu uma aquecida ali e o jogo fluiu melhor", comentou.
Apesar de na partida contra o cubano eles terem sido importantes na virada, todos ressaltaram a importância de o banco poder contribuir nos momentos em que alguns jogadores importantes e que vinham se destacando não faziam um bom jogo, como Lucarelli e Wallace, dois dos principais pontuadores da equipe.
“Sabemos que o Brasil é isso, não são só seis titulares, são 14 e só vamos chegar lá pra frente com isso”, falou Bruninho."O Vissoto entrou bem e o Bruno também, é bom ver que os 14 jogadores estão prontos.", endossou Lipe.
O triunfo da noite deste domingo, em Katowice, foi o quinto em cinco jogos da seleção de Bernardinho, que havia batido antes Alemanha, Tunísia, Finlândia e Coreia do Sul. Agora, na segunda fase, enfrentará os quatro classificados do Grupo C (China, Bulgária, Canadá e Rússia).
Na próxima etapa, os países de uma chave só enfrentam os da outra que vão cruzar (A contra D e B contra C) e são levados os resultados da primeira fase, exceto os jogo contra os países que foram eliminados (no caso do Brasil, serão levadas só as vitórias sobre Alemanha, Finlândia e Cuba, os outros três do grupo que passaram). O próximo jogo será contra a Bulgária, na próxima quarta-feira, às 11h30 (horário de Brasília).
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