Topo

Perrone

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Golaço de Rojas anima a Fiel, mas ele não deve ser visto como salvador

Matías Rojas, do Racing, comemora após marcar contra o Flamengo, pela Libertadores - Ricardo Moraes/Reuters
Matías Rojas, do Racing, comemora após marcar contra o Flamengo, pela Libertadores Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

09/06/2023 09h14

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Em meio à crise enfrentada pelo Corinthians, o golaço marcado por Matías Rojas na derrota do Racing por 2 a 1 para o Flamengo, nesta quinta, animou torcedores corintianos. O meio-campista tem acordo encaminhado com o Alvinegro, segundo o colunista do UOL Samir Carvalho.

Por mais que o gol anime a Fiel, sendo concretizada a transferência, o jogador paraguaio não será o salvador da pátria. O buraco no Corinthians, cavado ainda mais pela administração do presidente Duilio Monteiro Alves, é profundo. Seria injusto colocar o peso da salvação nos ombros de um só atleta ou até mesmo dois ou três, já que a diretoria pretende fazer mais contratações.

Primeiramente, é preciso observar que em um time desarrumado, caso do Alvinegro, normalmente, é mais difícil para novos jogadores se adaptarem.

O elenco corintiano é desequilibrado e corrigir esse desequilíbrio leva tempo, mesmo se novos reforços chegarem. Será preciso que a diretoria erre menos do que tem errado nas contratações para melhorar o nível do grupo. Aqui vale lembrar a falta de dinheiro que assola o clube e dificulta a aquisição de jogadores de primeira linha.

A má gestão no futebol alvinegro é outro problema que não será resolvido com a chegada de Rojas e mais um ou dois jogadores. Além de ser estrutural, o problema está na administração diária do futebol corintiano.

Outro ponto é o desempenho do treinador. O trabalho de Vanderlei Luxemburgo ainda está no início, mas não é um começo animador. Apesar da excelente partida contra o Atlético-MG, em Itaquera, pela Copa do Brasil, do bom segundo tempo em casa contra o Fluminense e da boa apresentação diante do Flamengo no Maracanã, a evolução da equipe é lenta. A oscilação é assombrosa, como mostrou o indecente desempenho na derrota para o Independiente Del Valle, na última quarta, por 3 a 0, que selou a eliminação alvinegra na Libertadores.

Completando o cenário, a menos que nos próximos jogos o Corinthians engate uma sequência de bons resultados, Rojas e outros reforços chegariam num clube pressionado pelo fantasma do rebaixamento. Tal pressão costuma tornar tudo mais difícil.

Não quero cortar o barato do corintiano de curtir a provável contratação do paraguaio, mas é prudente dosar as expectativas. Como é impossível ir ao mercado contratar um novo presidente (a eleição no clube está marcada para novembro), bons reforços, se chegarem, irão ajudar, mas ainda faltará muito para o Corinthians entrar nos trilhos.

Não é demais lembrar que Rojas e outras contratações não apagariam as lambanças já feitas por Duilio, como a insistência com Sylvinho, a passividade para esperar uma definição de Vítor Pereira, a efetivação de Fernando Lázaro e a contratação de Cuca. A expectativa pela chegada do paraguaio não deve virar uma cortina de fumaça.