9 problemas que você pode ter se respirar só pela boca
Inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Essa ação, que para muitas pessoas parece tão simples, para outras pode ser uma dificuldade e tanto. Afinal de contas, a respiração nasal é fisiológica e deve acontecer naturalmente e de forma imperceptível.
Já a respiração oral, acontece, na maioria das vezes, em consequência da impossibilidade de puxar o ar pelo nariz, seja por alguma obstrução, como um desvio de septo nasal, aumento das conchas nasais, processos inflamatórios e infecciosos (gripes, resfriados, sinusites, rinites, tumores nasais, entre outros), ou até mesmo por alterações neurológicas e anatômicas do sistema respiratório.
E como respirar pela boca não é nada normal, é preciso identificar qual a causa dessa obstrução, para que assim seja realizado o tratamento ideal. Em casos de rinite alérgica, desvio de septo nasal e sinusite, por exemplo, o otorrinolaringologista pode optar pelo tratamento clínico, associado ou não ao cirúrgico. Mas, geralmente, a terapia deve ser feita de forma multidisciplinar, o que envolve uma equipe composta também por fonoaudiólogos, dentistas, dentre outros profissionais.
Agora, se a pessoa não procurar nenhum tipo de tratamento, pode ser que, além do incômodo da respiração pela boca, outros problemas também venham a surgir, como alguns desses que listamos a seguir.
Infecções das vias aéreas
Ao respirar pelo nariz, o ar passa por um processo de filtração, aquecimento e umidificação. Tudo isso para tentar evitar que germes e bactérias entrem no organismo e cheguem até os pulmões.
Quando a pessoa puxa o oxigênio pela boca, essa ação não acontece, o que pode fazer com que esses micro-organismos naveguem sem grandes problemas para dentro do corpo, principalmente para a garganta, causando infecções não só nesse ponto, mas em outras partes das vias aéreas.
Portanto, faringites, amigdalites, otites, resfriados, gripes e pneumonias são algumas dessas contaminações que podem surgir de forma constante por conta da respiração oral. Claro que é preciso buscar ajuda médica para o tratamento dessas doenças, mas é de extrema importância procurar uma terapia definitiva para conseguir respirar normalmente pelo nariz.
Ronco
Causado pela vibração dos tecidos da garganta, que apresentam uma maior flacidez, o ronco acontece por conta de uma obstrução nasal ou pelo aumento da amígdala e base da língua.
Na hora de dormir, as pessoas que apresentam maior tendência a roncar normalmente mantêm a boca aberta para facilitar a respiração. Durante o sono, os efeitos da força da gravidade agindo sobre a garganta, principalmente quando a pessoa dorme de barriga para cima, pode intensificar ou facilitar o aparecimento do ronco.
Para as crianças entre 2 e 7 anos que apresentam o problema, se o ronco não for resolvido, podem ocorrer alterações no desenvolvimento dos ossos do crânio e da face. Com o passar dos anos, outros distúrbios podem surgir, como céu da boca alto e ovalado, arcadas dentárias estreitas, nascimento dos dentes permanentes tortos e queixo retraído.
Já na fase adolescente e adulta, a presença de ronco em consequência da obstrução da via aérea pode causar despertares frequentes com fragmentação do sono e consequências ao longo do dia, como sonolência excessiva, piora da produtividade e da qualidade da vida.
Inchaço abdominal
Ao respirar pela boca, a pessoa pode engolir muito ar, o que leva ao acúmulo de gases no estômago e intestino, que distendem as vísceras e causam dor e desconforto na região do abdômen. Se a pessoa não procurar ajuda médica para o melhor tratamento, em longo prazo, o inchaço abdominal pode causar dor, desconforto, flatulência, além de contribuir para o desenvolvimento da síndrome do intestino irritável, que é caracterizada por dor abdominal crônica e alterações no hábito intestinal.
Apneia
Ocorre quando, durante o sono, a pessoa para de respirar de forma transitória por conta de alguma obstrução na faringe. Muito comum em quem respira pela boca, a apneia, em longo prazo, pode levar ao desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, diabetes, entre outras doenças.
Além disso, a piora da qualidade de vida e a maior chance de acidentes no trânsito e no dia a dia também podem acometer quem sofre de apneia do sono.
Dores nas costas
Normalmente, uma das causas da respiração bucal é a má oclusão dentária. Portanto, quando os dentes estão desalinhados, as musculaturas da mandíbula, do pescoço e das costas, que estão interligadas, são exigidas de maneira mais intensa. Além disso, quando a pessoa inspira o ar pela boca, automaticamente, ela muda sua postura, projetando a cabeça para frente a fim de facilitar a entrada de ar, forçando os mesmos músculos citados.
