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Ceni põe Éder como dúvida para a final e pede para SPFC esquecer arbitragem

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

02/04/2022 12h43

Classificação e Jogos

Rogério Ceni evitou abrir a estratégia que utilizará amanhã, no jogo decisivo da final do Paulistão, contra o Palmeiras. Em entrevista coletiva após o treino aberto no Morumbi, o treinador não quis responder a uma pergunta sobre a postura que adotará no Allianz Parque. "Essa é uma das poucas coisas que não posso falar".

A única exceção foi sobre o estado físico de Éder. O atacante foi titular nos dois últimos jogos e acabou sendo poupado de parte da atividade de hoje por causa do desgaste físico. Rogério Ceni afirmou que uma avaliação definirá se o experiente jogador começará a final.

"Hoje ele fez a primeira parte do trabalho, preferimos segurar para que ele tivesse mais tempo de preparação para analisar amanhã se é viável começar com ele", afirmou.

Caso Éder não tenha condições de começar a partida, a disputa pela vaga deverá ficar entre Luciano e Marquinhos, que têm entrado no segundo tempo das partidas. Um possível São Paulo será: Jandrei; Rafinha, Diego Costa, Léo (Arboleda), Reinaldo; Pablo Maia, Igor Gomes, Rodrigo Nestor, Alisson; Éder (Luciano/Marquinhos) e Calleri.

O São Paulo venceu a primeira partida por 3 a 1, no Morumbi. O resultado começou a ser construído após um pênalti de Marcos Rocha, que colocou a mão na bola dentro da área. A marcação da penalidade foi muito criticada pelo Palmeiras, com o técnico Abel Ferreira dizendo que o campeonato estava "inquinado".

Questionado sobre a pressão á arbitragem no Allianz Parque, Rogério Ceni afirmou ter pedido a seus jogadores que foquem apenas na partida. O treinador se mostrou satisfeito com a escalação do árbitro Raphael Claus para comandar o duelo.

"Já foi pedido a eles que façam dessa maneira, é um árbitro de extrema qualidade. Para mim, o Raphael Clauss é o melhor árbitro brasileiro. Fico tranquilo. Não sei quem vai no VAR, mas a preocupação maior é lá no VAR. Jogadores vão estar concentrados em jogar futebol, se preocupando com o jogo. Já foi pedido e será relembrado amanhã", prosseguiu.

A partida entre São Paulo e Palmeiras está marcada para as 16h (de Brasília) de amanhã. O time tricolor pode perder por um gol de diferença que ainda assim ficará com a taça.

Confira outras declarações de Rogério Ceni em entrevista coletiva:

Treino aberto

Hoje a gente está aqui, veio treinar a pedido da direção, da torcida, pelo simples fato de que a média de público do São Paulo foi excepcional. Prefiro treino fechado. Fizemos treino objetivo, de uma hora hoje, mas mais em retribuição ao apoio do torcedor. Não teremos a presença da torcida, é importante levar calor e impressão do torcedor.

Não é que não gosto. É que no treinamento fechado você tem condições de falar mais próximo, o jogador te ouve mais. Definimos antes de começar o trabalho, no vestiário, que já saísse pré-aquecido. É importante pro atleta sentir a presença de espírito do torcedor, que não vai estar presente no jogo, mas que eles levem essa imagem de que são a esperança de muita gente, de continuar fazendo o que fizeram ao longo do campeonato. Ontem trabalhamos mais forte, hoje diminuímos a carga, era um treino possível de fazer com público hoje.

Viver dias decisivos como técnico do São Paulo é diferente?

Para mim, viver aqui já é especial. Viver do futebol, é o que escolhi da minha vida, resolvi viver a carreira perto do futebol, trabalhar a céu aberto, todo dia com sol, chuva. Fui bancário durante quatro anos, com teto fechado. Esses dias sempre são especiais. O Paulista tem 25% dos times da série A, as semifinais do Paulista envolvem três times da Libertadores e um da Sul-Americana. Três dos sete primeiros colocados do ano passado. E tem um clássico contra um grande rival, um dos três melhores time do país, campeão da Libertadores, tudo isso agrega importância.

