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Remédios e Tratamentos

Um guia dos principais medicamentos que você usa


Metformina previne e trata efeitos do diabetes tipo 2, e tem outros usos

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Cristina Almeida

Colaboração para o VivaBem

25/02/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Metformina é a primeira frente de tratamento do diabetes tipo 2 e da resistência à insulina
  • Ela é apenas parte da terapia do diabetes. Por isso não basta tomá-la sozinha
  • O seu uso ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue, reduzindo a chances de o diabetes prejudicar outros sistemas do seu corpo
  • Evite a automedicação. A dose da metformina deve ser individualizada. Por isso, a orientação do seu médico é essencial

Usada há 50 anos para o controle dos níveis de glicose no sangue, a metformina é útil, principalmente, no tratamento e prevenção do diabetes do tipo 2.

O que é metformina?

Trata-se de um antidiabético que pertence à classe de remédios chamados de biguanidas —agentes utilizados como hipoglicemiantes— ou seja, eles são capazes de reduzir/controlar a concentração de glicose na corrente sanguínea.

A metformina consta da lista dos fármacos considerados essenciais pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Em quais situações você pode usá-lo?

Nenhum medicamento é 100% seguro. Por isso, é importante que você faça o uso racional desse remédio, ou seja, utilize-o de forma apropriada, na dose certa e pelo período definido pelo seu médico.

A metformina é a primeira frente de tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2 (enfermidade que tem como característica a elevação da glicose do sangue), principalmente nos casos de obesidade ou sobrepeso onde seja constatada a resistência à insulina. Esta, um hormônio que controla a quantidade de açúcar no sangue.

O fármaco pode também ser usado como complemento na terapia com insulina no diabetes tipo 1, especialmente nos casos em que o fator obesidade decorra da hereditariedade.

Mais recentemente a metformina também tem sido usada na terapia da Síndrome do Ovário Policístico.

Esse medicamento deve ser consumido sob prescrição médica. Isso porque suas doses devem ser personalizadas.

Usos fora da bula (off label)

Algumas indicações da metformina não constam da bula, ainda aguardam aprovação das autoridades sanitárias, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil. Como ela tem mostrado ser útil no manejo de outras doenças, alguns médicos podem prescrevê-la nos seguintes casos:

  • Ganho de peso induzido por antipsicóticos;
  • Prevenção do diabetes.

Além desses quadros, esse medicamento também tem sido estudado porque parece ter propriedades neuroprotetivas, anticâncer e antienvelhecimento.

Conheça as apresentações disponíveis

Os medicamentos de referência, cujo princípio ativo é a metformina, são conhecidos como Glifage®, Dimefor®, Gluformin®, entre outras marcas.

Existem no mercado outros produtos que a associam a outros fármacos. Contudo, as versões de marca ou genéricas terão as seguintes formatos:

  • Comprimidos revestidos - 500mg, 850mg e 1g;
  • Comprimidos de ação prolongada - 500mg, 750mg, 850mg e 1g.

Entenda como ela funciona

A metformina é capaz de equilibrar os níveis de glicose de duas maneiras:

  • Controla a liberação da glicose pelo fígado, fazendo que ela circule em menor quantidade na corrente sanguínea;
  • Melhora o aproveitamento da glicose pelos músculos. Quanto mais ela é usada, mais rápido ela sai da corrente sanguínea;
  • Altera a microbiota intestinal. Essa evidência sugere a capacidade de regulação da flora intestinal, que se relaciona ao desenvolvimento de doenças metabólicas (diabetes tipo 2 e acúmulo de gordura no fígado).

Contudo, não espere resultados imediatos."Em cerca de 3 horas após a ingestão, ela já começa a fazer efeito", explica Ivarne Luis dos Santos Tersariol, diretor de Pesquisa e Inovação da FapUnifesp. "Do ponto de vista terapêutico, o efeito buscado, de redução da glicose, se estabelece após 15 dias de uso contínuo", completa.

Quais são as vantagens de seu uso?

A metformina é um antidiabético de uso oral que possui baixa toxicidade, excelente eficácia clínica e perfil de segurança a longo prazo. Entre as suas vantagens destaca-se a redução de eventos vasculares.

"Isso significa que o remédio reduz a atividade inflamatória e, com isso, previne a evolução da ateroclesose, evitando complicações cardiovasculares", esclarece Cláudia Cristina Pereira de Araújo, farmacêutica atuante em vigilância em saúde da Prefeitura de São Paulo.

O medicamento ainda age na diminuição do triglicérides via LDL, o colesterol ruim, e é eficiente em todas as fases evolutivas do diabetes.

Ela está incluída na Farmácia Popular?

