Ainda dá tempo: comer bem pode aumentar sua expectativa de vida em 13 anos
Você sabia que a alimentação saudável pode aumentar sua expectativa de vida? De acordo com uma pesquisa realizada por cientistas da Noruega e publicada no dia 8 de fevereiro na revista PLOS Medicine, se um homem de 20 anos substituísse uma alta ingestão de açúcar e processados, e diminuísse a ingestão de grãos refinados e carne vermelha, e passasse a consumir grãos integrais, vegetais, nozes e peixes, poderia viver por até 13 anos mais. No caso das mulheres, essa expectativa de vida poderia ser estendida em até 11 anos.
Segundo o estudo, os benefícios da boa alimentação também podem ser percebidos no caso dos idosos. Se pessoas com 80 anos, por exemplo, decidissem fazer a mesma mudança alimentar do que os mais jovens, poderiam viver por quase três anos e meio a mais.
Por isso, a indicação é: quanto mais cedo começar a comer melhor, maior será a possibilidade de aumentar o tempo de vida.
A relação entre alimentação e expectativa de vida
Os alimentos reduzidos ou substituídos pelos participantes pelo estudo têm relação com alguns problemas de saúde, quando consumidos em excesso. Para se ter ideia, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Harvard (EUA) associou o consumo regular de açúcar, farinha branca, carnes processadas (salsicha, hambúrguer etc.) e outros alimentos ultraprocessados com um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Os cientistas de Harvard concluíram que indivíduos que seguiram uma dieta repleta de alimentos com potencial inflamatório apresentaram um risco 46% maior de ter um problema no coração (como infarto) e 28% maior de sofrer um AVC (derrame), em comparação aos voluntários que consumiram um cardápio com baixo potencial inflamatório.
Substituir ou reduzir o consumo dos alimentos que podem fazer mal, portanto, diminui o risco de doenças, logo, aumenta a expectativa de vida. Incluir uma dieta saudável no dia a dia garante um bom aporte de vitaminas, minerais e nutrientes importantes para uma boa saúde, prevenindo o corpo não só de distúrbios cardiovasculares mas também de obesidade e diabetes.
Alimentos que ajudam na longevidade
Não é surpresa que frutas, verduras e legumes fazem bem para saúde. Eles são ricos em vitaminas e minerais importantes na redução do risco de câncer, de doenças cardíacas e ainda dão uma maior sensação de saciedade pela alta quantidade de fibras.
Falando nelas, as fibras são aliadas na "limpeza" do colesterol "ruim", o LDL, ajudam a equilibrar o nível de glicose do sangue e a reduzir a pressão arterial, além de melhorarem a saúde intestinal. Suas atividades biológicas atuam na prevenção de doenças como obesidade, cardiovasculares, diabetes do tipo 2 e câncer.
As oleaginosas (castanhas, nozes, amendoim) contêm gorduras boas e antioxidantes, compostos essenciais para manter a saúde do coração. Um estudo feito por cientistas da Universidade Harvard (EUA) e publicado em 2018 no American Journal of Clinical Nutrition mostrou que consumir um punhado de nozes (cerca de 25 g) por dia pode reduzir os níveis de colesterol e triglicérides no sangue, o que contribui para evitar problemas cardiovasculares como infarto e AVC.
Já os peixes, além do ômega 3, gordura boa com ação anti-inflamatória, contêm vitaminas e minerais.
É importante lembrar que, além de cuidar da alimentação, também é essencial se atentar para a hidratação, que deve ser predominantemente com água, e cuidar do ambiente em se vive, mantendo o nível de estresse baixo e fazendo exercícios físicos. Assim, além de aumentar a quantidade de anos de vida, também se eleva a qualidade desses anos.
Se você se alimenta mal há muito tempo, não desanime. Se conseguir mudar os hábitos alimentares, tem chance de aumentar sua expectativa de vida. "Independentemente da idade, sempre vale a pena fazer mudanças saudáveis. Quanto antes começar o trabalho, melhor, porque se a gente não se prevenir, podemos desenvolver doenças crônicas, e elas não podem ser revertidas 100%. Podemos reverter episódios novos de infarto, depois que o primeiro aconteceu, mas o mal já ocorreu", diz Natália Ivanovna Bernasovskaya Garção, geriatra da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Fontes: Alexandre Busse, geriatra do Hospital das Clínicas; Aline Bezerra, professora do curso de engenharia de alimentos da UFC (Universidade Federal do Ceará); Natália Ivanovna Bernasovskaya Garção, geriatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. .
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