Tapioca, açaí: 10 alimentos que parecem saudáveis, mas podem fazer mal
Quem nunca trocou o pão integral do café da manhã por tapioca com queijo, por achar que seria mais saudável? Ou então substituiu uma fruta por uma barra de cereal, acreditando que estaria carregando na bolsa um lanche prático e saudável? Pois saiba que essas trocas nem sempre são muito interessantes.
No caso da tapioca, por exemplo, ela é rica em amido e pobre em fibras, e a goma tem alto índice glicêmico, o que faz com que você sinta fome em pouco tempo e, se consumida diariamente, ainda pode engordar. Já a barrinha pronta de cereais contém açúcares, gorduras, corantes e aromatizantes.
Infelizmente não faltam armadilhas em produtos disponíveis nas gôndolas dos supermercados que, por trás das embalagens ditas "saudáveis", podem contribuir para o ganho de peso e até o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes. Também elegemos alguns alimentos in natura que, se consumidos dentro de uma rotina alimentar, também podem fazer mal à saúde.
A regra aqui não é excluir nada do cardápio, mas tomar cuidado para não consumir esses itens com frequência. Como dizem as especialistas consultadas, tudo em excesso faz mal.
1. Tapioca
A goma extraída da mandioca, disponível geralmente na forma granulada, é composta basicamente de carboidratos, com quantidades insignificantes de fibra alimentar e alto índice glicêmico. Por ser liberado rapidamente na corrente sanguínea, garantindo pouca saciedade, é um alimento que pode ser perigoso para diabéticos, obesos e portadores de síndrome metabólica. Entretanto, como é livre de glúten e praticamente de qualquer gordura, a tapioca pode ser um bom substituto ao pão para pessoas com sensibilidade ou restrições ao trigo.
2. Barra de cereal
É uma opção de lanche que contém cereais e outros ingredientes, mas geralmente com alta concentração calórica e poucas fibras. As barrinhas também são fontes de carboidratos de rápida absorção, já que costumam ser bem açucaradas. Suas composições são bem variáveis, uma vez que cada unidade tem entre 100 e 150 calorias, mas é preciso dar atenção ao rótulo, em especial às quantidades de açúcares e gorduras contidas em cada unidade, pois muitas vezes podem ter muito mais características de guloseima do que de alimento saudável.
3. Açaí
É uma boa fonte de gorduras boas, potássio, cálcio e polifenois, que são antioxidantes que dão ao fruto a sua coloração. É um alimento saudável, porém muito calórico, já que cada 100 g de grande parte das polpas encontradas nos supermercados têm aproximadamente 250 calorias. E como é consumido em volumes maiores —e ainda na região Sudeste recebe outros acompanhamentos também calóricos, como banana, granola, leite condensado —, uma tigela de açaí pode ter o valor calórico próximo do recomendado para um dia inteiro. Por isso deve ser consumido com muita moderação.
4. Sucos de frutas de caixinha
Os sucos industrializados, mesmo os que não têm açúcar adicionado, podem ser uma armadilha. Pelo processamento, corre-se o risco de ingerir mais calorias, com índice glicêmico alto e ainda outras substâncias como conservantes, aromatizantes, corantes, edulcorantes, que não estariam nas versões naturais. Isso sem contar as opções diluídas em água, com açúcar adicionado, e que em consumo contínuo podem ser responsáveis por alterações metabólicas.
5. Sal rosa do Himalaia
Ele realmente tem micronutrientes, como fósforo, zinco e bromo, na sua composição, mas em quantidades muito pequenas. Para se obter os benefícios oferecidos por eles, seria necessário um consumo altíssimo do alimento, muito além dos 5 gramas recomendados. Ele também tem menos sódio do que o refinado, mas a diferença é muito pequena.
6. Óleo de coco
O óleo de coco uma gordura de origem vegetal, portanto livre de colesterol, mas é composta em 50% de ácido láurico, um tipo de gordura que no processo metabólico chega mais rapidamente ao fígado para ser utilizado como forma de energia. Esse ácido láurico forma placas de gordura nos vasos sanguíneos e isso pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Logo, o azeite de oliva, o óleo de canola ou de soja de boa qualidade podem substituir o de coco.
7. Biscoitos e torradas integrais
Os biscoitos e as torradas integrais podem até ser uma opção para substituir o pão branco, mas não é porque são integrais que têm menos calorias e gorduras. Por isso as quantidades devem ser controladas.
8. Peito de peru
O peito de peru e outras carnes processadas ou embutidas, mesmo nas versões mais magras, têm grandes concentrações de sódio em uma fatia fina. E não se pode descartar um outro ponto negativo de todos esses embutidos: os aditivos químicos. Eles contêm conservantes e corantes, além dos compostos nitrogenados (como o nitrito de sódio), que garantem vida longa nas prateleiras, mas que se consumidos com regularidade podem levar a doenças cardiovasculares e até o desenvolvimento de câncer.
9. Pão de forma light
O pão de forma na versão light se restringe à diminuição de 25% das calorias em relação à versão normal, podendo ser encontrado na forma tradicional ou integral. Muitas vezes a fatia tem seu tamanho reduzido e a qualidade das farinhas não apresentam vantagens ao consumo. Portanto, é importante prestar atenção nas informações contidas no rótulo para fazer boas escolhas. Vale acompanhá-lo com algum complemento proteico, que reduz o índice glicêmico da refeição e promove saciedade por mais tempo.
10. Granola
Dependendo da composição, pode ser uma armadilha, pois além dos cereais açucarados, contém frutas secas, xaropes e aditivos químicos que realçam o sabor, mas que têm um alto índice glicêmico. Ou seja, não aumentam saciedade e ainda podem engordar. Muitas versões consideradas caseiras do produto podem ser riquíssimas em açúcares adicionados e gorduras saturadas, por conter grande quantidade de mel, açúcar de coco ou mascavo e óleo de coco.
Fontes: Lara Natacci, nutricionista, mestre e doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pós-doutoranda em nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP, certificada em Coaching de Saúde e Bem-Estar pelo AACSM (American College of Sports and Medicine), especialista em transtornos alimentares pela Universidade de Paris e membro da comissão de Comunicação da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição); Marcella Garcez, médica nutróloga, mestre em ciências da saúde pela Escola de Medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) e pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo; Vanderli Marchiori, nutricionista e fitoterapeuta, fundadora da Associação Paulista de Fitoterapia.
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