Sim. As apresentações específicas de 500mg e 850mg estão disponíveis, sem custo algum, no programa Aqui tem Farmácia Popular, do Ministério da Saúde. Veja quais medicamentos podem ser encontrados na Farmácia Popular aqui: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/maio/17/Lista-de-Medicamentos.pdf.

Encontre farmácias e drogarias, próximas à sua casa, que são credenciadas neste Programa aqui: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/41867-veja-tambem-os-enderecos-das-farmacias-e-drogarias-que-integram-o-programa-aqui-tem-farmacia-popular.

Como a metformina consta da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais), ela também tem distribuição gratuita em todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde). Para ter acesso a ela, basta apresentar a receita médica.

Saiba quem deve evitar a metformina

Embora este medicamento seja considerado seguro, fale com seu médico ou farmacêutico caso você tenha tido algum tipo de reação alérgica a medicamentos usados para o controle da glicemia, ou mesmo na hipótese de ter tido conhecimento de que alguém de sua família apresenta ou apresentou esse tipo de problema.

Se você se identifica com algum dos grupos abaixo descritos, avise o profissional da área da saúde antes de iniciar o consumo da medicação. Confira:

  • Pessoas com hipersensibilidade a metformina ou a componentes de sua fórmula;
    Indivíduos em situações de cetoacidose diabética;
  • Grávidas com diabetes gestacional;
  • Pessoas que fazem uso abusivo de álcool;
  • Indivíduos com insuficiência renal ou doenças hepáticas;
  • Pessoas com enfermidades cardíacas, respiratórias ou vasculares;
  • Pacientes que usam agentes anticolinérgicos (usados para combater cólica, doenças neurológicas ou para dilatar as pupilas);
  • Pessoas que fazem uso contínuo de diuréticos.

O que acontece se eu não usar esse medicamento?

Algumas pessoas podem ter dificuldade de fazer uso contínuo de remédios. Contudo, lembre-se que o diabetes é uma doença que tem causas multifatoriais, como a genética e a história familiar, bem como os hábitos de vida.

Renato Walch, médico de família e coautor do livro "Medicina de Família e Comunidade: Fundamentos e Prática" (Editora Atheneu), adverte que o tratamento medicamentoso é apenas uma das estratégias utilizadas para quem tem o diagnóstico de diabetes. "É comum a pessoa conseguir controlar a doença apenas com mudanças na alimentação e atividade física, sem ter de tomar a medicação", garante o especialista.

O fato é que a metformina não cura o diabetes, mas ajuda no controle da glicemia. Ao usá-la de acordo com as indicações de seu médico, você reduz as chances de a enfermidade progredir. Quando ela progride, a concentração de glicose no sangue aumenta, levando a um desequilíbrio prejudicial ao funcionamento de sistemas importantes do seu corpo.

O que isso significa para a sua vida? Você fica mais exposto ao risco de ter infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), doença renal ou oftalmológica, além de problemas nos dentes, pés e pele. A maioria das pessoas com diabetes tem pressão alta (hipertensão), o que eleva ainda mais o risco para os eventos cardiovasculares mencionados.

Crianças e idosos podem usá-lo?

Sim. A metformina é indicada para adultos e crianças acima de 10 anos. Entre os pequenos, porém, a dose jamais pode exceder aos 2000mg. A orientação é do Instituto de Saúde dos Estados Unidos.

Quanto aos idosos, o cuidado maior se deve ao fato de que a metformina é um tipo de medicamento que deve ser usado diariamente. Na maioria das vezes, nesse grupo, ela se soma a outras medicações de uso contínuo. A esse quadro os especialistas dão o nome de polifarmácia. A orientação de um médico ou farmacêutico pode reduzir o risco de prejuízo das funções.

Caso se verifique que o idoso tem boa saúde, o medicamento será considerado seguro. E mais: entre os adultos maduros, ele ainda diminui as quedas —comuns nessa fase da vida, especialmente quando comparado a outros medicamentos usados com a mesma finalidade.

Estou grávida e/ou amamentando, posso usá-la?

Embora estudos feitos até o momento não relacionem o uso de metformina com aumento de risco para anomalias congênitas, parto prematuro ou aborto, é contraindicado o uso desse fármaco por gestantes e lactantes.

Fale com seu médico para saber quais são as opções de tratamento para você. Ele poderá avaliar a melhor solução no seu caso, o que inclui a terapia indicada para o diabetes gestacional.

Qual é a melhor forma de consumi-lo?

A recomendação é consumi-lo com água em abundância, durante ou a imediatamente após as refeições.

Como a metformina costuma ter como efeito colateral o desconforto gastrointestinal, esta é uma estratégia para reduzir esse tipo de queixa.