O quão diferente é ser campeão como técnico do São Paulo?

Se acontecer, se conseguir, vai ser muito especial. Seria uma outra carreira, outra função, num clube que trabalhei 25 anos. Uma pena que tem o Palmeiras pela frente ainda, no mínimo 90 minutos para enfrentar outra equipe. É uma realização na minha carreira, com quase 30 anos de carreira, seria uma realização para mim. Mas ainda há uma longa caminhada, pela qualidade do time do Palmeiras, no estádio deles, com a torcida. Sei o quanto será difícil focar no jogo, Deus queira que aconteça.

O que mudou no São Paulo depois do seu desabafo no jogo contra o Santo André?

Foi uma fala muito espontânea, num jogo que fizemos um resultado no último minuto. Foi muito espontânea, a verdade é importante de ser esclarecida. Só quer a melhora do clube quem gosta, vive, que tem uma história dentro do clube. Sempre as falas são no sentido de que o time evolua, se modernize. Foi uma fala do momento, não adianta contextualizar, o momento já passou. Devem chegar novos aparelhos para musculação. Hoje trabalhamos em três períodos. Não pela minha fala, mas é que é assim que tem que ser. Se quer sucesso, tem que trabalhar por ele. Espero que o São Paulo continue melhorando.

O que você vê de você nos jogadores?

O desejo de vencer, de competir o tempo todo, a alegria pela vitória. Eu vivia o clube intensamente, em qualquer jogo, queria estar em todas as partidas. Vejo neles isso, que eles têm prazer em disputar esse título. Temos bom número de vitórias. Tem que ter prazer e alegria. Não adianta você querer a vitória, você tem que estar preparado para ela. Você não se prepara no último dia para vencer, você se prepara no começo de cada semana, da temporada, no pós-jogo. Não se decide vencer. No futebol, se vence pelo que você em cada semana do que você constrói. No dia do jogo todo mundo quer vencer. O Abel falou que todo mundo reza, pede a Deus para vencer. Basta ver quem se prepara melhor e quem tem melhor qualidade.

Evolução rápida do time

Acho que dois meses é tempo curto para melhorar bastante, mas não tínhamos outra possibilidade. Ou havia melhora ou não estaríamos aqui falando desse jogo. Nos primeiros jogos não produzimos chances de gol, não conseguimos ser efetivos. A melhoria fez com que a gente estivesse aqui. É uma melhora rápida, acho que até quando começou o campeonato, mesmo nas melhores condições, pouca gente esperava o São Paulo na final. Pelo que foi o final do ano passado, as primeiras partidas desse ano, era pouco esperado. Mérito dos atletas, que entenderam. É por eles que o clube se encontra hoje nesse momento.

São Paulo vai brigar por coisas grandes no ano?

Eu vim com objetivo para cá, e comecei esse ano com objetivo, que é fazer o São Paulo voltar à Libertadores. Campeão brasileiro? Acho difícil. Copa do Brasil? Não é fácil. Ainda não estamos prontos, podemos crescer no decorrer do ano. No momento ainda não. Vejo como objetivo levar o São Paulo à Libertadores, essa é minha missão. O que eu tenho como ideia para o São Paulo, ver o São Paulo disputando a Libertadores, seria o que o meu planejamento mostra como ponto futuro. Se um título paulista vier, ótimo, se der para brigar por final em outras competições, legal. Eu foco no Campeonato Brasileiro, os outros são ramificações, que em determinado momento, a não ser campeão ou vice, vão ficando pelo caminho. Foco tem que ser na competição de longa duração. O restante, não que você não queira, mas são situações que mudam do dia para noite.