"Amo viajar e perdi 40 kg pois sofria para fazer passeios e carregar malas"
Com 106 kg, Andrea Torres, 33 anos decidiu emagrecer ao perceber que não tinha energia e condicionamento físico para fazer os passeios que tanto gostava. A historiadora chegou aos 66 kg sem grande sacrifícios, com uma dieta que permitia comer de tudo. A seguir, conta como conseguiu:
"Tive problemas com peso praticamente a vida inteira. Comecei a engordar aos cinco anos e aí entrei no 'ciclo da dieta sem fim', sabe? Eu restringia alimentos, só comia produtos diet e emagrecia com regimes rígidao, mas bastava descuidar um pouco da dieta que engordava tudo novamente —o tão conhecido efeito sanfona. Foi assim até aos meus 30 anos, quando decidi perder peso de verdade, comendo de tudo, sem restrições, aprendendo a saborear coisas novas e a gostar de exercício físico.
Eu pesava 106 kg e, com 1,72 m de altura, tinha obesidade grau 2. Isso era preocupante e eu já estava com taxas alteradas de colesterol e com resistência à insulina (o que pode levar ao diabetes). Porém, o mais determinante para decidir mudar o meu corpo foi porque amo viajar e o excesso de peso começou a atrapalhar essa minha paixão.
A primeira vez foi em um mochilão por 20 cidades na Europa. Os problemas começaram quando me dei conta que nenhuma roupa de inverno cabia mais em mim. Tinha um casaco maravilhoso de um passeio anterior à Europa e ele não passava nem nos meus braços. Durante a viagem, não deixei efetivamente de fazer nada, mas o cansaço e as dores no corpo eram terríveis. Caminhar era difícil, carregar a mala era uma tortura. Muitos lugares na Europa não têm elevador e subir escadas era um desafio. Algo absurdo para uma pessoa de 29 anos na época.
O maior incentivo para emagrecer foi uma viagem à Patagônia (Argentina). Dessa vez, foi mais complicado porque era um turismo de aventura e as atividades exigiam bastante do condicionamento físico. Em um passeio, cheguei a chorar de tanto nervoso achando que não ia conseguir concluir o caminho e faria minha amiga parar também (o guia não permitiu que eu parasse e ela continuasse). Esse episódio foi bastante paradigmático para mim e a partir dele comecei a me dedicar bastante aos exercícios físicos e à dieta.
Foi tudo bem lento. Na verdade, dividido em duas fases. Na primeira, emagreci 14 kg e desisti. Dessa vez, no entanto, algo novo aconteceu: não voltei a engordar. Comecei a entender o ciclo vicioso da restrição x compulsão e simplesmente fiquei num equilíbrio. Comendo o que queria, mas sem excessos. Assim, não emagrecia nem engordava.
No final de 2017, comecei a usar o aplicativo do Vigilantes do Peso e emagreci mais 24 kg, somando 38 kg. O plano deles basicamente consiste em uma dieta dos pontos. Nela, cada alimento tem uma pontuação e eu podia comer de tudo --de maçã a brigadeiro --, desde que a soma do que consumisse não ultrapasse meu limite de pontos diário (determinado conforme altura, peso e nível de atividade física da pessoa).
Consegui manter os 68 kg de dezembro de 2018 a março de 2019, quando resolvi parar de fumar depois de 17 anos. Morria de medo de voltar a engordar largar o cigarro, mas encarei e deu certo. Cheguei a ganhar 1 kg no primeiro mês de abstinência, mas desde lá perdi mais 3 kg, chegando aos meus 66 kg atuais (um total de 40 kg eliminados).
O emagrecimento foi um processo longo, mas nada sacrificante. Fui aos poucos aprendendo a correr e tomei gosto pelo exercício. Depois veio a musculação. Hoje, faço um treino bem pesadinho e me sinto muito bem. Eu me sinto em harmonia com a comida e com meu corpo, mesmo com as marcas que esse excesso de peso deixou nele, como as estrias e a flacidez.
Agora me preocupo muito com a minha alimentação, mas não consumo nada dietético, nem mesmo adoçante. Aquilo que realmente preciso adoçar (poucas coisas atualmente), ponho açúcar. Não faço nenhum tipo de restrição a alimentos específicos, mas busco ao máximo que meu dia a dia seja com uma alimentação o mais natural possível. Ao não consumir industrializados, já acabo evitando a maioria das coisas que mais engordam, então é como matar dois coelhos com uma cajadada só. Estou em uma fase de ajuste do meu cardápio para incluir mais proteínas e melhorar o ganho de massa. Aprendi realmente a gostar de alimentos vegetais e frescos e hoje sou 'a chata do rolê', que quando sai com os amigos pede pizza de rúcula.
Emagrecer fez uma diferença brutal na minha vida é brutal! Eu me sinto literalmente leve, cheia de energia e saúde. Eu me acho mais bonita e descobri belezas no meu corpo que nunca havia percebido. Tem um outro aspecto psicológico interessante que é a sensação de ser capaz. Por mais harmônico que tenha sido o processo, emagrecer 40 kg não é algo corriqueiro e isso me faz pensar que, se eu consegui perder tanto peso assim, sou capaz de fazer qualquer coisa."
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