Além disso, os especialistas sugerem que, após 15 minutos da ingestão do comprimido, se beba mais água. Isso garante que o medicamento chegue ao seu destino de forma correta.

O que fazer quando esquecer de tomar o remédio?

Espere até a hora da dose seguinte e reinicie o uso do medicamento. É desaconselhado tomar dois comprimidos de uma vez para compensar a dose que foi esquecida.

Se você é daqueles que sempre se esquece de tomar seus remédios, use algum tipo de alarme para lembrar-se.

Quais são os possíveis riscos e efeitos colaterais?

A metformina pode provocar os seguintes desconfortos:

"Ela também pode levar à redução dos níveis de vitamina B12, porque altera a microbiota. A perda do apetite também é comum. Este último efeito é útil nos casos de pacientes diabéticos com obesidade ou que estejam acima do peso", esclarece Fernanda Cristina Ostrowski Sales, farmacêutica e docente da disciplina de farmacologia dos cursos de medicina, farmácia e odontologia da PUC-PR.

Um efeito colateral grave, porém mais raro, é a cetoacidose diabética/acidose lática —uma elevação das taxas de glicemia a níveis muito altos que afeta outros órgãos, principalmente a função renal.

Esse efeito poderá se manifestar especialmente em pessoas com doenças respiratórias, do fígado ou renais. Esta é uma situação de emergência, e você deve procurar ajuda médica imediatamente ao observar os seguintes sintomas:

  • Fraqueza;
  • Desmaio;
  • Hálito com odor alterado;
  • Dor ou desconforto estomacal persistente;
  • Respiração difícil ou ofegante;
  • Insônia;
  • Cãibras.

Metformina emagrece?

Sim, mas segundo José Vanilton de Almeida, farmacêutico, educador em diabetes e coordenador do Grupo de Trabalho Técnico de Farmácia do CRF-SP, é preciso ter cuidado com este conceito, porque se trata de um efeito ainda não aprovado pelos órgãos sanitários.

"Muitas vezes o médico tem à sua frente um paciente obeso, com glicemia variável, mas sem diagnóstico de diabetes. Após alguns exames, ele pode descobrir que a pessoa tem resistência à insulina. Nesses casos, a metformina servirá para controlar o quadro, o que ajudará, também, na redução do peso". "Mas que fique claro: ele não é um medicamento indicado para emagrecimento".

Metformina pode causar queda de cabelo?

Segundo os especialistas consultados nesta matéria, não existem estudos científicos que relacionam a queda de cabelo ao uso da metformina.

Contudo, o fármaco foi considerado benéfico para a melhora da qualidade de vida em mulheres com a síndrome do ovário policístico, reduzindo queixas consequentes à acne, queda de cabelo e infertilidade, especialmente entre pessoas acima do peso. O estudo foi publicado pelo periódico Health and Quality of Life Outcomes.

Pode soltar o intestino?

Sim, a depender da dose e da sensibilidade do paciente, a diarreia é um possível efeito colateral relacionado a esse medicamento. Mas o seu contrário também pode ocorrer, ou seja, o intestino pode ficar preso.

Como saber que sou alérgico?

Alergia é o mesmo que hipersensibilidade. E alergia não depende do produto, mas da pessoa. As alergias à metformina são raras. No passado havia alergia aos corantes (hoje já não utilizados), mas pode ser que a reação ocorra em razão dos conservantes da molécula metformina.

Nessas situações, os sintomas comuns serão dor no peito, erupção cutânea.

Se isso acontecer com você, procure ajuda médica imediatamente e leve o medicamento para que o médico possa saber o que você tem consumido.

Interações medicamentosas e alimentares

A metformina não combina com bebidas alcoólicas. E deve ser usada com cautela junto a:

  • Hipertensivos (inibidores da enzima da conversão da angiotensina). No caso de necessidade de uso conjunto, o médico deverá indicar as melhores formas de uso dos dois medicamentos;
  • Diuréticos (fármacos que aumentam o fluxo urinário);
  • Broncodilatadores (agonistas Beta-2 como salbutamol);
  • Corticosteroides (anti-inflamatórios potentes).

Tenha sempre em mãos a lista de medicamentos que você toma todos os dias, incluindo fitoterápicos e suplementos vitamínicos.

Exames laboratoriais podem ser alterados?

Sim. Há contraindicação expressa de uso da metformina nos exames que façam uso de contraste iodado. A medicação deve ser interrompida 2 dias antes da realização do teste. Na dúvida, fale com seu médico ou laboratório.

