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Coco, maracujá: 12 tipos de farinhas vegetais, seus benefícios e como usar

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Bárbara Therrie

Colaboração para o VivaBem

19/10/2022 04h00

Consideradas um ingrediente versátil, as farinhas produzidas a partir de frutas, legumes, verduras e grãos podem ser usadas em receitas doces, salgadas, consumidas de forma natural ou ainda substituir total ou parcialmente o uso de amidos e farinhas tradicionais.

Elas podem ser encontradas em lojas especializadas em produtos naturais, empórios, mercados municipais e até em algumas redes de supermercados. A seguir, conheça 12 farinhas diferentes, seus benefícios, contraindicações e como usá-las:

Farinha de coco

A farinha de coco branca é derivada do processamento do óleo de coco extravirgem e extraída da polpa do coco (a parte branca do coco seco). Já a farinha de coco marrom é extraída da película do coco (a parte marrom que fica grudada na polpa branca), e a farinha desengordurada de coco é resultante da torta, que é um co-produto da extração da gordura do coco.

Benefícios: a farinha de coco branca tem alta concentração de gorduras; a farinha de coco marrom e a desengordurada são fontes de fibras. De forma geral, esse produto tem baixo índice glicêmico e é uma alternativa para pessoas que controlam o consumo de açúcar.

Perigos: o consumo excessivo da farinha branca pode contribuir para o aumento do aporte calórico e de gorduras, podendo elevar os triglicerídeos e os níveis sanguíneos do LDL, considerado colesterol "ruim".

Como usar: pode ser utilizada in natura ou em substituição a outras farinhas no preparo de receitas doces e salgadas, como bolos, tortas, pães, vitaminas, panquecas, waffles, biscoitos, tapiocas, crepiocas. É recomendado que a farinha seja reidratada antes da aplicação para garantir a sua melhor inserção no alimento.

Farinha de uva - iStock - iStock
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Farinha de uva

É feita pela remoção da água da uva inteira ou da casca, após a extração do suco, seguida pelo processo de moagem para redução do tamanho e obtenção da farinha.

Benefícios: contém carboidratos digeríveis, como açúcares, é rica em fibras e em compostos antioxidantes. Os carboidratos fornecem energia e as fibras auxiliam no bom funcionamento intestinal. Os antioxidantes estão associados à prevenção de doenças cardiovasculares e inflamatórias.

Perigos: quando consumida em excesso, pode aumentar o valor calórico da dieta, favorecer o ganho de peso e interferir no controle da glicemia.

Como usar: em sucos, cremes, sorvetes, em produtos de panificação. Ela pode substituir açúcares, amidos e parcialmente outras farinhas utilizadas nas preparações.

Farinha de maracujá

É proveniente das porções do albedo (parte branca da casca) e flavedo (parte externa da casca) do maracujá, que posteriormente são desidratadas e trituradas.

Benefícios: é rica em fibras solúveis e insolúveis. A fibra solúvel presente é a pectina, que promove maior saciedade, retarda a digestão e auxilia na absorção de carboidratos e gorduras, favorecendo o controle do diabetes e do colesterol sanguíneo.

Perigos: por ser rica em fibras, o consumo exagerado pode acelerar o trânsito intestinal ou produzir sintomas de constipação intestinal, caso não seja aumentada a ingestão de água.

Como usar: pode ser consumida in natura e ser adicionada em iogurtes, frutas, vitaminas, shakes e receitas doces e salgadas.

Farinha de espinafre

É obtida a partir da desidratação das folhas de espinafre, através do processo secagem ou liofilização (método de conservação por meio da desidratação que preserva o valor nutricional do alimento), seguido da moagem para obtenção da farinha.

Benefícios: auxilia no funcionamento do intestino, dá saciedade e fornece vitaminas e ácido fólico, que são importantes para a renovação celular e melhorar a imunidade.

Perigos: como a farinha de espinafre apresenta alguns antinutrientes, ela pode diminuir a absorção do cálcio, ferro e magnésio da dieta, se consumida de forma exagerada. Seu consumo também deve ser evitado por pessoas que apresentam alterações na coagulação sanguínea.

Como usar: em sucos, omeletes, massas, suflês, tortas, panquecas, tapiocas.

Farinha de beterraba

É produzida a partir de beterrabas desidratadas e trituradas.

Benefícios: a farinha de beterraba contém carboidratos digeríveis, como açúcares e amido, que são fontes de energia, e antioxidantes que estão relacionados à prevenção de doenças cardiovasculares e inflamatórias.

Perigos: quando consumida em excesso, pode aumentar o valor calórico da dieta, favorecer o ganho de peso e interferir no controle da glicemia.

Como usar: em iogurtes, vitaminas, panquecas, omeletes, tapiocas, massas alimentícias, entre outros.

farinha de grão-de-bico - iStock - iStock
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Farinha de grão-de-bico

A farinha de grão-de-bico é produzida a partir da moagem do alimento cru.

Benefícios: é fonte de proteína vegetal, contém fibras e carboidratos de digestão lenta, proporcionando maior saciedade.

Perigos: possui antinutrientes e seu consumo na forma crua não é recomendado. Por conter fibras, seu consumo excessivo pode favorecer a fermentação destas pelas bactérias intestinais e gerar sintomas como gases, cólicas e dor abdominal.

Como usar: na substituição da farinha de trigo tradicional em preparações culinárias. Pode ser adicionada a pães, bolos, biscoitos, panquecas, frutas, vitaminas e para engrossar sopas, caldos e mingaus.

