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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Enchentes causam alta de leptospirose, saiba mais sobre essa doença

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Imagem: iStock

Cristiane Bomfim

Da Agência Einstein

19/12/2019 12h15

A temporada de chuvas começou. Nos últimos dias, os temporais constantes têm causado transtornos à população. De acordo com previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), até o próximo dia 23 a previsão é de que as precipitações cheguem em até 200 milímetros no estado do Paraná, sul de São Paulo e centro do Mato Grosso do Sul. Já entre 23 e 28 de dezembro, as chuvas ficam mais intensas no Sudeste, com destaque para o Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com até 85 milímetros. No centro-sul do Amazonas os acumulados devem ficar próximos 100 milímetros.

Marcado pelo aumento das chuvas, o verão também é sinônimo de alagamentos que aumentam o risco de leptospirose, doença transmitida por meio do contato com água contaminada pela urina de ratos urbanos com a bactéria leptospira. A doença pode ser fatal. Dados do Ministério da Saúde mostram que só em 2018 foram registrados 2.786 casos da doença em todo o país, com 244 pessoas mortes. Em São Paulo, onde as chuvas dos últimos dias têm provocado alagamentos e transbordamentos de rios, dados da Secretaria de Saúde Estadual mostram que entre janeiro e 18 de novembro de 2019 foram confirmados 483 casos e 69 óbitos.

A bactéria leptospira penetra no organismo humano através de feridas, nem sempre aparentes, na pele, após o contato com água contaminada em enchentes, poças de água ou solo úmido. "Onde há lixo, há ratos e chances de contrair leptospirose. Então, a melhor maneira de evitar a contaminação é ficar bem longe de enchentes e alagamentos", explica o infectologista Hélio Bacha, do Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein, em São Paulo. "O problema é como evitar este contato", continua.

A leptospirose é uma doença infecciosa, que na maioria das vezes é assintomática. Quando se manifesta, seus sintomas mais comuns são febre alta, mal-estar e dor muscular —principalmente na cabeça e no tórax. Normalmente regridem em três ou quatro dias. Algumas pessoas podem ter diarreia, náuseas, calafrios. Em aproximadamente 15% dos pacientes, ela evolui para manifestações mais graves, que ocorrem normalmente após a primeira semana. As mais clássicas são icterícia (presença de uma cor amarelada na pele, membranas, mucosas e olhos), complicações renais, torpor e coma.

"Cabe ao paciente procurar o médico no aparecimento de qualquer um desses sintomas. A doença pode evoluir para sepse, um quadro de infeção grave com risco de morte", recomenda Bacha. O diagnóstico nem sempre é fácil, uma vez que os sinais iniciais podem ser confundidos com os de outras enfermidades, como dengue. "Por isso, é importante que a pessoa informe o contato com água de enchente para que os exames de confirmação de leptospirose sejam solicitados", diz o infectologista.