Guia prático de uso da metformina

Somente o médico ou um farmacêutico podem orientá-lo sobre a melhor forma de consumo desse medicamento. Apesar disso, há algumas informações que você deve conhecer para aproveitar o melhor que o fármaco pode oferecer. Confira:

  • Evite suspender o uso do medicamento caso note que não houve mudança nos níveis glicêmicos. A metformina pode demorar até 3 ou 4 semanas para alcançar o efeito esperado;
  • Fale com seu médico antes de parar de tomar a metformina. Mesmo que esteja se sentindo bem e a glicemia esteja estável, só ele pode decidir o que seria melhor fazer no seu caso;
  • Evite mudar a dose do remédio por conta própria, especialmente se abusou da alimentação, ficou muito tempo sem comer ou fez escolhas menos saudáveis à mesa;
  • Procure ajuda médica caso perceba que o mal-estar não passa, ou quando esteja difícil continuar tomando o fármaco devido a vômitos ou diarreia. Pode ser que seja necessário fazer um ajuste de dose, o que somente o médico poderá calcular;
  • Fique atento à validade do medicamento, que é de 24 meses. Considere que, após aberto, essa validade é ainda menor;
  • Mantenha o medicamento sempre dentro da própria embalagem e nunca descarte a bula até terminar o tratamento;
  • Leia atentamente a bula ou as instruções de consumo do medicamento;
  • Utilize o medicamento na posologia indicada;
  • Ingira os comprimidos inteiros. Evite esmagá-los ou cortá-los ao meio --eles podem ferir sua boca ou garganta. A exceção é a indicação médica;
  • Escolha um local protegido da luz e da umidade para armazenamento. Cozinhas e banheiros não são a melhor opção. A temperatura ambiente deve estar entre 15ºC e 30°C;
  • Guarde seus remédios em compartimentos altos ou trancados. A ideia é dificultar o acesso às crianças;
  • Procure saber quais locais próximos da sua casa aceitam o descarte de remédios. Algumas farmácias e indústrias farmacêuticas já têm projetos de coleta;
  • Evite descarte no lixo caseiro ou no vaso sanitário. Frascos vazios de vidro e plástico, bem como caixas e cartelas vazias podem ir para a reciclagem comum.

O Ministério da Saúde mantém uma cartilha (em pdf) para o Uso Racional de Medicamentos, mas você pode complementar a leitura com a Cartilha do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos - FIOCRUZ) (em pdf). Quanto mais você se educa em saúde, menos riscos você corre.

Fontes: Cláudia Cristina Pereira de Araújo, farmacêutica atuante em vigilância em saúde da Prefeitura de São Paulo e bioquímica com especialização em saúde pública pela USP (Universidade de São Paulo); Fernanda Cristina Ostrowski Sales, farmacêutica, bioquímica, mestre em tecnologia em saúde pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e docente atuando na disciplina de farmacologia dos cursos de medicina, farmácia e odontologia da mesma instituição; Ivarne Luis dos Santos Tersariol, chefe do Departamento de Bioquímica da Unifesp e diretor científico de inovação da FAPUnifesp (Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo); José Vanilton de Almeida, farmacêutico, mestre em ciências farmacêuticas pela Universidade de Sorocaba, especialista em manipulação magistral alopática pela Anfarmag (Associação Nacional dos farmacêuticos Magistrais), educador em diabetes certificado pelo Projeto Educando Educadores, coordenador do Grupo de Trabalho Técnico de Farmácia, ministrante de cursos pelo CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia em São Paulo) e membro da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes); Renato Walch, médico de família, instrutor do curso de emergência da Unicid (Faculdade de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo), plantonista de emergência nos Hospitais Sírio Libanês e Vila Nova Star (SP), diretor médico da Amparo Saúde. Revisão técnica: Ivarne Luis dos Santos Tersariol.

Referências: Ministério da Saúde; ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes); OMS (Organização Mundial da Saúde); University College London Hospitals Foundation Trust. 2018; US National Library of Medicine; Calette Corcoran; Tibb F. Jacobs. Metformin. Stat Pearls. NCBI. 2018; Saenz A, Fernandez-Esteban I, Mataix A, Roqué M, Ausejo M, Moher D. Metformin for type 2 diabetes mellitus: a systematic review and meta-analyses. In: Bridging the gaps. Abstracts of the 12th Cochrane Colloquium; 2004 2-6 Oct; Ottawa, Canada. 2004; Ou HT, Chen PC, Wu MH, Lin CY. Metformin improved health-related quality of life in ethnic Chinese women with polycystic ovary syndrome [published correction appears in Health Qual Life Outcomes. 2018]; Madsen KS, Chi Y, Metzendorf MI, Richter B, Hemmingsen B. Metformin for prevention or delay of type 2 diabetes mellitus and its associated complications in persons at increased risk for the development of type 2 diabetes mellitus. Cochrane Database of Systematic Reviews 2019.