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Alison e Álvaro Filho perdem nas quartas e são eliminados no vôlei de praia

Beatriz Cesarini

Do UOL, em Tóquio

03/08/2021 22h52

Nada deu certo para o vôlei de praia brasileiro nas Olimpíadas de Tóquio-2020. Numa jornada de eliminações, homens e mulheres voltam para casa sem nenhuma medalha no peito. Na noite desta terça-feira (3), início de quarta no Japão, a dupla Alison e Álvaro filho foi derrotada por Plavins e Tocs, da Letônia, e deu adeus à competição nas quartas de final. Com parciais de 16/21 e 19/21, o capixaba e o paraíbano não conseguiram jogar bem, cometeram muitos erros e foram superados por 2 sets a 0.

O zero no contador de medalhas jamais havia dado as caras para o Brasil nos Jogos Olímpicos. O país sempre esteve representado entre os três melhores do vôlei de praia desde Atlanta, em 96, quando a modalidade foi incluída no programa olímpico. Com as eliminações de Ana Patrícia e Rebecca e de Ágatha e Duda em Tóquio, será a primeira vez que o país não contará com uma dupla feminina medalhista desde os Jogos de Pequim, em 2008.

No primeiro set os brasileiros conseguiram equilibrar o set no começo e até jogar bem após o décimo ponto. Mas a partir de uma sequência de erros, falta de qualidade de ataque e não conseguindo decifrar as jogadas adversárias, Alison e Álvaro foram dominados e não conseguiram reagir, com a Letônia fechando em 21 a 16.

Nova tentativa

Na segunda etapa os brasileiros continuaram repetindo os erros da primeira e não conseguiam se encontrar em quadra. Com a animosidade exaltada, os brasileiros até chegaram a discutir tentando achar a melhor forma de parar Plavins e Tocs, que conseguiam fazer tudo dar certo com ótimos ataques e saques. Mas nada deu certo para os brasileiros e os letões conseguiram fechar em 21 a 19 e eliminar o Brasil.

"No primeiro set a gente estava igual, sempre na frente, tivemos a oportunidade de fazer 12/9 e a gente acabou errando. Concentração pura. Tá calor para os dois lados. Eu não estava conseguindo me concentrar para a bola, tava entrando antes, tanto é que errei muito ataque. É jogo de detalhes. Comentei no banco, quando a gente pedia tempo, que eles não erraram nenhum saque e só estavam deixando para a gente errar", comentou Alison ao Sportv.

"Tentamos arrumar uma estratégia, mas o sistema defensivo não funcionou. Até times experientes como o nosso às vezes são surpreendidos. Fizemos o nosso melhor, mas não foi um bom dia", acrescentou.

Falta investimento

Com o resultado de hoje, nenhuma dupla do vôlei de praia brasileira conseguiu chegar as finais e conquistar medalhas. Evandro e Bruno Schmidt foram eliminados nas oitavas de final pela mesma dupla da Letônia. No feminino, Aghata e Duda foram superadas pelas alemãs Laura Ludwig e Margareta Kozuch e Ana Patrícia e Rebecca pelas suíças Vergé-Dépré e Heidrich.

De acordo com Alison Cerutti, ouro no Rio de Janeiro e prata em Londres, é preciso que a confederação brasileira abra os olhos e dê mais incentivo e suporte aos atletas. Sem isso, para ele, o país ficará cada vez mais para trás na modalidade.

Às vezes as pessoas em casa vão ver dois times da LAT (Lituânia) na semifinal, feminino e masculino, vão achar que é surpresa ou coisa de outro mundo, mas não é. A verdade é que o mundo está investindo no vôlei de praia e nós estamos ficando parados. Isso não é um desabafo. Tem que melhorar, tem que investir mais; a confederação tem que investir mais e olhar com bons olhos", destacou Alison.

"Realmente, esperar Ricardo e Emmanuel e agora Alison e Álvaro, vai ficar para trás. Parabéns ao mundo que está investindo nisso. O que nós temos que fazer agora é voltar para casa e para nossa família; nossa jornada não apaga nada e nem o que esse menino (Álvaro) fez por mim", finalizou.