Farinha de cenoura

É feita pela remoção da umidade da cenoura com ou sem casca, por meio de secagem solar, utilização de secadores com circulação de ar forçado ou liofilização, com a combinação de tempo e temperatura, até atingir umidade próxima a 10%. Posteriormente é feita a moagem para obtenção da farinha.

Benefícios: é fonte de carboidratos digeríveis, fibras e pró-vitamina A, que é importante na lactação, gravidez e infância, além de auxiliar na prevenção de doenças oculares.

Perigos: como a vitamina A pode se acumular no organismo e causar intoxicações, o consumo em excesso pode levar a complicações. A porção diária de consumo deve ser respeitada considerando os demais alimentos que são fontes dessa vitamina (de origem animal, como a gema de ovo) ou pró-vitamina A (carotenoides presentes em frutas e verduras) ingeridos diariamente.

Como usar: em panquecas, omeletes, tapiocas, vitaminas, bolos.

Farinha de abobrinha

É produzida a partir da retirada das sementes da abobrinha e da remoção da umidade por meio de secagem solar, utilização de secadores com circulação de ar forçado ou liofilização, sendo feita a combinação de tempo e temperatura até atingir umidade próxima a 10%. Na última etapa é feita a moagem para obtenção da farinha.

Benefícios: é fonte de sais minerais e fibras alimentares, que auxiliam no bom funcionamento do intestino. A farinha deve ser consumida com o aumento da ingestão de água.

Perigos: como é rica em fibras, seu consumo em excesso pode desregular o intestino e prejudicar a absorção de nutrientes.

Como usar: em produtos em que se deseja a redução de calorias e o aumento de fibras da dieta. Ela também pode atuar como espessante em caldos e sopas.

Farinha de abóbora

As sementes e cascas da abóbora são retiradas, na sequência também é feita a remoção da umidade, que pode ser feita por meio de secagem solar, utilização de secadores com circulação de ar forçado ou liofilização. Por último, é realizada a moagem para obtenção da farinha.

Benefícios: é fonte de carboidratos digeríveis, de fibras alimentares e contém pró-vitamina A.

Perigos: como a vitamina A pode se acumular no organismo e causar intoxicações, o consumo em excesso pode levar a complicações.

Como usar: em vitaminas, pães, bolos, tortas, entre outros.

Farinha de maçã

É produzida a partir dos resíduos (cascas e polpa insolúvel, mas sem sementes) obtidos do processo de prensagem das maçãs para a fabricação de sucos.

Benefícios: contém um elevado teor de fibras, auxilia na melhora do trânsito intestinal e na formação do bolo fecal.

Perigos: por ser rica em fibras, seu consumo excessivo pode desregular o intestino, prejudicar a absorção de nutrientes, acelerar o trânsito intestinal e causar sintomas como gases, cólicas, dor abdominal e diarreia.

Como usar: pode ser utilizada para aumentar o aporte de fibras na dieta, e ser acrescida em iogurtes, vitaminas, cremes e sucos. Também é usada em receitas em que se deseja uma consistência mais firme, como geleias e outros doces.

Farinha de laranja

A farinha de laranja é um co-produto resultante da extração do suco, onde se utilizam o albedo (parte branca da casca) e o flavedo (parte externa da casca). Na sequência é feita a remoção da umidade por meio de secagem solar, utilização de secadores com circulação de ar forçado ou liofilização. Na última etapa é realizada a moagem para obtenção da farinha.

Benefícios: é fonte de fibras alimentares que auxiliam na regulação do trânsito intestinal e bom funcionamento intestinal.

Perigos: como é rica em fibras, seu consumo em excesso pode desregular o intestino e prejudicar a absorção de nutrientes.

Como usar: bolos, pães, biscoitos, vitaminas de frutas, geleias e doces, entre outros.

Farinha de banana - iStock - iStock
Imagem: iStock

Farinha de banana

É obtida a partir do processamento do fruto ainda verde e sem a casca.

Benefícios: quando consumida crua, ela possui amido resistente e de digestão lenta, que atua como fonte de fibras e promove saciedade. Quando consumida em preparações cozidas, ela é fonte de energia e sais minerais.

Perigos: o consumo exagerado de farinha de banana verde pode promover uma fermentação excessiva, causando gases e desconforto abdominal. Além disso, ela aumenta o valor calórico da dieta, favorece o ganho de peso e acúmulo de gordura.

Como usar: pode ser usada como ingrediente espessante e que confere aroma e sabor doce nas preparações: em bolos, tortas, sopas, iogurtes, sucos, mingaus.

Fontes: Cristiane Kovacs, nutricionista mestre em ciências da saúde, especialista em nutrição clínica e distúrbios metabólicos e risco cardiovascular, e chefe do ambulatório de nutrição clínica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia; Karina Gama, nutricionista clínica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, mestre em ciência dos alimentos com especialização em nutrição clínica e educação em diabetes; Bruna Lago Tagliapietra, nutricionista e doutoranda em tecnologia de alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), na Faculdade de Engenharia de Alimentos do Departamento de Ciência de Alimentos e Nutrição; Maria Teresa Pedrosa Silva Clerici, farmacêutica bioquímica, professora livre docente e pesquisadora em alimentos da Unicamp, na Faculdade de Engenharia de Alimentos do Departamento de Ciência de Alimentos e Nutrição.

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