A longo prazo, problemas posturais são comuns, causando não somente dores nas costas, mas até mesmo nos joelhos e nos pés.
Para o tratamento, tudo começa pela investigação da causa da respiração bucal, sendo que um dentista é o profissional indicado para tratar a má oclusão, e um médico otorrinolaringologista para tratar quaisquer condições que possam estar relacionadas à obstrução nasal. Um médico ortopedista e um fisioterapeuta podem contribuir com o tratamento para alinhar a postura e aliviar as dores nas costas.
Diminuição do olfato e do paladar
Respirar pelo nariz faz com que o fluxo de ar leve as partículas odoríferas até os receptores do olfato, que se localizam na porção superior da cavidade nasal. Com a obstrução do nariz e a respiração pela boca, esse mecanismo é impedido e consequentemente ocorre a redução do olfato.
Já o paladar, por estar diretamente ligado ao cheiro do alimento, também acaba sendo prejudicado. Então, ao longo do tempo, os malefícios à saúde olfativa se tornam crônicos e podem ser permanentes. Ou seja, a pessoa pode ter dificuldades em sentir o sabor e o cheiro dos alimentos para sempre.
Halitose
Quem respira pela boca apresenta maior ressecamento bucal, e isso aumenta a descamação das células da mucosa oral e também das bactérias que se alimentam dessas partículas. Então, com a respiração bucal, esses germes acabam se proliferando, e em conjunto com os restos de alimentos e células descamadas, há a formação da chamada saburra lingual, uma camada de placa esbranquiçada que fica sobre a língua, e é a principal causa da halitose.
Com o passar do tempo, e sem o tratamento para a respiração pelo nariz, a halitose pode ser tornar crônica. Ou seja, constantemente a pessoa terá mau hálito, podendo estar mais ou menos agravada conforme a existência de outras causas e os cuidados que se toma diariamente com a saúde bucal.
Dificuldade em realizar atividades físicas
Quando a pessoa não respira pelo nariz, o corpo possui menor quantidade de oxigênio circulante, o que diminui a capacidade pulmonar do indivíduo. Por isso, o desempenho em qualquer atividade física é menor, e o cansaço e a fadiga ocorrem mais rapidamente.
A longo prazo, essas consequências se tornam mais significativas, além de causarem uma sobrecarga adicional ao sistema cardiovascular, que trabalha com menor oferta de oxigênio e nutrientes necessários. As consequências disso avançam para problemas vasculares sérios, como desenvolvimento de hipertensão arterial.
Piora da bronquite
A doença nada mais é do que uma inflamação dos brônquios, os canais que conduzem o oxigênio até o pulmão. Então, por conta da obstrução nasal, o fluxo de ar que é conduzido diretamente pela boca carece de filtração, umidificação e aquecimento. Ao chegar no pulmão, que já está inflamado, esse ar "sujo, seco e frio", acaba por agravar ainda mais o quadro de bronquite. Se a respiração oral continuar, a tendência é que a doença se torne crônica e fique ainda mais difícil de tratá-la.
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Horário de funcionamento: das 9h até as 13h (praia) e das 17h até a 1h (arena)
Endereço arena: Av. Riviera, s/n, próximo ao shopping - Bertioga (SP)
Local do espaço na praia: canto direito da praia de Riviera de São Lourenço
Entrada: Gratuita
Fontes: Carolina Tarouco Alvares Soares, cirurgiã-dentista na Natural Odonto, em São Paulo, especialista em ortodontia pelo Hospital Geral do Exército, em São Paulo e especialista em halitose pelo Centro de Tratamento em Halitose, em São Paulo; Fabiana Quaglio, cirurgiã*dentista, especialista em estomatologia e consultora científica da ABO-SP (Associação Brasileira de Odontologia de São Paulo); Fábio Cahuê, doutor em ciências, mestre em educação física pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e professor de educação física na Bodytech, no Rio de Janeiro; Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo; Luciane Impelliziere Luna de Mello, pneumologista e especialista em medicina do sono do Instituto do Sono, em São Paulo; Marcelo Tabosa Dutra Sanches, otorrinolaringologisa e otologista do Hospital Samaritano, em São Paulo; Marcio Nakanishi, otorrinolaringologista do Hospital Universitário da UnB (Universidade de Brasília) e presidente da ABR (Academia Brasileira de Rinologia); Márcio Schiefer, professor-adjunto de ortopedia da Faculdade de Medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e médico ortopedista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia no Rio de Janeiro e Rafael Addum Moraes, médico gastroenterologista, professor da UFRJ e membro da FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia).
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